Com a chegada de 37 cubanos liberados, o Ministério de Assuntos Exteriores espanhol deu por encerrado, em uma nota de 8 de abril, o processo de "libertação" dos prisioneiros de consciência em Cuba, que começou em 13 de julho de 2010. No entanto, o arcebispado de La Habana, em nota divulgada em 12 de abril, indica que não recebeu notificação do governo cubano relativa ao término de tal processo.
O ministério afirma em sua nota que há um período de seis meses, a partir da apresentação da solicitação, para decidir sobre o estatuto que deve ser aplicado. "Em qualquer caso - acrescentou -, enquanto se aguarda a decisão, não há falta de proteção dos libertados e seus familiares, que sempre gozaram dos benefícios globais da assistência humanitária."
No entanto, entre os presos desterrados na Espanha, existem diferenças notáveis. Juntamente com os efetivamente "prisioneiros de consciência" ou prisioneiros políticos, encarcerados por exercer a liberdade de expressão ou por qualquer outro motivo que não é crime em qualquer democracia, outros expressos cubanos que chegaram à Espanha foram enviados por atos que poderiam ser classificados como delito em qualquer país, como roubos ou sequestro com armas de meios de transporte para sair da ilha.
É possível que a decisão de encerrar o processo por parte espanhola tenha se devido a temores de que o governo cubano repita uma "limpeza" de "personae non gratae", aproveitando a oportunidade, como fez com a famosa expedição aos Estados Unidos em 1980, do porto cubano de Mariel, de milhares de cubanos que queriam sair da ilha.
Estes são conhecidos como "marielitos". Em meados dos anos 80, destes exilados do porto de Mariel, 7 mil acabaram em prisões nos EUA por vários crimes comuns. Algumas pessoas já dizem que esta é uma "operação Mariel" em pequena escala, na qual os prisioneiros de consciência são misturados com criminosos comuns.
Fonte: Zenit - (Nieves San Martín)
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