Um comunicado emitido por representantes da Santa Sé informa que a União Católica Internacional de Imprensa (UCIP) já não pode utilizar o nome de “católica”, devido à grave crise de gestão que vive há anos.
Da mesma forma, o Conselho Pontifício para os Leigos e o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, em um comunicado conjunto, reprovam a decisão dos atuais gestores da organização, que, sem a devida autorização, adotaram um novo nome que mantém o qualificativo de “católico”: Organização Católica Internacional dos Meios de Comunicação (ICOM).
A nota, assinada pelos dois presidentes dos organismos vaticanos, o cardeal Stanislaw Rylko e o arcebispo Claudio Maria Celli, reconhece que a UCIP, “depois de décadas de válido serviço à evangelização através da imprensa, nos últimos anos viveu uma progressiva crise de gestão”.
“O Conselho Pontifício para os Leigos e o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, em virtude dos respectivos âmbitos de competência, acompanharam de perto este processo, que teve como consequência a invalidação das assembleias gerais realizadas em 2007, no Canadá, em 2008, em Roma, e em 2010, em Burkina Faso.”
“Em várias ocasiões, a Santa Sé expressou às autoridades da UCIP sua perplexidade diante da inaceitável falta de transparência e clareza na gestão desta associação, sob o controle do seu secretário-geral. No último dia 23 de março, estes fatos provocaram a revocação, por parte do Conselho Pontifício para os Leigos, do reconhecimento canônico da UCIP como associação católica, através de uma carta formal dirigida a todos os membros na pessoa do seu presidente.”
O documento dizia: “Diante desta situação, a Santa Sé não pode permanecer em silêncio e inativa; portanto, em acordo com a Secretaria de Estado, e depois de ter consultado o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, o Conselho Pontifício para os Leigos, fazendo referência ao cânon 326 §1 do Código de Direito Canônico, revoga o direito de reconhecimento à UCIP, datado de 15 de dezembro de 2004. A partir de agora, a UCIP terá de eliminar do seu nome o adjetivo de católica (cf. Cânon 300 do Código de Direito Canônico)”.
Os representantes da Santa Sé informam que, “como única reação, a secretaria geral da que até agora se chamava UCIP, no último dia 28 de abril, informou a todos os membros sobre a transformação da UCIP em ICOM, anunciando sua primeira assembleia para o mês de novembro de 2011”.
“Este ato foi desaprovado energicamente pelo Conselho Pontifício para os Leigos e pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, que não reconhecem esta organização, que continua ostentando o título de católica. Além disso, a assim chamada ICOM se apropriou de maneira indevida do patrimônio intelectual, econômico e histórico da UCIP, assim como do seu logotipo e do seu site.”
“Ambos os conselhos pontifícios confirmam sua gratitude a todos os membros da UCIP, excluídos devido à recente gestão, pelo bom serviço realizado em anos passados e os incentivam a difundir o Evangelho no mundo da comunicação escrita. Ao mesmo tempo, garantem que estão estudando novas maneiras possíveis de vínculo associativo para propor aos jornalistas que desejam permanecer em comunhão com a Igreja Católica”, conclui o comunicado vaticano.
Devido à crise vivida pela UCIP nos últimos anos, algumas organizações nacionais de jornalistas católicos, como a espanhola UCIPE (http://www.ucipe.org), haviam se distanciado desta instituição.
As origens da UCIP remontam a 1927, quando alguns jornalistas franceses, alemães, austríacos e suíços criaram o Escritório Internacional de Jornalistas Católicos, com o fim de promover um jornalismo baseado em valores sólidos. Em 1930, teve lugar em Bruxelas, na Bélgica, o primeiro congresso mundial da imprensa católica e, em 1936, nasceu em Roma a União Internacional da Imprensa Católica.
Depois dos anos difíceis da 2ª Guerra Mundial, a associação retomou as próprias atividades por ocasião do congresso mundial realizado na capital italiana, em 1950. Desde 1966, ano em que se adotou o nome de UCIP, abriu-se a todos os profissionais católicos que trabalham no âmbito da informação leiga e religiosa.
Fonte: Zenit - (Jesús Colina)
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