terça-feira, 4 de agosto de 2015

Violência em Israel: rabinos italianos fazem duras críticas

O rabinato da Itália condenou em peso dois atos violentos que ocorreram nas últimas horas na Terra Santa: um na aldeia palestina de Kfar Douma, onde o pequeno Ali Saad Dawabsheh perdeu a vida, e o outro contra manifestantes da parada gay de Jerusalém.

"As palavras mais eficazes em linha com a nossa identidade e com os valores que queremos testemunhar são as do presidente Rivlin: não é a nossa via, não é a via do povo de Israel", disse o rabino Giuseppe Momigliano, presidente da Assembleia de Rabinos da Itália, no site judaico italiano Moked. "São gestos contrários a todo valor judaico. É importante que, contra esta barbárie, eleve-se uma voz forte e única, que, do rabinato, chegue à sociedade civil, e que, das palavras, se passe imediatamente aos fatos".

Categórico foi também o rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni: "Todos esses comportamentos nada têm a ver com a lei judaica, a Halachá. Nada mais a acrescentar". Benedetto Carucci Viterbi, presidente das escolas judaicas de Roma, comentou os dois episódios ditados pelo extremismo e pelo fanatismo religioso ao fazer uma reflexão dominical sobre o mandamento de não matar: "Não matarás, nem com seleção falsamente justificativa de vítimas".

Pierpaolo Pinhas Punturello, representante da organização Shavei Israel na Itália, insistiu: "O gesto de um haredi que esfaqueou manifestantes na parada gay de Jerusalém e a queima brutal de uma casa perto de Ramallah, com a consequente morte de um bebê de 18 meses, esmagam, sem possibilidade de respirar, os horizontes da minha identidade judaica".

Adolfo Locci, rabino-chefe de Pádua, cita o Deuteronômio: "Amarás o Senhor teu Deus", e explica que "os mestres do Midrash ensinam que este verso se refere ao amor por Deus que devemos gerar nos outros, como fez Abraão, nosso pai. Não é suficiente, para cumprir esta mitzvá, o nosso amor pessoal; devemos considerar, acima de tudo, o que podemos gerar nos outros através do nosso ensinamento e do nosso exemplo. Ai daqueles que são vergonha para a Torá e para o povo de Israel".

Fonte: Zenit.

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