quinta-feira, 8 de maio de 2014

China: na internet a Bíblia supera o Livrinho Vermelho e o Papa ultrapassa o premier

A Bíblia bate o Pequeno Livro Vermelho, os cristãos superam os membros do Partido Comunista, o Papa Francisco é mais popular do que Li Keqiang e Jesus mais do que Xi Jinping. São surpreendentes os resultados da análise realizada pela Foreign Policy do Weibo, um serviço de microblogging chinês, relatado pela agência Ásia News. Uma pesquisadora analisou o fluxo de palavras citadas no site, utilizado por cerca de 300 milhões de chineses e compilou um ranking de popularidade.
As citações bíblicas são 17 milhões contra 60 mil atribuídas ao presidente Mao. Os usuários que citam as várias igrejas cristãs são 41,8 milhões, enquanto aqueles que falam do Partido Comunista são 5,3 milhões. Embora esteja presente todos os dias na imprensa nacional, o presidente Xi Jinping é citado em 4 milhões de posts. Jesus Cristo, muito menos presente na mídia nacional, aparece em 18 milhões. Da mesma forma, Bergoglio supera muito o primeiro ministro Li Keqiang.
De acordo com Bethany Allen, que conduziu o estudo, os resultados "são surpreendentes", mas tem uma explicação lógica: cerca de 100 mil funcionários chineses encarregados de censurar a rede tem, de fato, "um grande trabalho", e dado que a censura política é muito mais importante do que a religiosa, eles "tendem a apagar tudo o que está relacionado ao estado, que não provém de fontes oficiais”.
Isto, obviamente, não significa que não exista censura contra os cristãos: "Se você procurar posts sobre as igrejas subterrâneas, ou seja, comunidades que se recusam a se registrar junto ao Estado, aparece uma página em branco e uma mensagem que diz "resultados que violam as leis e regulamentos internos”. Isto vale também para outros temas sensíveis do ponto de vista religioso.
No entanto, Allen destaca que os dados não são apenas o resultado de uma censura esquizofrênica: "Para o povo chinês, a ideologia comunista não interessa mais, enquanto o cristianismo continua a atrair mais pessoas. Há duas décadas, apesar de tudo, a população e a presença cristã na China continuam a aumentar".

(Fonte: Asia News/ Trad.:MEM)

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