quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Portugal: 6.500 jovens no Encontro Ibérico de Taizé

Cerca de 6.500 jovens cristãos, procedentes de 23 países, foram ao Porto (Portugal) nesse Carnaval para participar do Encontro Ibérico de Taizé, promovido por esta comunidade ecumênica e a diocese local.
O bispo do Porto comentou com Agência Ecclesia que o objetivo destes dias era “proporcionar a todos estes jovens, em particular aos da Diocese, um tempo forte de encontro, no sentido mais completo do termo: encontro com Deus na oração e, a partir daí, um encontro com os outros, uma experiência de Igreja”.
“Não há cristianismo a sério, nem para os adultos nem para os jovens, que não tenha esta dupla dimensão da oração e da partilha”, disse Dom Manuel Clemente.
A alegria foi o mote desta festa, uma alegria que “perdura”, afirmou o bispo. Os participantes, “muito ativos e muito disponíveis”, são um testemunho dessa alegria, que não é “de encomenda” ou “periférica”.
Os vários dias de encontro encerraram-se com oração e meditação do Ir. Alois, prior de Taizé. Na despedida dos peregrinos, na segunda-feira à noite, deixou o seu reconhecimento “pelo acolhimento que recebemos”.
Na sua mensagem final, o Ir. Alois fez um apelo aos participantes: "Queremos escolher a simplicidade de vida para promover a partilha, a solidariedade, a utilização responsável dos recursos do nosso planeta".

Fonte: Zenit.

Não devemos temer o Islã, diz cardeal Tauran

O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, cardeal Jean Louise Tauran, respondeu com um enfático “não” à pergunta “devemos temer o Islã?”, título de uma conferência por ele proferida em 10 de fevereiro na cidade de Granada, na Espanha.
Sua intervenção abriu o II Congresso de Teologia “Cristianismo, Islã e Modernidade”, celebrado na Faculdade de Teologia de Granada entre os dias 10 e 12 de fevereiro.
“Não devemos temer o Islã, e diria mais: cristãos e muçulmanos, quando professam sua própria fé com integridade, quando dialogam e se esforçam para servir à sociedade, constituem uma riqueza para esta”, afirmou o purpurado.
O Islã é a religião com a qual o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso mantém um relacionamento mais estruturado.
O cardeal destacou que “nos últimos cinco anos, o clima de diálogo com os muçulmanos tem registrado grandes progressos, apesar das diferenças”.
Para o cardeal Tauran, cabe a cada um de nós enfrentar o desafio de conciliar a identidade da própria fé enquanto aceita a diferença e a pluralidade, que não devem ser vistas como uma ameaça. “Deus se manifesta misteriosamente em cada uma de suas criaturas”, disse ele.
O purpurado iniciou sua intervenção constatando que “para um ocidental, o Islã pode parecer difícil de compreender”. “É, ao mesmo tempo, uma religião, uma sociedade e um Estado, que reúne mais de 1,2 bilhão de pessoas em uma única grande entidade mundial, a 'Umma'", explicou.
“Os membros desta comunidade praticam os mesmos ritos, partilham da mesma visão de mundo e adotam os mesmos costumes”.
“Não distinguem a esfera pública da privada. Sua visão religiosa confunde as sociedades secularizadas”.
O purpurado explicou que cada vez mais, no mundo ocidental, muçulmanos e não muçulmanos estão destinados a conviver, e que, embora se encontrem rotineiramente em muitas sociedades ocidentais, “cristãos e muçulmanos são, muitas vezes, vítimas do preconceito, consequência da ignorância”.
O presidente do dicastério afirmou que “apenas o diálogo permite superar o medo, porque possibilita a descoberta do outro”. Favorecer o encontro é o propósito do diálogo inter-religioso, disse ele, lembrando que “não são as religiões que se encontram, mas sim homens e mulheres, cujas circunstâncias da vida os tornaram companheiros na humanidade”.
O cardeal destacou a necessidade de empreender esforços, por ambas as partes, “para conhecer as tradições religiosas um do outro, reconhecendo o que os separa e o que os aproxima, para assim poder colaborar pelo bem comum”.
Comentando a respeito das diferenças entre cristãos e muçulmanos, o cardeal Tauran destacou: “nos diferencia nossa relação com os livros sagrados, o conceito de revelação – o cristianismo não é uma ‘religião do Livro’ – a identidade de Jesus e Maomé, a Trindade, o uso da razão, a concepção de oração”.
Entre os aspectos comuns às duas religiões, destacou “a unidade de Deus, a sacralidade da vida, a convicção de que devemos transmitir valores morais aos mais jovens, o valor da família e a importância da religião na educação”.
Por outro lado, o presidente do dicastério lamentou que muitos pastores da Igreja e professores de escolas e universidades católicas frequentemente não têm em conta este novo contexto de pluralismo religioso.
Ressaltou ainda que “os católicos europeus têm um conhecimento muito superficial de sua própria fé”, e advertiu que “não se pode instaurar um autêntico diálogo religioso quando os interlocutores não têm um perfil espiritual muito bem definido. Isto conduziria ao relativismo e ao sincretismo”.
“Praticar o diálogo inter-religioso não é colocar a própria fé entre parênteses, mas, ao contrário, proclamá-la com gestos e palavras”, acrescentou.
E continuou: “nós proclamamos que Jesus é a Luz que ilumina a todos os homens que vivem neste mundo”.
“Portanto, todos os aspectos positivos presentes nas diferentes religiões não podem ser tidos como obscuridades, visto que são parte desta grande Luz que resplandece sobre todas as luzes”.
Na Igreja, explicou o cardeal, “não dizemos que todas as religiões têm o mesmo valor, mas sim que todas as que buscam a Deus têm a mesma dignidade”.
O II Congresso de Teologia, organizado pela Cátedra Andaluza para o Dialógo entre as Religiões, contou também com a presença de destacados acadêmicos cristãos e muçulmanos.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quaresma: "Converter-se e crer no Evangelho"

Quaresma, uma vez mais. Tempo forte na caminhada do ano eclesiástico. Convite e apelo para. o silêncio, a prece, a conversão. E quando se fala em quaresma, geralmente a gente tem uma idéia de uma coisa negativa, como antigamente. Tempo de medo, de cachorro zangado, de mula sem cabeça e outras coisas mais.Para outros a quaresma parece superada pelo modernismo e é hoje apenas uma recordação negativa do passado ou um retrato na parede, simplesmente.Penso, para nós cristãos é o tempo de conversão, de mudança de vida, de acolher com mais amor a misericórdia de Deus que nos quer perdoar. E é também o tempo onde as comunidades se preparam para viver o mistério da páscoa. Isto é, tempo da hora de Jesus Cristo do seu seguimento em que ele caminha em direção da sua hora que é a entrega total da sua vida a Deus pelos homens, seus irmãos.A quaresma é para cada um de nós um tempo de oração e de conversão. Tempo de crescer em comunhão com todos os homens, principalmente com os mais pobres e necessitados. Eles nos lembram o rosto sofrido de Jesus e nos convidam a viver com mais fidelidade a caridade, o amor fraterno, que o Evangelho exige de nós.
QUARESMA: "CONVERTER-SE E CRER NO EVANGELHO"
Mais uma vez estamos começando a quaresma. Vamos apenas repeti-la e ficar onde estamos? Ou vamos descobrir algo novo e progredir na vida? Desde antigamente, a Igreja nos prepara para a Páscoa com esse período de 40 dias. O número não foi escolhido à-toa. Desde a tradição do livro do Êxodo (Ex 16,35), considera-se que o povo de Deus passou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida, à liberdade. No Evangelho de São Marcos 1-13 Jesus passa 40 dias no deserto. E aí supera a tentação de satanás, aquela que Adão, o Homem, não conseguiu superar. Isso significa que Jesus passou pela aprovação e saiu vitorioso. Mas o que tem isso a ver conosco hoje? Que luz isso trás para nossa luta de todos os dias?
O DESTINO OU O PARAISO?
Jesus nos indica o ponto de chegada, a direção em que devemos caminhar. Ele que, no deserto, vencido Satanás, "vivia entre as feras e os anjos o serviam" é o novo Adão. É o homem no paraíso. É a nova humanidade, realizada, em paz com Deus e com a natureza. Essa mensagem de paz diga-se de passagem, aparece também no livro do Gênese 9,8-15, quando se diz que Deus pendurou o seu arco de guerra e fez a paz com os homens. E o arco de Deus se tornou o arco Íris, que pôs fim ao dilúvio, ao castigo.
COMO CHEGAR LÁ?
Uma pista nos vem do antigo povo de Deus, aquele que caminhou por 40 anos no deserto. À sua frente ia Moisés. Este povo é parecido conosco. Nossas provações, nossa luta, não duram 40 dias, mas 40 anos ou mais! Nós estamos sempre a caminho, no deserto, na esperança de chegar. De Moisés, os rabinos contavam uma história curiosa.Diziam que ele viveu 120 anos, e teve 3 longas provações de 40 anos na vida. A 1ª foi no Egito: 40 anos de aprendizagem, de experiência, de educação.Aprendeu a viver, a sentir os dramas do povo, a descobrir a solidariedade. Achou que deveria lutar pelo seu povo. Revoltou-se contra a opressão dos egípcios. Mas... Ninguém o seguiu. Aí a decepção, a fuga para Madiã, outros 40 anos curtindo sua decepção e reconquistando aos poucos a confiança, as forças, a maturidade. Enfim, superada também esta 2ª provação, Deus o chamou para guiar o seu povo, durante 40 anos, na saída do Egito, no caminho da libertação.A história de Moisés nos diz que há etapas e provações diferentes na vida. Cada um, - jovem, adulto, mais velho - tem a sua etapa a vencer, a sua caminhada.Nesta quaresma, qual é o passo que eu devo dar?
OS PRÓXIMOS PASSSOS
Não devemos, porém, olhar só para a nossa situação pessoal. O amadurecimento de Moisés é exatamente esse: Passar de sua percepção ainda ingênua das coisas para uma visão lúcida da vontade de Deus e das necessidades de seu povo. Viver a quaresma, é antes de tudo lutar contra tudo que nos separa. A tentação é sossegar diante dos problemas.Superar a provação, vencer a batalha contra o mal. Não é "apenas isso", mas nesta luta é que estamos continuando a luta contra satanás, continuando a caminhada do povo junto à libertação, realizando a nova humanidade.Certamente, Há outros passos a dar.
CAMINHADA OU TRAVESSIA
A primeira carta de São Pedro 3,18-22 compara a nossa provação a uma passagem pelas águas. Não uma caminhada, mas uma travessia! Algo como aconteceu a Noé, que foi salvo pela arca. Mas agora o nosso barco é outro.É a cruz de Cristo. Nele embarcamos com o batismo. O batismo não é um ponto de chegada. É um compromisso de seguir o Evangelho, a cruz de Jesus.E é ao mesmo tempo a garantia de que esse barco realmente pode nos conduzir ao porto seguro, ao lugar certo.
SÍMBOLOS DA QUARESMA
Conheça os símbolos da quaresma e seu significado: cinza, deserto, 40 dias, jejum.
A CINZA
É o resíduo da combustão pelo fogo das coisas ou das pessoas. Este símbolo já se usa na primeira página da Bíblia quando nos conta que "Deus formou o homem com o pó da terra" (Gen 2,7). Isso é o que significa o nome de "Adão". E se lhe recorda em seguida que esse é precisamente seu fim: "até que voltes à terra, pois dela foste criado" (Gn 3,19). Por extensão, pois, representa a consciência do nada, da nulidade da criatura com respeito ao Criador, segundo as palavras de Abraão: "Embora sou pó e cinza, me atrevo a falar ao meu Senhor" (Gn 18,27). Isto leva a todos a assumir uma atitude de humildade ("humildade" vem de húmus, "terra"): "pó e cinza são os homens", "todos caminham para uma mesma meta: todos saem do pó e todos voltam ao pó", "todos expiram e ao pó retornam". Por tanto, a cinza significa também o sofrimento, o luto, o arrependimento. Em Jó (Jó 42,6) é explicitamente sinal de dor e de penitência. Daqui se desprendeu o costume, por largo tempo conservado nos monastérios, de estender os moribundos no solo coberto com cinza posta em forma de cruz. A cinza se mescla as vezes com os alimentos dos ascetas e a cinza abençoada se utiliza em ritos como a consagração de uma igreja, etc. O costume atual de que todos os fiéis recebam em sua frente ou em sua cabeça o sinal da cinza ao começo da Quaresma não é muito antigo. Nos primeiros séculos se expressou com este gesto o caminho Quaresmal dos "penitentes", ou seja, do grupo de pecadores que queriam receber a reconciliação ao final da Quaresma, a Sexta-feira Santa, as portas da Páscoa. Vestidos com hábito penitencial e com a cinza que eles mesmos se impõem na cabeça, se apresentavam ante a comunidade e expressavam assim sua conversão. No século XI, desaparecida já instituição dos penitentes como grupo, se viu que o gesto da cinza era bom para todos, e assim, ao começo deste período litúrgico, este rito que começou a realizar para todos os cristãos, de modo que toda a comunidade se reconhecia pecadora, disposta a aprender o caminho da conversão Quaresmal. Na última reforma litúrgica se reorganiza o rito da imposição da cinza de um modo mais expressivo e pedagógico. Já não se realiza ao princípio da celebração ou independentemente dela, sendo depois das leituras bíblicas e da homilia. Assim a Palavra de Deus, que nos envia esse dia à conversão, é a que da conteúdo e sentido ao gesto.Além do mais, se pode fazer a imposição das cinzas fora da Eucaristia - nas comunidades que não têm sacerdote -, mas sempre no contexto da escuta da Palavra.
O DESERTO
Geograficamente falando, é um lugar despovoado, árido, só, inabitado, caracterizado pela escassez de vegetação e pela falta de água. É o lugar onde transcorre o jejum, considerado como solidão exterior e interior, para levar, ao que nele se interna, par a união com Deus. Os textos bíblicos em que se fundamenta esta afirmação são os quarenta dias de Moisés sem comer nem beber no monte Sinai para receber a Lei (Ex 24, 12-18; 34) e os quarenta dias de Elias (1 Re 19,3-8). Elias vive a dureza do deserto reconfortado pela comida e bebida misteriosa, e recorre seu caminho superando o declínio dos israelitas nos quarenta anos de marcha para a terra prometida. Se trata, em todos os casos, de homens marcados pela visão de Deus ao final do dito caminho. Estas narrações nos ajudam a entender o sentido dos quarenta dias de deserto de Cristo (Primeiro Domingo de Quaresma), vivido como experiência da tentação e encontro íntimo com o Pai, mas, também, como preparação a seu ministério público. Para a Bíblia, o deserto é, também, uma época de oração intensa. É o lugar do sofrimento purificador e da reflexão. Embora também e uma graça que pode ser rejeitada. O jejum de Moisés contrasta com a rejeição dos quarenta anos de deserto por parte do povo. Os quarenta dias de Moisés são o refazer um caminho de fidelidade que o povo não soube andar, assim como os de Cristo o são para a prova que o Espírito Santo permitia ao tentador (Mt 4, 1). O deserto é a geografia concreta, o espaço e o tempo da união com Deus. Por isso Oséias (Os 2, 16-17) o propõe como o lugar propício para captar sua mensagem espiritual, igual o que faz a Igreja com seus filhos na Quaresma. Muitas vezes em nossa vida cotidiana nós rejeitamos esses espaços de silêncio e solidão porque temos medo de nos encontramos com nós mesmos e com Deus e descobrir que longe estamos de seu projeto sobre nós. Por isso, o " deserto" requer coragem dos humildes, dos que não têm medo de começar novamente...
OS QUARENTA DIAS
A organização Quaresmal é um tempo simbólico que faz suas raízes no Antigo e no Novo Testamento. Os quarenta dias de Moisés e de Elias ou os quarenta anos do Povo Eleito no deserto não são referências secundárias. A tradição judeu-cristã tem visto neste número um determinado significado. Provavelmente a idéia mais antiga seja a referência aos anos de deserto vistos como um tempo associado ao castigo de Deus (cf. Nm 14,34; Gn 7,4. 12. 17; Ez 4,6; 29, 11-13). Em Deuteronômio aparece uma interpretação dos quarenta anos como o tempo da prova à que Deus somente ao povo (Dt 2,7; 8,2-4). São os dias do crescimento da fé, segundo o Salmo 94, 10. Para os Atos dos Apóstolos, o número quarenta continua sendo simbólico. Lucas divide a vida de Moisés em três períodos de quarenta anos (At 7,23 e 7,30); faz referência aos quarenta anos do reinado de Saul (At 13,21); e aos quarenta dias da Ascensão (Atos 1, 3). Estes quarenta dias poderiam, então, considerar-se como esse "hoje" do que fala a Carta aos Hebreus ao referir-se ao Sal 94, como esse "tempo propício" para escutar a voz de Deus e não endurecer o coração. Em efeito, nossa relação com Deus necessita não só de um "espaço" adequado (o deserto como lugar de silêncio), sendo também de um "tempo" oportuno e concreto, "suficiente" para escutar, através de nossa consciência, sua voz de Pai que corrige e consola.
"QUE O SENHOR TE ABENÇOE E TE GUARDE; QUE O SENHOR FAÇA RESPLANDECER SEU ROSTO SOBRE TI E TENHA MISERICÓRDIA DE TI QUE O SENHOR SOBRE TI LEVANTE O SEU ROSTO E TE DÊ A PAZ."

Fonte: Portal Católico.

Declaração comum poderia recolher 40 anos de ecumenismo

Uma declaração comum sobre a fé compartilhada por cristãos das diferentes confissões poderia converter-se na síntese de 40 anos de ecumenismo, anunciou a Santa Sé.
Assim explicou o comunicado emitido nesse sábado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após ter convocado em Roma um simpósio de 8 a 10 de fevereiro com a participação de teólogos católicos, luteranos, reformados, anglicanos e metodistas.
O encontro foi convocado pelo cardeal Walter Kasper, presidente desse dicastério vaticano, que desde 1999 trabalha nesse departamento que funde suas raízes no secretariado criado por João XXIII em 1960.
Entre as propostas concretas surgidas do evento – revela o comunicado vaticano –, destaca-se “redigir uma Declaração Comum sobre o que alcançamos juntos ecumenicamente. Esta declaração poderia tomar a forma de uma afirmação comum de nossa fé batismal, um comentário ao Credo apostólico e ao Pai Nosso”.
De fato, “o objetivo do simpósio não era só constatar os muitos elementos de convergência alcançados em 40 anos de diálogo oficial, mas também encontrar a maneira de comunicar estes importantes resultados aos membros das diferentes comunidades cristãs para que possam expressar mais plenamente em sua vida de fé o progresso realizado para a unidade”.
Neste encontro sem precedentes, celebrado em Roma, sublinha o Conselho Pontifício, “apresentou-se a nova e prometedora atitude, segundo a qual o diálogo ecumênico é considerado um intercâmbio de dons. Falou-se honestamente também dos limites da diversidade e do papel da hierarquia das verdades”.
“O simpósio também analisou o futuro para discernir qual terá de ser a configuração do diálogo ecumênico. Refletiu-se amplamente sobre os passos que se terão de empreender para alcançar o objetivo ecumênico, que continua sendo a comunhão plena e visível”.
O cardeal Kasper lançou a seguinte consideração: “que significa a comunhão no sentido teológico? Não significa comunidade no sentido horizontal, mas communio sanctorum [comunhão dos santos, ndt.], que poderíamos definir como participação vertical no que é ‘santo’, nas ‘coisas santas’, quer dizer, o Espírito de Cristo presente em sua Palavra e nos sacramentos administrados pelos ministros, propriamente ordenados”.
As sugestões surgidas deste encontro serão retomadas na assembleia plenária do Conselho Pontifício, prevista para o mês de novembro de 2010.
Os participantes, conclui a nota vaticana, “declararam que a capacidade para organizar encontros deste tipo é uma característica própria de Roma, sublinhando desde modo o amplo serviço que o ministério petrino pode oferecer ao ecumenismo”.

Fonte: Zenit.

Indonésia: manifestação interrompe construção de uma igreja

Uma manifestação de um grupo de cerca de 50 radicais muçulmanos no vilarejo de Curug Mekar, na província de Java Ocidental, que protestavam contra a construção de uma igreja protestante, levou as autoridades locais a revogar a autorização para a construção do templo cristão.
De acordo com a agência Asia News, o secretário executivo do governo local teria se dirigido aos manifestantes dizendo ser “necessário rever a permissão” para a construção da igreja, alegando “irregularidades” na coleta de assinaturas entre os residentes na área, etapa necessária para a concessão de autorizações para construções de templos.
Esta não é a primeira vez que se verifica uma ocorrência do gênero. Em Purwakarta, por exemplo, situada na mesma província, a construção de uma igreja católica foi interrompida por manifestações semelhantes por parte de extremistas muçulmanos.
Na ocasião, os bispos do país declararam que os fiéis tinham obtido todos as permissões exigidas, denunciando as autoridades locais por não respeitar os direitos legítimos das minorias religiosas do país.
A Conferência Episcopal da Indonésia enviou uma mensagem de protesto formal ao parlamento do país contra a “repentina revogação das permissões” para a construção de templos.
No final do ano passado, uma multidão de cerca de mil radicais muçulmanos atacou, na cidade de Bekasi, uma igreja católica cuja construção estava prestes a ser concluída, provocando graves danos ao edifício.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Corpo de Santo Antônio é exposto em Pádua



Da segunda-feira, dia 15, ao sábado, 20 de fevereiro, os fiéis poderão assistir a uma exposição – ostensão – extraordinária dos restos mortais de Santo Antônio, na Capela das Relíquias da basílica do santo, em Pádua.
A ostensão coincide com a festa litúrgica do Translado de Santo Antônio (conhecida também como “Festa da Língua”), celebrada anualmente na basílica, no dia 15 de fevereiro. A festa recorda o primeiro translado do corpo do santo, em 8 de abril de 1263, por obra de São Boaventura (que, naquela ocasião, encontrou sua língua incorrupta), e de 15 de fevereiro de 1350, quando o túmulo do santo ocupou seu lugar definitivo na atual Capela da Arca.
A festa pública é celebrada no domingo seguinte ao dia 15 de fevereiro.
O corpo de Santo Antônio será recomposto e visível em uma urna de vidro após 29 anos desde o seu último reconhecimento canônico e médico-científico, ocorrido em janeiro de 1981, 750 anos depois da morte do santo. A isso seguiu uma ostensão que se prolongou até o dia 1º de março de 1981 e que contou com a presença de mais de 650 mil peregrinos.
No domingo, 14 de fevereiro, às 21h, a urna com o corpo do santo será transferida de forma privada do lugar atual à Capela das Relíquias.
Entre os dias 15 e 20, os fiéis poderão visitar livremente a capela, para venerar os restos do santo, durante o horário de abertura da basílica.
No sábado, dia 20, acontecerá a reposição do corpo de Santo Antônio, de forma privada, à Capela da Arca. No dia seguinte, comemorar-se-á a Festa do Translado. Os momentos culminantes serão a Missa solene, presidida pelo delegado pontifício, às 11h, e a das 17h, presidida pelo ministro provincial dos Frades Menores Conventuais, à qual seguirá a tradicional procissão dentro da basílica com a relíquia do queixo de Santo Antônio.
Por ocasião deste evento, os frades do Messaggero di Sant'Antonio criaram um novo site, http://www.santantonio.org/ostensionedelsanto2010, para facilitar a visita dos peregrinos. O site proporciona informações em italiano e inglês, inclusive dados sobre a vida do santo e sobre os reconhecimentos.
Através deste site, os devotos poderão reservar online o Certificado do Peregrino – com o selo comemorativo do acontecimento –, que deve ser retirado ao chegar à basílica, no escritório de acolhida do Claustro da Magnólia.
Conectando-se via web, será possível acompanhar ao vivo, no dia 20, às 11h (hora local), a Santa Missa, com os Frades do Messaggero di Sant'Antonio, dirigida a todos os assinantes, leitores e amigos da revista.


Para mais informação: infobasilica@santantonio.org.


Fonte: Zenit.

Sentido da dor e milagres, segundo porta-voz vaticano



Os milagres têm um objetivo: ajudar a descobrir o amor de Deus, explica o porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, SJ. Da mesma forma, acrescenta, o sofrimento constitui uma oportunidade única para abrir o coração a Ele.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé fez um balanço das atividades de que Bento XVI e a Santa Sé participaram por ocasião do Dia Mundial do Doente, comemorado em 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes.
“O Papa quis celebrar solenemente e presidir pessoalmente a Missa por ocasião do Dia do Doente e sublinhar, com suas palavras, em que consistem os verdadeiros milagres, isto é, os sinais que causam maravilha, pois iluminam de maneira mais profunda a imensa realidade do sofrimento humano”, afirmou o Pe. Lombardi no último editorial de Octava Dies, jornal do Centro Televisivo Vaticano.
“O sofrimento é o lugar no qual o amor, posto duramente à prova, se manifesta da maneira mais intensa e pura. Na fraqueza do doente grave, é cada vez mais evidente que a relação de amor, dado e recebido, é a autêntica revelação do sentido de uma vida reduzida ao essencial; todo o resto já não importa”, sublinhou.
“Não sabemos se poderia haver um mundo sem sofrimento – reconheceu o porta-voz. Em nosso coração existe um oceano, mas este sofrimento não é só do homem: é também do coração e Deus e pode manifestar o amor.”
“Pode-se compreender e viver o sentido misterioso do sofrimento em um mundo sem Deus e sem a cruz de Cristo? – perguntou-se. É imensamente difícil, talvez impossível. Por este motivo, o sofrimento é parte essencial da vida e do serviço da Igreja, para salvar a esperança do mundo.”


Fonte: Zenit.