sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Católicos e ortodoxos diante dos mesmos desafios

Um mês após o encontro ecumênico de Assis, o papa Bento XVI enviou uma mensagem de felicitação ao arcebispo de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião da festa litúrgica de Santo André.

Santo André é o santo padroeiro do Patriarcado de Constantinopla. A tradição diz que, tanto na festa do apóstolo como na dos santos Pedro e Paulo, a Igreja de Roma e a de Constantinopla devem mandar seus delegados à sede em festa para fazer as homenagens pertinentes.

Hoje, em Constantinopla, onde também se celebra o vigésimo aniversário da eleição de Bartolomeu I como arcebispo e patriarca ecumênico, a delegação do Vaticano foi liderada pelo Cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O cardeal foi acompanhado por Dom Brian Farrell, secretário do dicastério, e pelo padre Andrea Palmieri, oficial da Seção Oriental do mesmo dicastério. Em Istambul, juntou-se à delegação o Núncio Apostólico na Turquia, Dom Antonio Lucibello.

A delegação da Santa Sé participou na solene liturgia presidida por Bartolomeu I na igreja patriarcal de Fanar. Depois, teve um encontro com o patriarca e conversas com a Comissão Sinodal responsável pelas relações com a Igreja Católica.

O Cardeal Koch entregou ao patriarca ecumênico a mensagem escrita de próprio punho pelo Santo Padre, a qual foi lida no final da liturgia, acompanhada de um presente. O cardeal também se reuniu com representantes da comunidade católica local e conversou sobre o ecumenismo com os religiosos presentes na cidade.

"Eu ainda guardo muito viva no coração”, escreveu o papa na mensagem, “a lembrança do nosso último encontro, quando nos reunimos como peregrinos da paz na cidade de Assis, para refletir sobre a relação profunda que une a busca sincera de Deus e da verdade à busca da paz e da justiça no mundo".

As considerações do Santo Padre também tocaram temas de atualidade. As circunstâncias atuais políticas, econômicas, sociais e culturais, disse Bento XVI, "colocam católicos e ortodoxos diante exatamente do mesmo desafio", o de anunciar o Evangelho, especialmente naquelas regiões "que hoje estão sofrendo os efeitos de uma secularização que enfraquece o homem na sua dimensão mais profunda".

Católicos e ortodoxos devem demonstrar que alcançaram uma "fé madura" capaz de união "através da busca comum da verdade, sabendo que o futuro da evangelização depende do testemunho de unidade dado pela Igreja e pela qualidade da caridade", continuou o papa.

Quanto ao vigésimo aniversário do patriarcado de Bartolomeu I, o bispo de Roma expressou "grande conforto" porque o mais alto cargo na Igreja de Constantinopla, durante os últimos 20 anos, "sempre se preocupou com a questão do testemunho da Igreja e da sua santidade no mundo contemporâneo". Garantindo suas orações e as de toda a Igreja de Roma pela "paz mundial, pela prosperidade para a Igreja e pela unidade de todos os crentes em Cristo", Bento XVI auspiciou que “o Senhor nos permita avançar no caminho da paz e da reconciliação".


Fonte: Zenit.

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