quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bispos dos Estados Unidos apoiam mudança de política com Cuba



Pedem também uma mudança na política migratória com o México

Os bispos dos Estados Unidos acolheram a intenção de Barack Obama de uma mudança da política com Cuba que comportaria uma diminuição das sanções, anunciado pelo presidente norte-americano por ocasião da reunião que aconteceu recentemente em Trinidad e Tobago.
Em uma carta, o bispo Howard Hubbard, de Albany, Nova York, presidente da comissão episcopal sobre Justiça Internacional e Paz, assinalou que o conselho que preside «pediu durante muitos anos uma flexibilização das sanções contra Cuba».
«Estas políticas fracassaram em grande parte na hora de promover uma maior liberdade, a democracia e o respeito dos direitos humanos em Cuba», escreve Dom Hubbard na carta de 15 de abril. «Ao mesmo tempo, as políticas contraprodutivas de nossa nação alienaram desnecessariamente muitos no hemisfério. A melhoria da vida do povo cubano e o fomento dos direitos humanos em Cuba avançarão mais através de um maior, e não de um menor, contato entre os povos norte-americano e cubano.»
Obama anunciou sua intenção de garantir aos cubanos residentes nos Estados Unidos o direito de viajar livremente à Ilha e de enviar dinheiro a seus familiares, assim como de levantar as restrições às companhias de telecomunicações norte-americanas, com o fim de ajudar uma futura mudança em Cuba.
Migrações
Outra das questões sobre as quais os bispos consideram necessária uma mudança é a política migratória, e para isso pedem ao presidente um maior diálogo com as autoridades mexicanas.
Dom John Wester, bispo de Salt Lake City (Utah) e presidente do Comitê episcopal sobre Migração, mostrou a preocupação dos bispos sobre a situação da migração entre o México e os Estados Unidos, pouco antes da visita de Obama ao presidente Felipe Calderón, durante a qual se tratou deste tema, entre outros.
Segundo explicou Dom Wester em uma nota de imprensa nesse mesmo dia, ambas as nações se beneficiam da situação atual, enquanto os explorados são os próprios imigrantes.
Os Estados Unidos, afirmou, «recebem o benefício dos imigrantes e dos impostos sobre seu trabalho sem ter de preocupar-se pela proteção de seus direitos, nem nos tribunais nem nos lugares de trabalho. Quando convém, são convertidos em bodes políticos expiatórios – tanto retoricamente como de forma efetiva, através de redes em seus lugares de trabalho».
Mas também o México ganha, acrescentou Dom Wester, referindo-se aos 20 bilhões de dólares em remessas anuais, sem a necessidade de resolver a situação dos mexicanos nos âmbitos mais baixos da escala econômica.
«O que lhes resta é uma política de ‘ir para o norte’, que expõe os cidadãos mexicanos aos estragos dos traficantes, dos agentes da lei corruptos, e à possibilidade de morrer no deserto», lamentou Dom Wester.
«Os perdedores neste jogo da globalização são os próprios migrantes, que não têm o poder político e são incapazes de defender-se dos inevitáveis abusos e exploração, em um sistema que se aproveita de seu desespero e lhes expropria da ética no trabalho.»

Fonte: Zenit.

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