A morte de milhões de armênios, assassinados em 1915 pelos turcos otomanos, será objeto de uma publicação dos Arquivos Secretos Vaticanos, segundo anunciou nesta terça-feira o prefeito dos Arquivos, Dom Sergio Pagano.
Nesta quarta-feira, a Rádio Vaticano fez alguns esclarecimentos sobre a publicação destes documentos inéditos, destacando que não serão divulgados para criar polêmia, mas sim para fazer um trabalho histórico.
O genocídio começou no dia 24 de abril de 1915, em Istambul, capital do império otomano, com o assassinato de 600 notáveis armênios por ordem do governo.
No final do verão de 1915, dois terços dos armênios da Turquia haviam morrido em condições terríveis. As autoridades turcas falaram de um “massacre”.
João Paulo II, em visita a Erevan em 2001, foi mais preciso, segundo explicou a Rádio Vaticano.
Depois de ter rezado diante do memorial das vítimas, denunciou que “o extermínio de 1,5 milhão de cristãos armênios, no que se considera geralmente como o primeiro genocídio do século 20, e o aniquilamento de milhares de pessoas sob o antigo regime totalitário (soviético) são tragédias que ainda vivem na memória da geração atual”.
Naquele então, o Papa Bento XV havia escrito ao sultão para implorar sua clemência.
E durante sua visita a Istambul em 2006, Bento XVI deu graças a Deus “pela fé e pelo testemunho cristão do povo armênio, transmitidos de século em século e, às vezes, em circunstâncias trágicas, como na do século passado”.
A biblioteca vaticana tem provas e testemunhos destes acontecimentos terríveis, que serão objeto de um livro coeditado em breve pelo serviço dos Arquivos do Vaticano.
Este volume reunirá relatos que descrevem detalhadamente as torturas sofridas pelas vítimas.
A Rádio Vaticano citou, como exemplo, o fato de que os soldados otomanos faziam apostas sobre o sexo dos fetos das mulheres grávidas antes de esquartejá-las para saber o resultado.
Fonte: Zenit.
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