terça-feira, 5 de abril de 2011

Igreja acolhe desabrigados

Depois do desastre de Fukushima, a indústria atômica não poderá se comportar “como se nada tivesse acontecido” – adverte o diretor da Agência Internacional para a Energia Atômica, Yukiya Amano.

Atualmente, estão fracassando todos os esforços para a eliminação de poças na usina, que foi danificada pelo terremoto e pelo tsunami que arrasaram boa parte do norte do país no dia 11 de fevereiro. A água se empoçou na usina após as tentativas frustradas de resfriamento adotadas desde o desastre natural.

A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima, no Japão, informou ontem que lançará 11,5 mil toneladas de água com baixa radioatividade no Oceano Pacífico.

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão endossou o plano, sob o argumento de que se trata de “uma medida inevitável”. O governo japonês retirou todas as pessoas que vivem num raio de 20 km da usina para evitar a contaminação.

Já a 30 km do raio da usina, foram relevadas emissões radioativas superiores à norma. E a situação dos desalojados continua sofrida. O que a Igreja está fazendo por eles? Quem responde é o Núncio Apostólico no Japão, Dom Alberto Bottari de Castello.

“A Igreja desempenha sua obra de modo colateral porque os japoneses são muito meticulosos. O governo e o município fazem o maior trabalho. Todavia, seja em Sendai como em Saitama, a Igreja organizou centros de coleta nos quais as pessoas encontram assistência. Estou mais a par da situação em Tóquio, aonde chegaram cerca de 250 filipinos que perderam trabalho, casa e tudo mais, e querem voltar com suas famílias para as Filipinas. Eles foram hospedados no centro internacional católico e distribuídos em 16 locais da diocese, como paróquias, institutos religiosos, salesianos, jesuítas, religiosas, que lhes deram ajuda imediata e estão tentando encontrar o dinheiro para suas passagens. Mais de 200 já conseguiram voltar, mas alguns ainda estão esperando e nós estamos tentando ajudá-los”.

A respeito da preocupação que reina entre os japoneses, o Núncio comenta:

“Os japoneses demonstram pouco sua preocupação: tentam ser gentis e não expressam abertamente seus sentimentos com estranhos, mas no fundo, se nota. E será assim até que esta usina não for completamente fechada. Tudo isso terá repercussões também na economia, pois perdendo toda a energia que vem do nuclear, as perspectivas econômicas ficam incertas. Consequentemente a preocupação existe, mas ao mesmo tempo, percebe-se o anseio de lutar sem se deixar abater”.

O terremoto e o tsunami que abalaram o Japão deixaram oficialmente 12.157 mortos; 15.496 pessoas estão desaparecidas e 159.828 estão desabrigados.

Fonte: Rádio Vaticano

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