O Sudão do Sul, 54º Estado africano, nascido em 9 de julho, está em festa pela proclamação da independência do Norte, mas a paz e a boa vontade deverão ser duradouras. Do contrário, a situação se tornará ainda mais difícil para um Estado já intensamente provado desde seus inícios pela pobreza e pela ausência de estruturas, além de um governo firme.
Segundo os bispos da região, ainda que prevaleça o otimismo, este poderia se converter em desastre se não forem enfrentados o quando antes os principais problemas da nova nação.
Dom Eduardo Hiiboro Kussala, bispo de Tombura-Yambio, definiu o último dia 9 como “um dia esplêndido na história do nosso povo”.
Referindo-se ao entusiasmo que se vivia na nova capital, Juba, e em sua diocese, na qual 65% da população é católica, afirmou que as pessoas estão muito otimistas e com grandes expectativas para o futuro.
“As celebrações foram levadas a cabo muito bem. O fato de que não tenha havido violências foi verdadeiramente uma bênção de Deus”, acrescentou.
No entanto, o prelado alertou sobre os problemas que deverá enfrentar, como as ondas de seca que ameaçam o cultivo da terra e milhares de pessoas procedentes dos campos de refugiados perto de Cartum, a capital do Sudão.
As preocupações do bispo recordam seus próprios comentários em uma carta pastoral difundida pouco antes da independência, na qual afirmava que o desafio é imenso.
Falando à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), outro bispo sudanês, o auxiliar de Cartum, DomDaniel Adwok, advertiu sobre a crescente ameaça de conflito que afeta as regiões em litígio na fronteira entre o Sudão e o Sudão do Sul, como a de Abyei, rica em petróleo.
“Não acho que o Sul permanecerá inerte vendo seus antigos aliados passando calamidades e outras formas de sofrimento”, afirmou, recordando também a ameaça que representam cerca de 7 grupos milicianos, que poderiam trazer instabilidade.
“Muitos [no Norte] consideram o fato de que o Sudão do Sul tenha se tornado independente como uma espécie de libertação, ou seja, que Cartum agora pode fazer o que quer e seguir sua própria agenda, sem levar em consideração as necessidades muito diferentes do Sul.”
Ambos os bispos reafirmam a importância da colaboração com as organizações caritativas e de outro tipo para ajudar os dois países neste período de transição.
Fonte: Zenit.
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