quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pastor que queimou Alcorão “deveria ser detido”

O arcebispo de Lahore (Paquistão), Dom Lawrence Saldanha, pediu a prisão do pastor americano cuja decisão de queimar o Alcorão provocou protestos, que levaram à morte de pelo menos 24 pessoas no Afeganistão.

O prelado condenou a profanação do texto sagrado do Islã, perpetrada pelo pastor Wayne Sapp, sob a supervisão do pastor Terry Jones, em 20 de março, no ‘Dove World Outreach Centre' do estado da Flórida.

Desde então, no mundo muçulmano, os protestos se proliferaram.

No Afeganistão, um ataque à base das Nações Unidas na cidade de Mazar-el-Sharif, na sexta-feira, 1º de abril, provocou a morte de 14 pessoas, 7 das quais eram da equipe americana, e no dia seguinte houve pelo menos outras 10 vítimas na cidade meridional de Kandahar.

Também houve protestos no Paquistão, onde a queima do Alcorão foi associada a ataques em três igrejas do país, que tem 2,5 milhões de cristãos.

Falando de Lahore à associação caritativa internacional ‘Ajuda à Igreja que Sofre' (AIS), o arcebispo disse que "o governo dos Estados Unidos deveria prender o pastor".

"Considerando o impacto que suas ações têm sobre o mundo inteiro, deveria ser controlado e entender o mal que ele fez", disse ele.

O prelado, que preside a Conferência Episcopal do Paquistão, pediu ao governo dos EUA que "evite ações desse tipo por parte de extremistas e outros fundamentalistas cristãos".

Dom Saldanha recordou a preocupação dos muçulmanos que protestaram em todo o Paquistão. "Embora não tenha havido reações contra os cristãos, a situação poderia se tornar perigosa", observou.

Em um comunicado divulgado no sábado passado, também o presidente Barack Obama falou da queima do Alcorão e dos mortos no Afeganistão.

"A profanação de qualquer texto sagrado, incluindo o Alcorão, é um ato de intolerância extrema - declarou. De qualquer maneira, atacar e matar pessoas como resposta a isso é absurdo e uma afronta à dignidade humana."

Nos últimos meses, as igrejas no Paquistão estabeleceram novas medidas de segurança, como guardas armados, câmeras e sacos de areia. As pessoas que entram para participar dos ofícios têm de se submeter a controles.

Fonte: Zenit.

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