Dom Antonio María Veglió, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, discutiu esses temas na primeira edição do ‘Salone Editoria dell'Impegno’, evento realizado de 9 a 17 de abril em Grottaferrata, próximo a Roma.
Dom Veglió recordou a intolerância e a perseguição que os ciganos sofreram durante o regime nazista, quando milhares foram mortos em campos de concentração. Ele lembrou que João Paulo II condenou o extermínio de ciganos na mensagem pelos 50 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o prelado, o estudo da realidade dos ciganos levou o Conselho Pontifício a publicar as ‘Orientações para uma Pastoral dos Ciganos’, em dezembro de 2005.
Entre os valores positivos dos povos ciganos, Dom Veglió recordou “a hospitalidade fraternas, o sentido profundo de solidariedade, o forte apego à fé dos predecessores”.
É necessário promover “o processo de integração dos ciganos dentro da cultura da sociedade que o cerca, com a consequente mudança de mentalidade, seja no âmbito eclesiástico ou civil, com a criação de estruturas que garantam continuidade ao processo de participação dos ciganos na sociedade”.
Segundo o prelado, os Estados têm o dever de promover tipos de abertura que permitam a inserção positiva dos ciganos.
Dom Veglió afirma que “a experiência ensina que para favorecer o processo de integração dos ciganos na Igreja é necessário se apoiar nas pessoas chamadas integrantes, quer dizer, capazes de diálogo e mediação”.
Inclusive de operadores pastorais que atuem como mediadores e fundem comunidades ponte, porque “compartilhar a vida cotidiana muitas vezes tem mais valor que muitos discursos”.
E que “a minoria cigana se empenhe em cumprir seus deveres e obrigações com a ativa e responsável participação de cada um de seus membros”.
Um dos fatores necessários para a pastoral dos ciganos é a educação, a qualificação profissional e a aquisição de competências para uma qualidade de vida digna. Entre as lacunas está a elevada porcentagem de analfabetismo e a alta ausência escolar, devido a uma série de fatores econômicos e sociais.
Ele destaca que na Europa os jovens ciganos são cerca de 6 milhões e que diversas congregações e movimentos eclesiásticos estão empenhados nessa pastoral, entre elas 14 comunidades salesianas.
“Desejo que para as ações em favor dos ciganos nos deixemos guiar por duas regras de ouro elaboradas pelos jovens ciganos no Congresso Mundial de Frisinga: saber escutar, quer dizer, conhecer-se melhor, e atuar em favor deles, mas sobretudo com eles”, concluiu.
Fonte: Zenit.
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