"É possível ser verdadeiros chineses e ótimos católicos", disse o porta-voz da Santa Sé, ao sintetizar as conclusões da reunião que se realizou no Vaticano sobre a difícil situação enfrentada pela Igreja Católica na China.
A nota do Pe. Lombardi comenta a mensagem aos católicos chineses, enviada no final da assembleia plenária - realizada de 11 a 13 de abril no Vaticano - da comissão instituída por Bento XVI em 2007 para estudar as questões mais importantes sobre a vida da Igreja Católica na China.
O porta-voz vaticano reconheceu que "não há dúvida de que os últimos meses têm sido particularmente difíceis para os católicos chineses. Uma ordenação episcopal gravemente ilegítima e a reunião da ‘Assembleia Nacional de Representantes Católicos', querida pelo governo para impor sua guia à comunidade eclesial, provocaram a forte reação da Santa Sé em defesa da liberdade da Igreja para viver segundo sua natureza e missão, e causaram uma situação de tensão e desorientação na comunidade eclesial".
A mensagem da Comissão, segundo o porta-voz, tornou-se "um ponto de referência em uma situação de crise", porque descreve "com clareza e lucidez, à luz da doutrina católica", elementos fundamentais, como a "grave ilegitimidade" da ordenação episcopal do bispo de Chengde, que ocorreu sem o mandato do Papa.
Inaceitável ingerência
A mensagem da reunião também confirmou o "caráter inaceitável, do ponto de vista católico, de organismos impostos pelo Estado para guiar a Igreja", e confessou o medo dos representantes da Igreja de que se imponha a ordenação de outros bispos sem o mandato do Papa.
"Para chegar à solução de alguns problemas da Igreja na China - por exemplo, a nomeação de bispos ou a reorganização das circunscrições eclesiásticas -, seria necessário o diálogo ‘sincero e respeitoso' com as autoridades civis", acrescentou o porta-voz.
Na visão da Santa Sé, "isso contribuiria decisivamente para essa ‘harmonia na sociedade' que todo mundo quer para o bem comum, começando pelos católicos. A disponibilidade da Santa Sé para este diálogo é confirmada mais uma vez, na esperança de encontrar a mesma vontade do outro lado".
Chineses e católicos
O Pe. Lombardi explicou que a mensagem da Comissão tem dois elementos que não podem passar despercebidos pelos católicos: o valor da oração, para apoiar a unidade e a vitalidade da Igreja, e o início da beatificação de Paulo Xu Guangqi, que introduziu o cristianismo na China moderna, em um diálogo fecundo com a cultura chinesa.
"Vendo a vida exemplar de Xu Guangqi, os chineses, católicos e não-católicos, poderão compreender melhor que não há contradição nem nenhum risco de ser chineses e católicos. E mais ainda: é possível ser verdadeiros chineses e ótimos católicos", concluiu o porta-voz.
Fonte: Zenit.
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