quarta-feira, 30 de junho de 2010

LULA E BERLUSCONI SE REÚNEM EM SÃO PAULO

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no edifício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Depois do encontro privado, os dois assistem ao encerramento do seminário "Brasil-Itália: Novas Parcerias Estratégicas" e fazem uma declaração à imprensa. Berlusconi e Lula se cumprimentaram com um largo sorriso e um abraço antes de posarem para fotógrafos e cinegrafistas. O premier chegou ontem a São Paulo para uma visita oficial de dois dias. Ontem, ele se reuniu com empresários italianos. Segundo o governo da nação europeia, o principal objetivo da viagem é econômico, já que a Itália pretende promover as ações do empresariado do país em território brasileiro. Segundo dados locais, de 2002 a 2008, o comércio bilateral cresceu 160%.

(ANSA)

Pálio é o penhor da liberdade

A Basílica de S. Pedro acolheu na manhã desta terça-feira a celebração eucarística por ocasião da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O tema da homilia do Santo Padre foi a liberdade da Igreja, contida em toda a liturgia da Palavra de hoje.
Comentando as leituras do dia, Bento XVI descreveu as provações físicas e espirituais sofridas por Pedro e Paulo e a ação libertadora de Deus, que os conduziu às portas do Céu. Na primeira leitura, é narrado um episódio específico que mostra a intervenção do Senhor para libertar Pedro da prisão; na segunda, Paulo diz-se convencido de que o Senhor, que já o salvou da "boca do leão", o libertará "de todo o mal".
A experiência dos dois Apóstolos é significativa hoje para a Igreja, notou Bento XVI. Analisando os dois milênios de sua história, observa-se que – como tinha preanunciado Jesus – jamais faltaram provações aos cristãos, que em alguns períodos e lugares assumiram o caráter de verdadeiras perseguições.
Todavia, advertiu o Papa, as perseguições não constituem o perigo mais grave para a Igreja. O dano maior é representado pela contaminação da fé e da vida cristã de seus membros e de sua comunidade, ferindo a integridade do Corpo místico, enfraquecendo a sua capacidade de profecia e de testemunho e ofuscando a beleza de seu rosto.
Esta realidade é descrita nas cartas paulinas, que narram problemas de divisões, de incoerências e de infidelidades ao Evangelho que ameaçam seriamente a Igreja. Em meio aos perigos, Paulo confortava os fiéis: os homens que realizam o mal "não irão muito longe, porque a própria estupidez será manifestada a todos".
Há então uma garantia de liberdade assegurada por Deus à Igreja – liberdade seja dos laços materiais, que buscam impedir ou coagir a sua missão, seja dos males espirituais e morais, que podem ferir sua autenticidade e credibilidade.
O tema da liberdade da Igreja tem também uma atinência ao rito da imposição do Pálio, afirmou o Papa, saudando os 38 arcebispos metropolitanos que receberam hoje a estola de lã.
A comunhão com Pedro e seus sucessores é uma garantia de liberdade para os Pastores da Igreja e para as próprias comunidades a eles confiadas. A comunhão com a Sé Apostólica assegura às Igrejas particulares e às Conferências Episcopais a liberdade no que diz respeito a poderes locais, nacionais e internacionais, que podem em alguns casos impedir sua missão por motivos políticos ou ideológicos. Além disso, o ministério petrino é garantia de liberdade no sentido da plena adesão à verdade, de modo que o Povo de Deus seja preservado dos erros concernentes à fé e à moral.
"O Pálio então se torna, neste sentido, um penhor de liberdade, analogamente ao 'jugo' de Jesus, que Ele convida a tomar cada um sobre os próprios ombros."
Por fim, Bento XVI se dirigiu à delegação do Patriarcado de Constantinopla, tradicionalmente presente na celebração da solenidade dos Padroeiros de Roma.
O Papa citou a promessa de Cristo de que as forças do inferno não prevalecerão sobre a sua Igreja: "Estas palavras podem ter também um significativo valor ecumênico, a partir do momento de que um dos efeitos típicos da ação do Maligno é exatamente a divisão no interior da Comunidade eclesial. As divisões, de fato, são sintomas da força do pecado, que continua a agir nos membros da Igreja também depois da redenção. Mas a palavra de Cristo é clara: 'non praevalebunt' – não prevalecerão (Mt 16,18)".
Depois da homilia, o Pontífice impôs o Pálio pessoalmente a cada um dos 38 arcebispos. Entre eles, estavam dois brasileiros: o Arcebispo de Recife e Olinda, Dom Antônio Fernando Saburido, e o Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. (BF)

Fonte: Rádio Vaticano

Não tire férias de Deus

É bastante comum no mês de julho pessoas entrarem de férias; passear, mudar sua rotina, “fazer o que quiser”, acordar um pouco mais tarde, viajar, freqüentar praias... E nós não somos diferentes. Tudo isso é muito bom e todos nós precisamos ter momentos como esses para descansar a mente e repor as energias. Deus descansou no sétimo dia após trabalhar incessantemente pela criação do mundo (Gn 2, 1-4). Assim também nós, filhos de Deus. Se Ele descansou, e nós fomos feitos à imagem e semelhança de d’Ele, nada mais justo do que termos férias. Porém, se não estivermos atentos, algo muito delicado pode passar despercebido. Nós, muitas vezes, mudamos o nosso relacionamento com Deus. Deixamos de ir às missas, não fazemos nossas orações pessoais, ficamos presos à televisão e ao computador e por isso, nos tornamos mais vulneráveis ao pecado. Jovens que não respeitam a castidade, pessoas que mergulham no vício; brigas entre pessoas que nem se conhecem ou até mesmo entre grandes amigos, traições entre casais, mentiras... Tudo isso causado pelo nosso afastamento de Deus. Sem perceber, podemos entrar numa rotina que provoca em nós algo que ao invés de ser benéfico, torna-se verdadeiras brechas e nos distanciam da nossa salvação, podendo deixar marcas para nossa vida inteira. Jesus nos diz: Vigiai e Orai. É preciso ter muito cuidado com as coisas que fazemos em nossa vida. Tiramos férias do nosso trabalho, da nossa faculdade, ou da escola, dos nossos trabalhos pastorais, mas não podemos tirar férias de Deus NUNCA. É necessário levar Deus para onde quer que vamos. Já que temos mais tempo nas férias, porque não gastar mais tempo com Deus? Passear na praia com o terço nas mãos, pegar aquele ventinho gostoso meditando a Palavra de Deus, ler um bom livro católico, contemplar as paisagens que vemos e fazer um grande louvor a Deus pela sua criação. Ou ainda (a melhor de todas!) chegar ao local das suas férias e procurar logo aonde tem uma Igreja e verificar os horários da Santa Missa e participar pelo menos aos domingos. Tudo isso é necessário para não tirarmos férias de Deus (já tentou imaginar se Deus tirasse férias de nós? – Não queira nem imaginar!).

Curta bem essas férias na presença do nosso Senhor!

Colunas da Igreja

Após a celebração eucarística esta manhã na Basílica Vaticana, o Papa rezou o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça S. Pedro.
Antes da oração mariana, Bento XVI falou do significado da solenidade dos Santos Pedro e Paulo, padroeiros de Roma.
A liturgia de hoje propõe a profissão de fé de Pedro diante de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16). Não se trata de uma declaração fruto de um raciocínio, mas de uma revelação do Pai ao pescador da Galiléia, disse o Papa. Simão Pedro é tão próximo ao Senhor que ele mesmo se torna uma rocha de fé e de amor sobre a qual Jesus edificou a sua Igreja.
Já São Paulo difundiu o Evangelho com a Graça divina, semeando a Palavra de verdade e de salvação em meio aos povos pagãos. Os dois Santos Padroeiros de Roma, mesmo tendo recebido de Deus carismas e missões diferentes, são ambos os fundamentos da Igreja una, santa, católica e apostólica, permanentemente aperta à dinâmica missionária e ecumênica.
A seguir, saudou os Arcebispos que esta manhã receberam o Pálio na Basílica Vaticana – estola que simboliza seja a comunhão com o Bispo de Roma, seja a missão de apascentar com amor o único rebanho de Cristo.
Concluindo, o Papa saudou a presença da delegação do Patriarcado Ecumênico, que testemunha o vínculo entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla.
Após a oração e a benção, Bento XVI se dirigiu aos fiéis presentes na Praça, saudando-os em várias línguas.
Aos franceses, recordou que a Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, alicerces da Igreja, nos lembra que Deus construiu a Igreja sobre a rocha de nossa fé, que é irrigada pelos ensinamentos de Cristo, transmitidos pelos Apóstolos.
“Assim, devemos agradecê-los” – disse o Papa em inglês – “pela fé que recebemos, na comunhão da Igreja”. Bento XVI explicou que o pálio conferido aos arcebispos metropolitanos de todo o mundo é um sinal de unidade e pediu que rezemos para que, pela intercessão dos Apóstolos, eles sejam verdadeiros arautos do Evangelho e da caridade pastoral; modelos para o rebanho confiado a seus cuidados.
Em alemão, o Pontífice convidou os fiéis a sustentarem seus bispos através de orações e sacrifícios.
Aos peregrinos de língua espanhola, o Papa frisou que hoje celebramos o martírio dos apóstolos que nesta cidade de Roma deram seu máximo testemunho de amor a Cristo, e convidou todos a seguir seu exemplo.
Em português, disse:
“Uma cordial saudação para os Arcebispos Metropolitas de Angola e do Brasil que acabaram de receber o pálio, e também para os familiares e amigos que os acompanham: A Santíssima Virgem guie e proteja maternalmente a cada um deles e ao Rebanho que lhes foi confiado”.
Em polonês, Bento XVI destacou que esta Solenidade é a ocasião propicia para renovar e reforçar as relações com a Igreja de Roma e seu Bispo. Em seguida, saudou os Arcebispos que receberam o pálio e seus acompanhantes, e brevemente, se dirigiu também aos fiéis poloneses, tchecos, eslovenos, eslovacos e italianos.

Fonte: Rádio Vaticano

Assembleia de bispos paulistas em Aparecida

Inicia-se nesta terça-feira e prossegue até 1° de julho, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a assembleia do Regional Sul 1 (São Paulo) da CNBB.
O encontro acontece todos os anos. De acordo com o regulamento do CONSER (Conselho Episcopal Regional), o objetivo do encontro é traçar as diretrizes de ação evangelizadora e pastoral.
Segundo o bispo de Mogi das Cruzes (SP), Dom Airton José dos Santos, secretário-geral do Regional Sul 1, a missão continental deve refletir toda preocupação da Igreja no Brasil.
"Este ano o tema proposto para a nossa reflexão é a missão continental. Tal tema será debatido durante os trabalhos que já são realizados pela CNBB e proposto pela V Conferência de Aparecida", disse o prelado.
Para Dom Airton, a proposta central é analisar o trabalho de evangelização da Igreja no Brasil e aprofundar alguns temas fundamentais na vida da Igreja no Estado de São Paulo.
"Nossa preocupação é estarmos sempre em atitude de missão. No Estado de São Paulo temos o 'Projeto de Ação Missionária Permanente', que busca fazer da ação evangelizadora uma missão constante", concluiu o bispo de Mogi das Cruzes.

Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 29 de junho de 2010

Chamado a ser catequista é graça divina, diz bispo

“O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça”, afirma o presidente da Comissão Para Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Eugênio Rixen.O bispo escreveu uma mensagem – divulgada hoje pela Conferência episcopal – para o Dia do Catequista, que será comemorado no Brasil a 29 de agosto.No texto, o prelado afirma que a Igreja celebra o Dia do Catequista “com admiração, reconhecimento e gratidão”.Dom Eugênio Rixen assinala que a vocação do catequista “é a vocação do Profeta – aquele/la que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence”.“O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça. A missão do catequista está na raiz da palavra ‘catequese’, que vem do grego ‘katechein’ e quer dizer ‘fazer eco’”.“Logo, catequista é aquele/la que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado”, afirma o bispo.O responsável da CNBB destaca que o catequista “não é só transmissor de ideias, conhecimentos, doutrina”. Sua “experiência fundante está no encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo”.“Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias”, deseja o bispo.

Fonte: Zenit.

Papa ao Círculo de São Pedro: “caridade e testemunho”

“Caridade e testemunho” são as duas indicações de Bento XVI aos membros do Círculo de São Pedro, ao recebê-los em audiência no Vaticano, no último sábado.
O motivo do encontro foi a tradicional entrega do óbolo de São Pedro, ou seja, as oferendas recolhidas nas paróquias e instituições da diocese de Roma, destinadas às atividades caritativas do Papa.
Este encontro, que normalmente se realiza depois da festa da Cátedra de São Pedro – 22 de fevereiro –, constitui um momento particularmente significativo, que destaca a colaboração entre a Santa Sé e esta associação, nascida em Roma no dia 28 de abril de 1869, como obra de Domenico Jacobini e do jornalista Paolo Mencacci.
O óbolo de São Pedro, disse o Papa em seu discurso, “representa um ponto de convergência entre duas ações complementares que se concentram em um único eloquente testemunho de caridade evangélica”.
“Por um lado, manifesta o afeto dos habitantes desta cidade e dos peregrinos ao sucessor de Pedro; e, por outro, expressa a solidariedade concreta da Santa Sé com as numerosas realidades de miséria e pobreza que, infelizmente, permanecem em Roma e em tantas partes do mundo.”
Bento XVI destacou que, por meio do seu compromisso com os mais desfavorecidos, o Círculo de São Pedro difunde “uma mensagem de esperança que provém da fé e da adesão ao Senhor”.
Depois, referindo-se ao lema do Círculo de São Pedro, o Papa pediu para extrair sempre forças novas da oração e do espírito de sacrifício, “para trazer copiosos frutos de bem” à comunidade cristã e à sociedade civil.
Em seu discurso de saudação, o presidente geral da antiga associação, o duque Leopoldo Torlonia, ilustrou algumas das iniciativas concretas realizadas este ano, como a renovação dos locais de asilo noturno e de um refeitório, assim como a construção de um orfanato em Laos.
O Círculo de São Pedro nasceu no contexto das duas últimas décadas do século XIX, como resposta a um clima dominado por um feroz anticlericalismo e por uma situação de crise profunda, que se tentou enfrentar com numerosas iniciativas caritativas, como o óbolo de São Pedro (cujo funcionamento foi regulado pelo Papa Pio IX na encíclica Saepe venerabilis, de 5 de agosto de 1871).
O Círculo, além de oferecer assistência prática, moral e religiosa a pessoas carentes, sem teto ou a mães de crianças internadas no Hospital Pediátrico Bambino Gesù, distribui refeições quentes a quem precisa – a chamada “sopa do Papa”.
As cozinhas do Círculo, que se tornaram úteis muitas vezes em episódios históricos como a 2ª Guerra Mundial, foram instituídas em 1877, por desejo expresso de Pio IX.
Este papa confiou suas caçarolas ao exército dos zuavos, para que “o exército dos pobres, que nunca havia faltado na Igreja, tivesse sempre uma sopa quente”.

Fonte: Zenit.

Ortodoxos e católicos devem prosseguir diálogo sobre figura do Papa

O Papa Bento XVI insistiu hoje na importância do diálogo empreendido com os ortodoxos sobre o primado petrino, frente ao alcance da unidade entre os cristãos.
Assim manifestou à delegação enviada pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que se encontra em Roma para celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo, uma das festas mais antigas da cristandade, comum ao Oriente e ao Ocidente.
A delegação está encabeçada pelo metropolita de Sassima, Genadio (Limouris), que é também co-secretário da comissão mista internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa em seu conjunto.
Também participam nela o bispo de Arianzós, Bartolomeu (Ioannis Kessidis), e o diácono Theodoros Meimaris, da sede patriarcal do Fanar.
Dirigindo-se diretamente ao metropolita Genadio, o Papa afirmou que a comissão mista "se encontra em um ponto crucial, depois de ter começado a discutir, no último mês de outubro, em Paphos, sobre o papel do bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio".
O Papa desejou que os membros da comissão "continuem por este caminho durante a próxima reunião plenária que se realizará em Viena, e dediquem o tempo necessário para o estudo profundo deste assunto tão delicado e importante".
"Para mim, é um sinal alentador que o patriarca ecumênico Bartolomeu I e o Santo Sínodo de Constantinopla compartilhem nossa firme convicção da importância deste diálogo", afirmou o Papa.
Por outro lado, aludiu à próxima celebração do Sínodo Especial para o Oriente Médio, no qual "o tema da cooperação ecumênica entre os cristãos desta região voltará a receber grande atenção".
Este tema, explicou, "destaca-se no Instrumentum laboris, que entreguei aos bispos católicos do Oriente Médio durante minha recente visita a Chipre, onde fui recebido com grande cordialidade fraterna por Sua Beatitude Crisóstomo II, o arcebispo de Nova Justiniana e de todo Chipre".
Neste sentido, valorizou muito o fato de que haverá uma delegação fraterna enviada pelo patriarca ecumênico Bartolomeu I.
"As dificuldades que os cristãos do Oriente Médio estão experimentando são, em grande medida, comuns a todos: viver como uma minoria, e o desejo de uma autêntica liberdade religiosa e de paz."
"O diálogo é necessário com as comunidades islâmica e judaica", sublinhou Bento XVI.
O Papa concluiu reconhecendo que as relações entre ortodoxos e católicos "se caracterizam por sentimentos de confiança mútua, estima e fraternidade, como foi amplamente testemunhado nas numerosas reuniões que aconteceram ao longo deste ano".
"Tudo isso dá motivos para a esperança de que o diálogo católico-ortodoxo também continuará progredindo em bom ritmo", acrescentou.

Fonte: Zenit.

Cardeal Kasper anuncia seu afastamento do Conselho para o ecumenismo

O cardeal alemão Walter Kasper anunciou na última sexta-feira seu afastamento, por razões de idade, da presidência do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
"Meus sentimentos são ambivalentes - reconheceu ao falar com jornalistas. Por um lado, tornar-se emérito aos 77 é algo absolutamente normal, até mesmo um alívio. Por outro lado, deixo um trabalho no qual me engajei com entusiasmo, e que sempre considerei como um canteiro de obras da Igreja do futuro."
"Para a Igreja, o ecumenismo não constitui um opcional de luxo, e sim um de seus elementos constitutivos, um de seus objetivos principais, e o mesmo é também válido para as relações com o judaísmo", disse o purpurado, antecipando o anúncio oficial que a Santa Sé fará.
Até o momento, o nome do sucessor do cardeal Kasper à frente do conselho vaticano ainda não foi anunciado. O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos tem duas atribuições principais: promover o verdadeiro espírito ecumênico no interior da Igreja Católica e favorecer as relações com as diversas Igrejas e comunidades cristãs, tendo em vista a unidade plena.
"Ao longo de 11 anos, esta foi uma função não apenas difícil, como também entusiasmante", comentou o purpurado.
O cardeal Walter Kasper foi nomeado secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos em 16 de março de 1999, pelo Papa João Paulo II. Em 3 de março de 2001, o Papa Wojtyła nomeou-o presidente do conselho e presidente da Comissão Pontifícia para as Relações Religiosas com o Judaísmo.
O purpurado fez um balanço do ecumenismo promovido pela Igreja sublinhando, primeiramente, que "o ecumenismo não é algo que se faz na escrivaninha. Diálogo é vida. O diálogo é parte integrante da vida da Igreja".
"Deixo o conselho com esperança, que não é apenas um otimismo humano, mas esperança cristã", concluiu o cardeal.

Fonte: Zenit.

Papa anuncia criação de novo Conselho Pontifício

Bento XVI anunciou nesta segunda-feira a criação do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, novo dicastério da Santa Sé cujo escopo será o de responder ao processo de secularização nos países cristãos.
O anúncio foi feito pelo Santo Padre na Basílica de São Paulo de fora dos muros durante a celebração das vésperas da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, padroeiros da diocese de Roma.
Durante a homilia, o Papa afirmou que há regiões do mundo "em que o Evangelho fincou raízes há longo tempo, dando origem a uma verdadeira tradição cristã, mas onde nos últimos séculos - com dinâmicas complexas - o processo de secularização produziu uma grave crise de sentido na fé cristã".
Neste contexto, anunciou sua decisão de "criar um novo organismo, na forma de ‘Conselho Pontifício', com a missão de promover uma renovada evangelização nos países onde já ressoou o primeiro anúncio da fé e estão presentes Igrejas de antiga fundação, mas que assistem a uma progressiva secularização da sociedade e algo como um ‘eclipse do senso de Deus', que constituem desafios na busca por meios adequados de reapresentar a perene verdade do Evangelho de Cristo".
Dentro em breve deve ser comunicado pela Santa Sé o nome do presidente designado para o novo dicastério, além de detalhes acerca de sua organização específica.
O Santo Padre concluiu explicando que a nova evangelização interpela a Igreja universal "e nos pede também que prossigamos com empenho na busca pela plena unidade entre os cristãos", saudando a delegação do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, enviada por Bartolomeu I e presidida por Sua Eminência Gennadios (Limouris), metropolitano de Sássima.
Sonoros aplausos preencheram a basílica no momento em que o Papa saudou seu convidado.

Fonte: Zenit.

Guatemala: Igreja pede melhor proteção para imigrantes nos EUA

A Igreja Católica na Guatemala considera pouco provável que o governo norte-americano outorgue o Status de Proteção Temporária (Temporary Protected Status) aos imigrantes guatemaltecos em decorrência dos danos causados pelo furacão Agatha ao país da América Central.
O sacerdote Mauro Verzeletti, representante da Pastoral de Mobilidade Humana da Conferência Episcopal da Guatemala (CEG), reconheceu a "vontade política" do governo do presidente Álvaro Colom ao solicitar, no início de junho, o TPS, mas considera que "não há condições políticas" favoráveis nos EUA para a concessão do benefício, segundo informou a agência de notícias mexicana Notimex.
Em 1998, por motivo da emergência provocada pela passagem do furacão Mitch - que devastou a América Central -, o governo da Guatemala rejeitou solicitar o TPS, que implica em permissões temporárias de residência nos EUA.
Na ocasião, as autoridades guatemaltecas consideraram desnecessária uma solicitação oficial de TPS. Outros países afetados pelo furacão, porém, obtiveram o benefício e puderam renová-lo posteriormente.
O dirigente do Movimento de Imigrantes Guatemaltecos nos EUA, Edgar Ayala, reconheceu, por sua vez, a decisão do presidente Colom de solicitar oficialmente o benefício às autoridades norte-americanas e está otimista.
Cerca de 1,5 milhão de guatemaltecos vivem atualmente nos EUA - em sua maioria na condição de indocumentados.
O furacão Agatha atingiu duramente a Guatemala entre os dias 29 e 31 de maio passado, deixando 165 mortos, 78 desaparecidos e milhares de desabrigados.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Chamados à santidade

Publicamos o artigo de Dom Dom Orani João Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, sobre a santidade sacerdotal. ***
Dias atrás encerramos o Ano Sacerdotal, que foi marcado por muitas celebrações, missas, adorações, palestras, conferências, seminários, peregrinações, horas santas. O Papa Bento XVI foi muito feliz e inspirado ao dedicar o tema do sacerdócio neste último ano, por ocasião dos 150 anos de falecimento de São João Maria Vianney. Tudo o que foi celebrado e meditado levou os Sacerdotes a refletirem ainda mais sobre a beleza do que é ser consagrado e o valor da sua missão. O Padre possui uma grande missão em meio aos desafios dos tempos atuais: "Ser outro Cristo". Foi também uma ótima ocasião para o nosso povo valorizar ainda mais o presbítero e rezar pelo clero e pelas vocações de especial consagração.Assim como todo cristão é chamado a ser "outro Cristo", muito mais ainda o Sacerdote! Essa intuição não é apenas uma metáfora, mas uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade. Pelo Sacramento da Ordem, o Sacerdote age in persona Christi emprestando a Jesus Nosso Senhor a voz, as mãos e todo o seu ser, pois é Jesus quem na Santa Missa, com as palavras da consagração, muda a substância do pão e do vinho na do seu Corpo e do seu Sangue. É também o próprio Jesus quem, no Sacramento da Reconciliação, pronuncia a palavra autorizada e paterna: "Os teus pecados te são perdoados" (Mt 9, 2; Lc 5,20; 7,48; Jo 20,23). É Cristo quem fala quando o Sacerdote, exercendo seu ministério em nome e no espírito da Igreja, anuncia a palavra de Deus. É também o próprio Cristo quem tem cuidado com os enfermos, com as crianças e com os pecadores quando os envolve com o amor e a solicitude pastoral dos ministros sagrados.O Sacerdote atua "na pessoa de Cristo"! Esta identificação irrepetível entre Cristo e o sacerdote, delimitando a sua identidade, fica claramente desenhada na "Pastores dabo vobis" - "o Senhor estabelece uma estreita conexão entre o ministério confiado aos Apóstolos e a sua própria missão - ‘quem vos acolhe, acolhe-me a mim, e quem me acolhe, acolhe aquele que me enviou' (Mt 10, 40)"(cf. PDV 14). Os sacerdotes são chamados a prolongar a presença de Cristo, o único e Sumo Pastor.O Padre é chamado a assumir sua identidade de tal maneira que, além da missão e do serviço, sua vida seja também o sinal de quem se consagrou a Deus com todo o seu ser, ou seja, o esforço da sua luta consiste em ir conseguindo, pouco a pouco, fazer transparecer o rosto de Jesus no seu semblante. A vida espiritual do Padre também deve estar dirigida, toda ela, para conseguir na tela de sua existência o perfil extraordinariamente atrativo do Bom Pastor. Essa tomada de consciência e a caminhada de aprofundamento para se configurar ao Cristo Pastor trarão um júbilo inigualável, do qual emanam os dons da paz e da alegria.Outro dado completamente associado a esta configuração a Cristo é a santidade. A santidade é o resultado do crescimento pleno da graça batismal. A santidade é a consequência ordinária do amadurecimento da vida espiritual com as consequências existenciais na vida da pessoa. A exortação apostólica Pastores dabo vobis nos fala que essa vocação universal para a santidade "encontra particular aplicação no caso dos presbíteros - estes são chamados não só enquanto batizados, mas também e especialmente enquanto presbíteros, ou seja, por um título novo e de modo original, derivado do Sacramento da Ordem" (Pastores dabo vobis,19). Para o Sacerdote, "uma vocação específica à santidade, mais precisamente uma vocação que se fundamenta no Sacramento da Ordem. Temos alguns elementos que definem o conteúdo da especificidade da vida espiritual dos presbíteros: a sua consagração, que os configura a Jesus Cristo, cabeça e pastor da Igreja; a sua missão, típica dos presbíteros, que os compromete a serem "instrumentos vivos de Cristo, eterno Sacerdote" e a agirem "em nome e na pessoa do próprio Cristo"; enfim, a sua vida inteira vocacionada para testemunhar de modo original a radicalidade evangélica. Portanto, o padre está chamado de uma maneira especial à santidade pessoal para contribuir com o incremento da santidade da comunidade eclesial que lhe foi confiada. O Capítulo V da constituição conciliar Lumen Gentium nos fala sobre esta responsabilidade de levar a cabo a vocação universal à santidade.



+ Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Cândida Maria de Jesus, a santa que viveu a caridade até o extremo

"Deus te quer bem". Esse era o lema da Irmã Cândida Maria de Jesus (1845-1912), que será canonizada no dia 17 de outubro na Praça de São Pedro. Uma obediência que a levou a viver a caridade ao extremo.
Esta religiosa espanhola, nascida na localidade de Adoain (Espanha), é a fundadora da comunidade das Filhas de Jesus, presente hoje na Europa (Espanha e Itália), América Latina (Cuba, República Dominicana, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Brasil, Uruguai, Argentina), Ásia (China, Bangladesh, Tailândia, Taiwan, Filipinas e Japão) e África (Moçambique).
ZENIT entrevistou sua postuladora, a Irmã Anna Maria Cinco Castro, que destacou dela "um amor singular a Deus, a cuja maior glória, a cujo fiel serviço, quis dedicar toda sua vida e cada instante da mesma".
ZENIT: Como Juana Josefa sentiu o chamado à vida religiosa?
Anna Maria Cinco Castro: Sendo jovem (entre 18 e 20 anos), Juana Josefa (nome de nascimento), primogênita das sete filhas de uma família humilde e profundamente cristã, comunicou a seus pais sua decisão de se consagrar a Deus na vida religiosa. Ante as insistentes propostas de casamento que seus pais lhe apresentavam, contestou reiteradamente: "só para Deus".
ZENIT: Como foi o chamado para fundar a comunidade?
Anna Maria Cinco Castro: Aconselhada por seu confessor, trasladou-se de Tolosa a Burgos, e entrou como servente em uma casa. Em 1869, foi para Valladolid com a família que servia, e ali, a 2 de abril de 1869, na Igreja da Virgem do Rosário (mais conhecida como Rosarillo), diante do altar da Sagrada Família, ela entendeu claramente que devia fundar uma nova congregação com o nome de Filhas de Jesus, dedicada ao bem espiritual das almas e à educação católica dos povos, por meio da oração e outras obras de piedade e caridade, e particularmente da instrução da infância e juventude.
Em Salamanca, a 8 de dezembro de 1871, dia da Imaculada, "sob seu visível amparo e particular proteção", nasceu o Instituto das Filhas de Jesus, em simplicidade e pobreza.
ZENIT: Qual é o carisma do instituto?
Anna Maria Cinco Castro: Sentimo-nos especialmente chamadas a viver em uma atitude filial para Deus como Pai, caracterizada pela identificação com Jesus, a confiança, a segurança em seu amor incondicional, o louvor. Este rosto de Deus que contemplamos, de modo muito particular a Jesus, convida-nos à fraternidade com todos, à gratuidade, à simplicidade, à alegria ainda quando se passe pela cruz.
ZENIT: Como era a sensibilidade da Irmã Cândida para os mais necessitados?
Anna Maria Cinco Castro: Tinha uma grande caridade com o próximo, sensível a seu autêntico bem. Queria que suas filhas buscassem o bem de seus próximos mais que seu próprio bem-estar ou utilidade temporal.
ZENIT: Que aspectos de sua vida a ajudaram a cultivar esta virtude?
Anna Maria Cinco Castro: Creio que ela, que nasceu em uma família humilde e que teve de deixar sua terra sendo ainda jovem, teve uma experiência humana muito próxima deles. Quando era servente em uma casa de família, declarou um dia: "onde não há lugar para meus pobres, tampouco há para mim".
Depois, como fundadora, experimentou profundamente sua pobreza pessoal (sua escassa preparação intelectual, a falta de meios econômicos e de ajudas materiais ao começo da fundação e durante toda sua vida), junto com o amor grande e infinito do Pai, que nunca nos abandona. No fundo, é esta sua experiência de Deus como Pai de todos, que abriria seu coração aos mais necessitados, porque todos somos irmãos.
ZENIT: Em que valores se baseia a educação que esta comunidade oferece às crianças e jovens?
Anna María Cinco Castro: É uma educação que se orienta em chave evangelizadora e dá prioridade aos valores do Reino, como o amor universal e solidário, simplicidade e proximidade, liberdade e responsabilidade, alegria e serenidade, e respeito, participação e acolhida. Uma educação para aprender e exercitar em viver como filho de Deus e irmão de todos. E por isso uma educação com enfoque positivo, dando prioridade ao amor, à motivação e estímulo. Madre Cândida dizia: "Na educação, usar sempre o método mais alegre".
ZENIT: Quais são as principais virtudes da futura santa?
Anna María Cinco Castro: Um grande espírito de fé que a permite ver as pessoas, os acontecimentos e todas as coisas sob a luz de Deus, e uma esperança firme nas promessas divinas. "Fé, fé, fé viva, constante e eterna, e com isso, trabalhar sem descanso, que tudo passa e só Deus basta..."
Uma relação estreita e constante com Jesus que a faria buscar se parecer a Ele como um filho se parece com seu pai. Dizia: "Em Jesus tudo temos". Um amor filial à Virgem, que ela chamava de a verdadeira fundadora do Instituto, e cuja proteção buscava - quase todas as suas cartas começam com a frase "A Puríssima Virgem nos cubra com seu manto".
ZENIT: Como a comunidade está-se preparando para a canonização?
Anna María Cinco Castro: Estamos nos preparando para a canonização, mas não precisamente por sua organização externa, mas por escutar com mais atenção o chamado à santidade que este acontecimento nos recorda. Estamos vivendo este tempo como um tempo de maior acolhida e vivência do Evangelho de Jesus Cristo, para ser tão parecidas a Jesus que nos reconheçam como "Filhas de Jesus". Vemos a canonização como um forte chamado a uma vida mais santa e entregue ao sonho de viver cada dia mais segundo os valores do Evangelho e mais centradas na pessoa de Jesus Cristo como foi a Madre Cândida.
Queremos que estes meses de preparação para a festa sejam oportunidade para que cresçamos na tarefa missionária que temos todos os que reconhecemos e amamos Jesus.

Fonte: Zenit.

Defender os direitos da mulher na Etiópia

O jesuíta colombiano que exerce seu ministério como vigário de Soddo, Etiópia, assumiu a causa dos direitos da mulher como uma de suas prioridades.
Ensinar aos etíopes a verdade evangélica de que homens e mulheres são iguais na dignidade é um desafio que deve ser enfrentado especialmente neste país, afirma Dom Rodrigo Mejía Saldarriaga.
O vigário apostólico de Soddo nasceu em Medellín, Colômbia, em 1938. Chegou à África pela primeira vez em 1963. Após 20 anos na República do Congo, passou 14 anos no Quênia, e agora está há 12 anos na Etiópia.
Nesta entrevista, o bispo fala dos desafios do ecumenismo na Etiópia e por que fez da defesa dos direitos da mulher uma de suas prioridades.
ZENIT: É difícil ser bispo de uma comunidade pequena? (A Etiópia é majoritariamente uma nação ortodoxa e protestante com somente uma pequena presença católica).
Dom Mejía Saldarriaga: Diria que existem vantagens e desvantagens. O fato da comunidade não ser muito grande faz com que não haja muitas preocupações com administração, mas o fato da comunidade ser pequena também coloca grandes desafios pastorais, sobretudo nas relações com outras Igrejas.
ZENIT: Pode-nos dar exemplos destas relações?
Dom Mejía Saldarriaga: Somos todos cristãos: Igrejas Católica, Ortodoxa e Protestantes. A Igreja Ortodoxa, sendo a Igreja original na Etiópia, coloca-nos desafios; desafios para entrar em diálogo e em relações ecumênicas com eles.
ZENIT: É possível este diálogo com a Igreja Ortodoxa?
Dom Mejía Saldarriaga: Penso que é possível, sobretudo no âmbito pessoal. Neste patamar diria que temos boas relações com os bispos e sacerdotes locais. É mais difícil no âmbito nacional porque isso implica acordos e políticas.
ZENIT: Poderia nos dar exemplo de um de seus diálogos com a Igreja Ortodoxa?
Dom Mejía Saldarriaga: Um dos principais diálogos é a colaboração de todos os líderes religiosos pela paz. Durante a última guerra com a Eritreia, os líderes religiosos se reuniram e publicaram uma declaração conjunta a favor da paz. Convidaram todos a participar nesta luta pela paz.
ZENIT: O senhor se expressou com notável amplitude a favor dos direitos da mulher. Por que isso é necessário?
Dom Mejía Saldarriaga: É necessário porque é um dos aspectos da cultura africana que requer a evangelização. O Papa Paulo VI, na encíclica Evangelii Nuntiandi, destacava o fato de que é a cultura que deve ser evangelizada. É neste ponto, acredito, que a cultura africana precisa que o Evangelho lhe diga que as mulheres têm exatamente a mesma dignidade humana que os homens e, por isso, não podem ser tratadas como cidadãos de segunda classe.
ZENIT: Como pensa em alcançar isso pela Igreja?
Dom Mejía Saldarriaga: Acredito que um dos métodos mais eficazes é por meio da educação. Se educarem as mulheres, serão mais apreciadas e poderão ser capazes de atuar como cidadãs da sociedade.
ZENIT: Por que o senhor luta, assim dizendo, pelos direitos da mulher?
Dom Mejía Saldarriaga: Porque desde que cheguei a este vicariato na Etiópia me dei conta de que, em comparação com outros países africanos nos quais vivi, aqui o papel da mulher está desvalorizado. Tive muito boas experiências de trabalho pastoral tanto no Congo como no Quênia, com mulheres catequistas, líderes de pequenas comunidades cristãs e como colaboradoras. E quando tentei fazer o mesmo na Etiópia, a partir dos mesmos princípios, deparei uma grande resistência e medo dos homens, inclusive má interpretações. Por isso, disse para mim mesmo que havia um desafio e que requeria evangelização neste setor.
ZENIT: Também tem de evangelizar os homens?
Dom Mejía Saldarriaga: Sim, e toda a sociedade, especialmente os jovens; para mudar suas mentalidades e lhes mostrar que vivemos neste mundo e somos todos iguais e para ensiná-los os direitos humanos e que estes direitos se aplicam a todos.
ZENIT: Como ensinará estes direitos humanos? Existem colégios católicos?
Dom Mejía Saldarriaga: Sim, temos. Temos 16 escolas primárias e três secundárias em nosso vicariato. A Igreja Católica esta por toda parte da Etiópia devido à educação, qualidade e ao número das instituições educativas católicas.
ZENIT: Quais tipo de estudante vem para estas escolas?
Dom Mejía Saldarriaga: Estão abertas a todos. Esta é a característica das instituições católicas tanto educativas como de saúde. Servimos a todos e não somente aos católicos. Podemos ser uma minoria, mas nossas instituições estão abertas a todos e o governo e as demais Igrejas apreciam isso.
ZENIT: Há, contudo, muitas tribos em sua diocese. Até que ponto é importante preservar estas tradições tribais?
Dom Mejía Saldarriaga: É uma diocese multicultural e rural. Encontra-se a cerca de 400km ao sul de Adis Abeba, na fronteira com o Quênia. Estas tradições estão muito vivas e é importante preservá-las, porque há grandes valores nelas. Não podemos simplesmente destruir estes valores culturais e tribais sem substituí-los com algo melhor. Isso causaria um grave dano às pessoas e às gerações que virão.
ZENIT: Esses valores podem-se combinar com os valores da Igreja Católica?
Dom Mejía Saldarriaga: Muitos deles sim, especialmente a solidariedade, por exemplo, o respeito pela vida humana, o serviço e os valores familiares - a unidade e a coesão familiar são valores tradicionais africanos -, e outros como a hospitalidade.
ZENIT: São muitos os membros de tribos de sua diocese católicos ou ortodoxos?
Dom Mejía Saldarriaga: Pertencem a diversas confissões - ortodoxos, protestantes e também muçulmanos. As tribos ao sul do rio Omo são mais primitivas que as demais e não foram evangelizadas. Há 16 tribos ali, e elas praticam as religiões tradicionais africanas.
ZENIT: Isto está dentro de sua diocese?
Dom Mejía Saldarriaga: Sim, continua sendo minha diocese e é um desafio para nós.
ZENIT: Como lida com estas tribos?
Dom Mejía Saldarriaga: Tentamos estar presentes entre elas, mas é um desafio em termos pessoais - sacerdotes, religiosos, irmãs, além dos desafios econômicos que são requeridos para construir infra-estrutura para estarmos presentes lá.
ZENIT: Qual o lema escolhido pelo senhor ao se converter em bispo?
Dom Mejía Saldarriaga: Elegi o novo mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros". Escolhi este lema porque me dei conta de que, especialmente na região onde sou bispo, há muito tribalismo e divisão, o que causa tensões, e quero trazer esta mensagem fundamental a meu vicariato.
ZENIT: Que idioma utiliza?
Dom Mejía Saldarriaga: Utilizo a língua amárica, que aprendi em Adis Abeba, e durante a época do imperador Haile Selassie esta era a língua oficial. Agora, a situação mudou e a Etiópia é uma república federativa e os diferentes Estados desenvolveram suas línguas locais. Em meu vicariato, utilizam-se ao menos quatro línguas diferentes. Não conheço todas, mas uso o amárico porque é usado pela geração adulta. Aprendi a ler nas outras três línguas locais para celebrar a Eucaristia.
ZENIT: Contudo, o senhor se sente um missionário na Etiópia?
Dom Mejía Saldarriaga: Sim, tecnicamente me considero um missionário na Etiópia, posto que por missionário se compreende quem vem de outro país - a noção tradicional de missionário. Vejo-me, contudo, como um servo da Igreja local na Etiópia.
ZENIT: O senhor se sente mais africano do que sul-americano?
Dom Mejía Saldarriaga: Diria que sim. Não sou muito consciente disso quando estou na África, mas me dou conta quando volto à Colômbia. Sinto-me como um estrangeiro em meu próprio país
ZENIT: Qual é sua esperança para a Igreja Católica na Etiópia?
Dom Mejía Saldarriaga: Não podemos prever o futuro, mas minha esperança é que a Igreja Católica seja mais aceita; que os preconceitos contra a Igreja Católica sejam eliminados e que possamos entrar em um melhor diálogo com a Igreja Ortodoxa. Também espero sobretudo que tenhamos liberdade completa e possibilidades para nossas instituições. A Igreja Católica embarcou agora em um grande projeto para começar uma universidade católica no país, localizada Adis Abeba.
ZENIT: Como podemos colaborar com a Igreja Católica etíope?
Dom Mejía Saldarriaga: Em primeiro lugar, podem fazer o que agora mesmo estão fazendo com esta entrevista, dar-nos a oportunidade de ser conhecidos por outros católicos do mundo. Fazer-lhes saber que, ainda que a Igreja seja pequena, está presente ali. Da Igreja universal também esperamos apoio moral e orações assim como assistência econômica, que sempre é necessária.
* * *
Esta entrevista foi realizada por Marie-Pauline Meyer para "Deus Chora na Terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por Catholic Radio and Television Network, (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.Mais informação em www.aisbrasil.org.br, www.fundacao-ais.pt

O sacerdote na “praeparatio” e na ação de graças da Santa Missa

O padre Paul Gunter, professor do Pontifício Instituto Litúrgico de Roma e Consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, oferece-nos neste artigo uma detalhada descrição das orações que o sacerdote pode utilizar para se preparar para a celebração litúrgica da Santa Missa e para fazer a Ação de Graças depois dela. Estas orações se encontram, com diferente extensão, nos missais das duas formas do Rito Romano. O artigo evidencia a importância de uma preparação para a celebração e do devido agradecimento posterior, seja em base do vínculo entre o exemplo de Cristo e a vida do sacerdote, quer pelos efeitos benéficos que este costume produz também nos fiéis que participam da liturgia (Mauro Gagliardi). * * *
Por Paul Gunter, OSB
1. A oração íntima e pessoal de Jesus
Para o sacerdote, frutificar na vida e no ministério depende da união com Deus, união que está na base também do fato de que os fiéis se dirijam a ele para que reze por eles. Jesus Cristo confiou àqueles que o seguiam mais de perto uma palavra que esclarece o sentido de todo o bem que fariam: "Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer". O próprio Senhor Jesus, no contexto dos muitos milagres realizados, estabeleceu um tempo para estar só, para dedicar à oração a seu Pai celestial. Para Jesus, a oração oficial da liturgia era sustentada por uma vida interior na qual a reserva apoiava essa intimidade que nutre a oração pessoal. As dimensões eclesial e comunitária se reforçam por uma relação pessoal similar com Deus, que cada fiel espera poder aprofundar.
A busca de Deus, que dá significado à vida dos que o amam, serve de recordação quotidiana do fato de que toda bênção provém e ao mesmo tempo se dirige para o Deus onipotente. A Sagrada Escritura descreve de forma vívida o alimento que Jesus tomava de sua vida de oração escondida: "ele se retirava a lugares desertos para orar" (Lc 5, 16). Do mesmo modo, notamos a importância dos diferentes momentos do dia, pelo fato de que Jesus se mostra particularmente atento ao silêncio da oração, em que busca a vontade do Pai. Momentos similares animam um especial recolhimento e uma proximidade ininterrupta: "De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá, ele orava" (Mc 1, 35); "Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho" (Mt 14,23).
2. A oração íntima e pessoal do sacerdote
O sacerdote, consciente de participar na obra de Cristo, esforça-se por seguir seu exemplo, por guiar o santo povo de Deus ao Pai, através de Cristo no Espírito Santo. Ele sabe muito bem que, dado que seus defeitos danificam a credibilidade de seu testemunho, deve pedir com não menor urgência a Deus que infunda nele as virtudes próprias de seu estado. Parte da homilia proposta no rito de ordenação do presbítero instrui aquele que vai ser ordenado desta forma: "Assim continuarás a obra de santificação de Cristo. Através de teu ministério, o sacrifício espiritual dos fiéis se faz perfeito, porque está unido ao sacrifício de Cristo, é oferecido através de tuas mãos em nome da Igreja de forma incruenta sobre altar, na celebração dos sagrados mistérios. Reconhece o que fazes, imita aquele que tocas, para que, celebrando o mistério da morte e ressurreição do Senhor, possas mortificar em ti mesmo todos os vícios e preparar-te para caminhar em uma vida nova" [1].
Vê-se, por isso, que o motivo de uma particular preparação do sacerdote antes da Missa e o agradecimento depois dela reside no benefício para a Igreja inteira, porque o sacerdote que santifica o povo cristão necessita em primeiro lugar de ser moldado pelo espírito de santidade. Sempre é de ajuda para o sacerdote tomar um momento para considerar os textos que rezará durante a Missa, seja no dia em que a assembleia participará, ou não. Oportunas reflexões prévias sobre os textos podem estimular um desejo mais profundo de Deus. A preparação textual constitui uma preparação litúrgica coerente para a Santa Missa. Um sacerdote que cultiva o silêncio pessoal no tempo que precede e que segue à Santa Missa, com sua própria disposição animará o espírito de meditação.
Um sacerdote em atenção pastoral poderia ter de lutar para estabelecer o silêncio desejável em toda sacristia, especialmente se se apresenta a necessidade de ter de receber nela os fiéis. Mas precisamente para ele em particular, os textos de preparação antes da Missa e de agradecimento depois desta podem ser rezados em qualquer momento. Estes reconhecem também as limitações de tempo e por isso se apresentam como um apoio espiritual mais que como uma imposição de obrigação sobre o sacerdote que tenta celebrar a Missa de modo mais reverente possível. Deve-se assinalar que a rubrica que se encontra sob os títulos da Praeparatio ad Missam e da Gratiarum Actio no Missal de 1962 reconhece estas exigências concretas do sacerdote [2]. Nenhum ato de amor, por definição, é apressado. Tendo oferecido o supremo sacrifício do amor de Cristo, é de esperar que um sacerdote seja movido a fazer o que seja possível para encontrar um tempo, ainda que seja breve, para uma ação de graças depois da Missa. E se sentirá reforçado por tê-lo feito.
A preparação de um sacerdote para a Missa será ulteriormente apoiada pelo ciclo da Liturgia das Horas, que enriquece a vida de todo sacerdote. A antiga sabedoria do Ritus Servandus in Celebratione Missae, que se encontra ainda na primeira parte do Missal de 1962, presume a importância intrínseca do Ofício Divino para a vida interior do presbítero. Esta estabelecia que o Mattutino e as Laudes deveriam estar completos antes da celebração. Também se deve dizer que o contexto dessa prescrição secular não podia ter presente a Missa da tarde [3].
Dado que a Missa celebra-se atualmente em qualquer hora do dia litúrgico, já não se aplica esta norma de modo restritivo, no entanto, os Princípios e Normas para a Liturgia das Horas explicam atentamente a conexão entre a celebração da Eucaristia e a Liturgia das Horas: "Cristo mandou: ‘há que rezar sempre, sem nunca desistir'(Lc 18, 1). Por isso, a Igreja, obedecendo fielmente a este mandato, não cessa nunca de elevar orações e nos exorta com estas palavras: ‘Por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor' (Hb 13, 15). A este preceito, a Igreja responde não só celebrando a Eucaristia, mas também de outras formas, e especialmente com a Liturgia das Horas, a qual, entre as demais ações litúrgicas, tem como característica, por antiga tradição cristã, santificar todo o transcurso do dia e da noite" [4].
3. A Praeparatio ad Missam
3.1 A comparação dos textos oferecidos para a Praeparatio mostra que as próprias orações estão incluídas nas duas formas do Rito Romano, ainda que tenham sido reduzidas a quatro no Missale Romanum de 1970. Neste, encontramos a oração Ad Mensam de Santo Ambrósio; a Omnipotens sempiterne Deus, ecce accedo de São Tomás de Aquino; uma oração à Beata Virgem Maria, O Mater pietatis et misericordiae; e a Fórmula de Intenção Ego volo celebrare Missam [5]. À raiz de uma primeira reforma das indulgências feita depois do Concílio Vaticano II e publicada no Enchiridion das Indulgências de 1968, não se mencionam as indulgências que foram unidas à recitação destas orações por Pio IX, cujos detalhes tinham sido publicados no Missal de 1962.
3.2 Amplos textos adornam esse Missal, a antífona Ne reminiscaris pede a Deus que seja misericordioso apesar de nossos pecados e dos daqueles que nos precederam. Esta vai seguida dos salmos 83, 84, 85, 115 e 129. O Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrie eleison e o Pater noster, cujas duas últimas linhas formam o início de uma série de versículos, são seguidos por um número de orações breves. Em alguns manuais devocionais, estas sete orações se atribuem a Santo Ambrósio e estão assinaladas aos diferentes dias da semana. Seja como for, pelo modo como estão colocadas no Missal, considera-se que se devem dizer sucessivamente sob uma única conclusão. Todas, exceto a sétima, concentram-se sobre a obra de santificação do Espírito Santo. A sétima é seguida por uma doxologia mais longa, que conclui a série. A primeira reza para que o Espírito Santo resplandeça em nossos corações, para que possamos celebrar dignamente os santos mistérios. A segunda pede que possamos amar a Deus perfeitamente e louvá-lo dignamente. A terceira, que possamos servir a Deus na castidade e pureza de espírito, enquanto que a quarta implora ao Paráclito que ilumine nossas mentes. A quinta pede a força do Espírito Santo para expulsar as forças do inimigo. A sexta pede a sabedoria e a consolação, e a última pede a Deus que nos purifique e que faça de nós o lugar de sua morada.
3.3 A extensa Oratio Sacerdotis ante Missam está dividida no Missal em sete partes, uma por cada dia da semana, e forma uma meditação orante sobre a imitação das virtudes de Cristo, Sumo Sacerdote. Seu significado é tão confortante como exigente. A relevância de seus diversos temas é adequada a seu estilo literário, que é insistente e íntimo. No domingo, o sacerdote pede ao Espírito Santo que o ensine a tratar os santos mistérios com reverência, honra, devoção e íntimo temor. Na segunda-feira, concentra-se sua necessidade de castidade perfeita, enquanto que na terça-feira, o sacerdote reconhece sua própria indignidade ao celebrar a Missa e, enquanto proclama sua fé no que Deus pode suprir quando lhe falte, pede para perceber sua presença enquanto celebra e também ser rodeado pelos anjos. Na quarta-feira, sai à luz o elenco das necessidades sociais das pessoas pelas quais Cristo derramou seu Sangue. Na quinta-feira, o sacerdote, enquanto implora a misericórdia divina, recorda como a providência socorre a fragilidade humana: "Tu amas tudo o que existe, e não deprecias nada de quanto fizeste" [6]. Na sexta-feira, o sacerdote reza especialmente pelos defuntos e no sábado reflete sobre o grande dom do Santíssimo Sacramento e suplica que este lhe possa conceder a ver a Deus face a face.
3.4 O Ad Mensam de Santo Ambrósio pede que o Corpo e o Sangue possam perdoar ao sacerdote seus pecados e protegê-lo de seus inimigos. A Oração de São Tomás de Aquino, em contrapartida, pede que o poder curador do Santíssimo Sacramento possa preparar o sacerdote para a visão eterna de Deus. Na Oração da Beata Virgem Maria, o sacerdote reza não só por si mesmo, mas por todos seus irmãos que celebram a Missa nesse dia em todo o mundo. Seguem orações a São José, a todos os anjos e santos e, finalmente, uma oração ao santo em honra do qual será celebrada a Missa. A Fórmula de Intenção recorda ao sacerdote a intenção da Igreja a respeito da celebração da Missa, assim como seu papel dentro da mesma. O sacerdote não opera sozinho. O que ele realiza foi entregue por Cristo a sua Igreja, confirmado pelo Magistério e apoiado pela Tradição. O sacerdote faz presente o Corpo e o Sangue de Cristo. Ele segue o rito da santa Igreja Católica. Seu objetivo é louvar a Deus e a Igreja celeste, enquanto reza pela terrena, e em particular por todos aqueles que se encomendaram a suas orações, como também pelo bem-estar de toda Igreja Católica. Depois, ao rezar por todos os fiéis, o sacerdote pede que o Senhor conceda a ele e a todos alegria com paz, mudança de vida, um espaço de verdadeira penitência, a graça e o consolo do Espírito Santo e a perseverança nas boas obras.
4. A Gratiarum Actio post Missam
4.1 O corpo de textos que forma o agradecimento após a Missa mostra amor, humildade e fé que se exaltam no dom sublime da Santíssima Eucaristia. O Missale Romanum de 2002 contém a Oração Universal atribuída ao Papa Clemente XI e a Ave Maria. Ademais, em comum com o Missal de 1962, contém a Oração de Santo Tomás de Aquino; as Aspirações ao Santíssimo Redentor ou Anima Christi; a Oferenda de si, ou Suscipe; a Oração ante Nosso Senhor Jesus Cristo crucificado, En Ego; e a Oração à Beata Virgem Maria. A estes textos no Missal de 1962 se anexavam as indulgências dos papas Pio X, XI e XII, enquanto que alguns textos do Missale Romanum de 2002 foram incluídos também no Enchiridion das Indulgências.
4.2. No Missal de 1962, uma antífona precede ao Benedicite (cf. Dn 3,56-58) e ao Salmo 150. Observando a própria estrutura da Preparação à Missa, o Kyrie eleison e alguns versículos abrem o caminho para algumas orações. A primeira delas reza para que, como os três jovens foram tirados ilesos das chamas, assim possam os servos do Senhor evitar as feridas do pecado. A segunda pede que as obras boas que Deus começou em seus servos possam chegar a seu cumprimento, enquanto que a terceira, que tem um tema semelhante à primeira, é uma oração a São Lorenzo, diácono e mártir, a quem busca vencer o sofrimento. As devoções que o sacerdote pode recitar pro opportunitate possuem expressões semelhantes aos pedidos de proteção em nossa viagem para o céu. Após a oração de São Tomás há outra (alia oratio) e o hino métrico Adoro Te, segue a amada oração do Anima Christi. O Suscipe e o En Ego precedem outra oração, que pede que a Paixão de Cristo seja a força do sacerdote, sua defesa e glória eterna. Antes das orações a São José e ao santo em honra do qual se celebrou a Missa, a Oração à Beata Virgem Maria oferece a Jesus, que foi recebido na Santíssima Eucaristia, à Virgem Mãe, para que Ela possa voltar a oferecer-lhe no supremo ato de adoração (latreia), o culto perfeito, à Santíssima Trindade.
5. Conclusão
O Ordenamento Geral do Missal Romano estabelece: "É por isso de suma importância que a celebração da Missa, ou Ceia do Senhor, esteja ordenada de tal forma que os sagrados ministros e os fiéis, participando nela cada um segundo sua própria ordem e grau, tragam abundância dos frutos pelos quais Cristo institui o Sacrifício eucarístico de seu Corpo e de seu Sangue e o confiou, como memorial de sua Paixão e ressurreição, à Igreja, sua amadíssima Esposa" [7]. A preparação do sacerdote para a Missa e o ato de ação de graças sucessivo se completam mutuamente. Estes nutrem a reverência nos corações e nas mentes dos fiéis que são ajudados a participar com maior intensidade na liturgia celebrada por um sacerdote que se beneficiou da oportunidade de recolhimento. O que anima a preparação prévia promove também a ação de graças sucessiva à Missa. Ambas guiam continuamente a Igreja para e a partir do Sacrifício eucarístico que celebra e faz presente os frutos do mistério pascal até que Cristo volte no fim dos tempos.

Fonte: Zenit.

Deus preenche plenamente o coração humano, afirma Papa

Bento XVI convidou os fiéis hoje a dirigirem o olhar ao Sagrado Coração de Jesus, para estarem dispostos a um seguimento radical do Senhor.
Ao rezar, ao meio-dia, a oração do Ângelus junto a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro neste último domingo do mês de junho, o Papa retomou o tema do chamado de Cristo e de suas exigências.
"Hoje, eu gostaria de convidar todos vós a contemplar o mistério do Coração divino-humano do Senhor Jesus, para extrair água da própria fonte do amor de Deus", disse.
"Quem fixa seu olhar nesse Coração atravessado e sempre aberto por amor a nós, sente a verdade desta invocação: ‘Ó Senhor, sois minha herança e minha taça', e está pronto para deixar tudo por seguir o Senhor", acrescentou.
O Pontífice destacou que "um jovem ou uma moça que deixa sua família de origem, os estudos ou o trabalho para se consagrar a Deus" é "um exemplo vivo de resposta radical à vocação divina".
E garantiu que "esta é uma das experiências mais belas que existem na Igreja: ver, tocar com a mão a ação do Senhor na vida das pessoas; experimentar que Deus não é uma entidade abstrata, mas uma Realidade tão grande e forte como para preencher de uma maneira superabundante o coração do homem; uma Pessoa viva e próxima, que nos ama e pede ser amada".
Também se referiu à "novidade e a prioridade absoluta do Reino de Deus que se faz presente na própria Pessoa de Jesus Cristo" e à "radicalidade que é devida ao amor de Deus, ao qual Jesus mesmo por primeiro obedece".
Bento XVI continuou falando do seguimento radical da vocação divina indicando que "quem renuncia a tudo, inclusive a si mesmo, para seguir Jesus, entra em uma nova dimensão da liberdade".
"Liberdade e amor coincidem! Ao contrário, obedecer ao próprio egoísmo conduz a rivalidades e conflitos", concluiu.

Fonte: Zenit.

Papa se solidariza com bispos belgas

Bento XVI enviou hoje uma mensagem de solidariedade ao arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Dom André Joseph Léonard, após a brutal inspeção das autoridades belgas ao arcebispado e à catedral da diocese primaz belga na última quinta-feira, dentro de uma investigação por abusos sexuais por parte do clero.
O Papa expressou a todos os bispos da Bélgica sua "proximidade" e "solidariedade neste momento de tristeza, no qual, com certas maneiras surpreendentes e deploráveis, foram realizadas as investigações inclusive na catedral e Mechelen e nos locais onde o episcopado belga estava reunido em sessão plenária".
Em sua mensagem, o Pontífice recordou que, durante essa reunião interrompida pelas autoridades, "seriam tratados, entre outros, aspectos relacionados ao abuso de menores por parte de membros do clero".
Também pediu respeito à autonomia da ordem canônica, destacando: "Eu mesmo repeti em diversas ocasiões que estes graves fatos devem ser tratados pela ordem civil e pela ordem canônica, no respeito recíproco da especificidade e da autonomia de cada um".
"Neste sentido - continuou -, desejo que a justiça siga seu curso garantindo o direito das pessoas e das instituições, no respeito às vítimas, no reconhecimento sem preconceitos dos que se comprometem a colaborar com ela e na rejeição de tudo o que puder obscurecer os nobres deveres que lhe são designados."
Bento XVI concluiu sua mensagem garantindo que acompanha "cada dia, na oração, o caminho da Igreja na Bélgica" e enviou a Dom Léonard "uma cordial bênção apostólica".
A Secretaria de Estado da Santa Sé já havia expressado seu "vivo estupor" pela maneira como a justiça belga levou a cabo algumas investigações
Entre outras coisas, manifestou sua indignação pela irrespeitosa inspeção feita no arcebispado e na catedral de Mechelen-Bruxelas na última quinta-feira, que incluiu a profanação de dois túmulos de antigos bispos da diocese.

Fonte: Zenit.

sábado, 26 de junho de 2010

Evangelho do domingo: o escândalo hipócrita

Apresentamos a meditação escrita por Dom Jesús Sanz Montes, OFM, arcebispo de Oviedo, administrador apostólico de Huesca e Jaca, sobre o Evangelho deste domingo (Lc 9, 51-62), 13º do Tempo Comum.

* * *

No Evangelho deste domingo, agrupam-se várias cenas de Jesus com seus discípulos, enquanto vão se dirigindo a Jerusalém – um caminho que conduzia a uma meta muito difícil, mas insuperável, porque era o final da vida humana do Senhor. Como refrão deste final de trajeto, aparece o que na verdade foi a constante de toda a existência do Senhor: ser anunciador e inaugurador do Reino de Deus.

A vida de todo discípulo de Jesus sempre será um caminho, um subir a Jerusalém, em cuja andança o determinante e decisivo será o seguimento de Alguém, a pertença a Ele, a adesão à sua Pessoa, a escuta da sua Palavra, a vivência da sua própria Vida. A vida cristã não é, portanto, uma organização, uma estratégia, uma programação moralista nem um marketing religioso. A vida cristã foi e é o pertencimento a Jesus Cristo, vivido como peregrinos e caminhantes, enquanto vamos subindo à Jerusalém eterna. Por esta razão, era improcedente por parte dos discípulos mandar ao fogo os que não acolheram Jesus, quando eles, por sua vez, também o rejeitavam, ao estar adiando seu seguimento quando os convidou a segui-lo.

Nós, discípulos, podemos cair igualmente em uma vivência cristã intolerante dos outros, quando tantas vezes temos pretextos diante da experiência de um seguimento de Jesus que se torne pertença real do nosso coração ao Seu. Tomara que não permaneçamos indiferentes diante de tantas rejeições do Senhor (as que lhe fazem ou as que lhe possam fazer os que Ele vinculou ao seu destino: pobres, marginalizados, doentes, idosos, qualquer pessoa nascida ou não-nascida); mas a melhor maneira de mostrar nossa dor por estas rejeições não é a vingança em qualquer uma das suas formas – como aconteceu com os que acompanhavam Jesus nesta passagem –, e sim nosso acolhimento cordial e grande do Senhor e daqueles que Ele ama. Seria hipócrita nos escandalizarmos e nos indignarmos por tantas desordens em nosso mundo, se, à nossa medida e em nossa proporção, isso também nos acontece.

A atitude justa de quem vê em outros a fuga e o desprezo pelo Senhor não é pedir fogo sobre eles, mas segui-lo aonde Ele for e disser “segue-me”, pertencer-lhe cada vez mais, do nosso lugar na Igreja e no mundo.


Fonte: Zenit.

Ficha Limpa, 90% de contribuição da Igreja Católica

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Geraldo Lyrio Rocha, agradeceu os católicos pela grande participação no processo que resultou na Lei Ficha Limpa, norma que torna inelegíveis já nas eleições deste ano políticos condenados em decisão colegiada.

Em coletiva de imprensa nessa quinta-feira na sede da CNBB em Brasília, Dom Geraldo Lyrio destacou a ação da Igreja no Brasil, que contribuiu com 1,6 milhão de assinaturas para a aprovação da lei de iniciativa popular.

“A ação da Igreja Católica foi indispensável para a aprovação da Lei Ficha Limpa, pois contribuímos desde as comunidades até as paróquias e dioceses, o que em números significa 90% da contribuição, dados que nos orgulham muito”, disse o presidente da CNBB.

Dom Geraldo afirmou que a Igreja vai acompanhar o trabalho dos Tribunais, mas que agora está nas mãos da Justiça determinar quem está apto ou não para disputar o pleito.

“Ficha Limpa não é mais uma campanha, mas uma lei que agora está nas mãos da Justiça. A CNBB através da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), no entanto, vai continuar acompanhando os trabalhos dos Tribunais, que com certeza serão exercidos com grande competência”, disse.

Sobre as eleições deste ano no Brasil, o prelado afirmou a Igreja espera “uma corrida eleitoral justa e democrática, com respeito ao diferente e à diversidade de nosso país. Ao eleitor, pedimos que avalie bem os candidatos e lembramos que o processo eleitoral não termina ao confirmar o voto, mas continua ao longo dos mandatos”.

Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República (e o vice), governadores dos Estados e do Distrito Federal (e seus vices), 54 senadores (dois em cada Unidade da Federação), deputados federais e estaduais.


Fonte: Zenit.

Reunião do G8/G20 deve liderar a luta contra crise alimentar

Cáritas Internacional afirma que a reunião dos países do G8/G20 (25 a 27 de junho no Canadá) deverá oferecer uma nova liderança para enfrentar a crescente crise alimentar no mundo.

“Décadas de políticas econômicas e agrícolas desorientadas chegaram a ser algo muito difícil de suportar para os agricultores e pessoas de todo mundo. Registra-se um recorde de milhões de pessoas que sofrem atualmente de fome crônica. Uma em cada sete pessoas não tem comida necessária para uma vida básica”, afirma Cáritas Internacional em comunicado.

Segundo a organização, “os grupos G8 e G20 devem mudar as políticas de alimentação global, apoiando uma agricultura em pequena escala, sustentável, nos países em vias de desenvolvimento, em lugar da agricultura industrial”.

O diretor executivo de Desenvolvimento e Paz de Cáritas Canadá, Machael Casey, disse que “diante da fome em muitas partes do mundo, Cáritas acredita que as políticas agrícolas devam promover o pequeno agricultor e a produção de alimentos local”.

“Os países do G8 e G20 devem demonstrar a liderança necessária para mudar as desastrosas políticas alimentares do passado. Devem também assumir compromissos de ajuda. Necessitamos de mais ajuda, melhor empregada. Necessitamos também de ver uma ação efetiva a respeito da mudança climática”, acrescentou Casey.


Fonte: Zenit.

Bento XVI: é necessário garantir liberdade religiosa no mundo

Bento XVI lançou hoje um apelo aos líderes políticos do mundo inteiro, especialmente do Oriente Médio, para que garantam a liberdade religiosa.

Ele o fez por ocasião da audiência concedida nesta manhã aos participantes da Assembleia da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO).

Este organismo, presidido pelo cardeal Leonardo Sandri, depende da Congregação para as Igrejas Orientais; reúne e canaliza as ajudas aos católicos do Oriente Médio, procedentes de agências humanitárias católicas do Ocidente.

O Papa se dirigiu aos presentes desejando que os líderes das nações "garantam, de maneira real e em todos os lugares, sem distinção, a profissão pública e comunitária das crenças religiosas de cada um".

"Todos nós desejamos para a Terra Santa, para o Iraque e para o Oriente Médio o dom de uma paz estável e de uma convivência sólida. Estas nascem do respeito aos direitos humanos, das famílias, comunidades e povos, e da superação da discriminação religiosa, cultural ou social."

Perseverar

Dirigindo-se aos participantes da assembleia, o Papa pediu que contribuam para "manter viva a esperança que não defrauda".

O Papa exortou também os "irmãos e irmãs que, no Oriente, compartilham o dom inestimável do Batismo, a perseverar na fé e, apesar dos muitos sacrifícios, a permanecer onde nasceram".

Também solicitou aos orientais migrantes em outros países "que não se esqueçam de sua origens, sobretudo religiosas".

E quis também prestar uma "homenagem especial aos cristãos que sofrem violência por causa do Evangelho".

Ano Sacerdotal

O Bispo de Roma expressou também sua satisfação pelo "zelo com que as igrejas orientais católicas colaboraram na concretização dos objetivos do Ano Sacerdotal", graças também à colaboração da ROACO.

"Não considerastes somente a formação dos candidatos às ordens sagradas, que é uma prioridade constante, mas também as exigências do clero ativo na pastoral, como, por exemplo, uma atualização espiritual e cultural e ajudas aos sacerdotes, sobretudo na fase difícil, mas ao mesmo tempo fecunda, da doença e da velhice."

Recordando que, no mundo antigo, o Oriente era sede de grandes escolas de espiritualidade sacerdotal, o Papa desejou que os presbíteros atuais "possam ser eco daquela herança espiritual".

"Quando os sacerdotes, em seu serviço, são guiados por motivos verdadeiramente espirituais, então também os leigos são reforçados em seu compromisso de ocupar-se das coisas temporais segundo sua própria vocação cristã", acrescentou.

Sínodo

O Papa se deteve também sobre o próximo Sínodo Especial para o Oriente, que será realizado em Roma no próximo mês de outubro, assegurando que inclusive antes dele "já se estão vendo os frutos beneficiosos da comunhão e do testemunho".

Também a ROACO, ao término do encontro, divulgou um comunicado no qual afirma que houve uma "atenta acolhida" do Instrumentum Laboris nas comunidades do Oriente Médio, o que considera algo bom frente aos frutos dos trabalhos sinodais.

Espera-se que o sínodo dê orientações válidas à Igreja universal sobre a solidariedade com os cristãos dos Lugares Santos.

Fonte: Zenit.

Dor do Papa pelo acidente ferroviário em Castelldefels (Barcelona)

Bento XVI expressou seus pêsames pelo acidente ferroviário que provocou a morte de 13 pessoas nessa quinta-feira em Castelldefels (Barcelona), ao serem atropeladas por um trem de alta velocidade.

O Papa se manifestou por meio de uma mensagem enviada em seu nome pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, ao bispo de Sant Feliu de Llobregat, Dom Agustí Cortés.

A carta testemunha a “viva compaixão” do Papa pela notícia. Ele oferece sufrágios pelo eterno descanso dos defuntos.

Além disso, Bento XVI deseja a recuperação dos feridos, e faz chegar seus pêsames aos familiares dos mortos. Envia, “de coração, a confortadora bênção apostólica, como sinal de esperança no Senhor ressuscitado”.

As autoridades confirmaram que entre as vítimas do acidente encontram-se pessoas de nacionalidade equatoriana, boliviana e colombiana.


Fonte: Zenit.

Papa às monjas de clausura: orai pela pureza da Igreja

Bento XVI deixou o Vaticano na manhã dessa quinta-feira para visitar uma comunidade de monjas de clausura próxima, pedindo a elas que orem pela pureza da Igreja neste momento particular.

O Pontífice visitou o monastério de Santa Maria do Rosário em Monte Mario, rezou junto às religiosas a Hora Média da Liturgia das Horas e dirigiu-lhes palavras de apreço e proximidade pela missão insubstituível que desempenham a serviço de toda a Igreja com sua vida de oração e trabalho.

“Vossa consagração ao Senhor no silêncio e no anonimato faz-se fecunda e rica de frutos, não apensa no que se refere ao caminho de santificação e purificação pessoal, mas também com respeito ao apostolado de intercessão que desenvolveis por toda a igreja, para que possa ser pura e santa diante do Senhor”, disse.

“Vós, que bem conheceis a eficácia da oração, experimentais diariamente quantas graças de santificação esta pode obter para a Igreja”.

No monastério encontra-se a antiga imagem da Virgem de São Lucas, que remonta ao século VII e que segundo a tradição teria sido pintada pelo evangelista, embora aparentemente tenha sido levada a Roma por monjas gregas para salvá-la da fúria iconoclausta deflagrada em 815 .

O monastério abriga ainda relíquias de São Domênico de Gusmão, Santa Catarina de Siena e de outros santos e santas dominicanos.

“O modo de vida contemplativo, que das mãos de São Domênico recebeis na modalidade de clausura, vos coloca, como membros vivos e vitais, no coração do corpo místico do Senhor, que é a Igreja – disse a elas o Papa; e assim como o coração faz circular o sangue dando vida a todo o corpo, também vós, por meio do trabalho e da oração, contribuis para manter a Igreja, instrumento de salvação para todo homem redimido pelo Senhor com seu Sangue”.

“Como não ser acometido pela compaixão para com aqueles que parecem vagar sem meta?” – disse o Papa pensando na missão destas religiosas de orar pelas necessidades do mundo.

“Como não desejar que suas vidas encontrem Jesus, o único que dá sentido à existência”.

“Reconheceis que é o Senhor que colocou em vossos corações o seu amor, desejo que dilata o coração, até torná-lo capaz de acolher o próprio Deus. Este é o horizonte do peregrinar terreno! Esta é vossa meta!”.

“Por essa razão escolhestes viver no anonimato e na renúncia aos bens terrenos: por desejar acima de qualquer coisa aquele bem ao qual não há par, aquela pedra preciosa que merece a renúncia de todos os demais bens para ser possuída”.

Antes de se despedir, o Papa deixou um conselho às religiosas: “possais pronunciar todos os dias vosso ‘sim’ aos desígnios de Deus, com a mesma humildade com a qual disse ‘sim’ a Virgem Santa”.


Fonte: Zenit.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CNBB lançará estudo sobre Igreja e Comunicação



A série Estudos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vai ganhar um documento sobre Igreja e Comunicação. O Conselho Permanente do organismo episcopal aprovou nessa quarta-feira a publicação.
O texto foi apresentado ontem aos bispos pela equipe de redação (setor de Comunicação Social da CNBB), coordenada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação Social da CNBB, Dom Orani João Tempesta.
O material servirá de base para a elaboração de um diretório de comunicação para a Igreja no Brasil. O assunto poderá entrar na pauta da assembleia da CNBB em 2011.
“Dar à Igreja no Brasil um diretório de comunicação é um sonho acalentado por muitos que me antecederam na Comissão”, disse Dom Orani. “Este texto é um trabalho que tem a participação de muitas pessoas e deve ser uma referência no campo das comunicações sociais”, acrescentou.
A publicação de documentos de estudo é prevista no regimento da CNBB. Aplica-se quando o texto não está “suficientemente maduro para ser documento oficial da CNBB”. Sua publicação destina-se ao conhecimento das comunidades, que têm a oportunidade de estudá-lo e opinar sobre seu conteúdo.

Cáritas e CNBB saem em ajuda das vítimas das chuvas no nordeste

A Cáritas Brasileira e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançaram ontem uma campanha de auxílio às vítimas das chuvas nos Estados de Alagoas e Pernambuco (nordeste do país).
Já ultrapassa 40 o número de mortes em decorrência das fortes chuvas e enchentes dos últimos dias nos dois Estados do nordeste. 80 cidades foram fortemente atingidas.
De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em Alagoas, 26 municípios foram atingidos, sendo que três deles decretaram situação de emergência e 15, estado de calamidade pública.
No Estado de Pernambuco, 54 cidades foram atingidas. Desses municípios, 30 decretaram situação de emergência e nove decretaram estado de calamidade pública.
De acordo com balanço feito na noite de ontem pelas defesas civis estaduais, em Alagoas já foram contabilizados 26.141 desabrigados, 47.687 desalojados e 29 óbitos. O número de desaparecidos chega a 607 pessoas. Em Pernambuco, são 17.809 desabrigados, 24.552 desalojados e 13 mortes.
O município com o maior número de afetados no Estado de Alagoas foi o de União dos Palmares, com 55 mil pessoas atingidas, também apresentando o maior número de desabrigados, com nove mil pessoas. Murici (AL) é o município com mais desalojados, somando dez mil pessoas.
A Campanha da CNBB e da Cáritas, intitulada “SOS Pernambuco e Alagoas”, pretende arrecadar fundos que serão convertidos em ajuda concreta às vítimas, como, por exemplo, o fornecimento de alimentos e medicamentos. As doações podem ser depositadas no Banco do Brasil, Agência 3505-X, Conta Corrente 5821-1.

Na internet: http://www.caritas.org.br

Cardeal Herranz: sentença contra Crucifixo é expressão de “fundamentalismo laicista”

A sentença do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) que proíbe a exposição do crucifixo nas salas de aula italianas é expressão de um “fundamentalismo laicista”, segundo as palavras do cardeal Julián Herranz Casado, presidente emérito do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos.
O purpurado interveio na última terça-feira na mesa-redonda realizada em Roma por iniciativa da presidência do Conselho de Ministros do Governo Italiano, responsável pelo recurso apresentado junto à Corte de Estrasburgo, que se pronunciará a respeito em 30 de junho próximo.
O “fundamentalismo laicista”, explicou o cardeal espanhol, “ao afastar-se da concepção correta de ‘laicidade’, pretende relegar a fé cristã e o fenômeno religioso em geral ao âmbito privado da consciência pessoal, excluindo qualquer símbolo religioso ou manifestação exterior de fé da esfera pública e das instituições civis”.
O purpurado analisou as motivações desta visão equivocada do princípio da laicidade que estariam por trás desta sentença, segundo a qual a exposição do crucifixo nas escolas constituiria uma pressão moral sobre os alunos em formação e uma agressão à sua liberdade de aderir ou não a uma religião qualquer.
Em primeiro lugar, explicou o cardeal Herranz Casado na reunião, “tal sentença não encontra fundamentação, uma vez que a simples exposição do crucifixo não pode ter caráter discriminatório nem ferir a liberdade religiosa de alunos não cristãos, e ainda desrespeita os direitos dos alunos cristãos das escolas italianas no que se refere ao artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
“Esta, de fato, garante o direito à liberdade religiosa, a qual inclui a liberdade de manifestar, seja individualmente ou em grupo, seja publicamente ou em particular, a própria religião”, lembrou o cardeal.
Em segundo lugar, indicou que “a sentença não ponderou suficientemente que a ‘laicidade’ representa, em si, um princípio constitutivo dos Estados democráticos, mas são estes que determinam, nos casos particulares, suas formas concretas de atuação, à luz das circunstâncias e tradições locais”.
“Não se trata de um princípio ideológico a ser imposto à sociedade violentando as tradições, sentimentos e crenças religiosas de seus cidadãos”, assinalou.
Para o cardeal Herranz, “também o conceito de ‘neutralidade’ religiosa segundo a sentença da Corte de Estrasburgo é interpretado no sentido ideológico de um relativismo agnóstico (...). A neutralidade do Estado significa apenas que nenhuma religião terá caráter estatal, mas não que o Estado deva ser ‘anticonfessional’”.
“Tal postura de rejeição da religião faria do ateísmo uma espécie de ideologia ou religião oficial do Estado”, acrescentou.
O purpurado ressaltou que “a experiência já demonstrou” que proibições do gênero – como a aprovada na França em 2004, “não favorece a integração”, e citou um artigo publicado no Herald Tribune em 2008 segundo o qual, na França, um número crescente de famílias muçulmanas optava por matricular seus filhos em escolas católicas.
O cardeal concluiu pedindo às instituições da União Europeia que defendam estes direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Fonte: Zenit.

Paquistão: governo se esquiva de combater discriminação religiosa

O governo paquistanês, recorrendo à justificativa da “guerra ao terror” e da “identidade islâmica” do país, mantém em vigor leis discriminatórias que prejudicam as minorias religiosas. Esta é a opinião de Peter Jacob, secretário geral da Comissão Episcopal Justiça e Paz, em visita à Europa nesta semana.
Em entrevista à agência AsiaNews, o secretário afirmou que estas constituem “duas poderosas desculpas usadas pelo governo do país ao se opor à revogação da assim chamada ‘lei da blasfêmia’ e outras leis que discriminam não muçulmanos”, sublinhou.
“Mas os pronunciamentos da União Europeia e de Washington sobre o assunto nos levam a crer que não estamos sós nesta luta”, lamentou.
A razão da visita de Jacob à Europa é a reunião do Pakistan Support Group que se realiza em Genebra, na Suíça, organização vinculada às Nações Unidas, da qual é membro.
“Nos encontramos uma vez por ano para discutir os principais problemas que afligem nosso país. Nesta encontro, os pontos principais serão as leis discriminatórias e a educação, cada vez mais ligada ao extremismo”, explicou ele.
Por outro lado, os parlamentares se dizem “muito assustados” com os rumos tomados pela “questão religiosa” no Paquistão e com o lobby cada vez mais poderoso de grupos extremistas.
“Pressionar nosso governo para que adote medidas concretas não é tarefa fácil, pois Islamabad recorre a uma série de desculpas para justificar suas posições”, reconheceu Jacob.
“De um lado há a luta contra o terrorismo, pretexto para manter o país em estado de emergência (...). De outro, existe a questão da identidade paquistanesa: mesmo havendo uma Constituição laica, os políticos se esforçam para manter as coisas como estão em nome do Islã”.
Neste contexto, a Igreja Católica busca dar voz a esta causa “por todas as vias disponíveis, especialmente junto aos fóruns internacionais”.
“Felizmente, esta batalha é partilhada com muitos outros setores da sociedade civil paquistanesa”, constatou.

Fonte: Zenit.

Vietnã e Santa Sé: rumo ao estabelecimento de relações diplomáticas plenas?

Uma delegação do governo vietnamita está em Roma para participar da segunda seção de trabalho do grupo misto Vietnã-Vaticano que trata das relações diplomáticas entre os dois Estados, segundo informou a Eglises d'Asie, a agência de notícias das Missões Estrangeiras de Paris.
Os membros da delegação do Vietnã, liderados pelo vice-ministro das relações exteriores do país, Nguyên Quôc Cuong, embarcaram para Roma em 20 de junho para iniciar as discussões com os representantes vaticanos no dia seguinte. As reuniões devem se estender até 25 de junho.
A delegação foi recebida por Ettore Ballestrero, sub-secretário para as relações com os Estados da Santa Sé.
Segundo informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé, a reunião tem em vista “aprofundar o desenvolvimento das relações bilaterais, conforme os êxitos alcançados na primeira reunião, realizada em Hanói nos dias 16 e 17 de janeiro de 2009”.
Segundo a agência VietCatholic News, a reunião estava prevista para início do ano, mas foi adiada a pedido da equipe vietnamita. Segundo analistas, o atraso estaria relacionado a questões ainda pendentes referentes aos arcebispados de Hanói, Vinh e Da Nang.
O estabelecimento de relações diplomáticas com o Vietnã constitui uma das prioridades da agenda diplomática da Santa Sé desde o início do pontificado de Bento XVI.
A notícia da celebração do encontro foi recebida com certa inquietude pelos diversos meios católicos, os quais, ainda que favoráveis à aproximação, manifestaram preocupação com relação às circunstâncias de sua realização. A reunião teve lugar logo após a aceitação de demissão do arcebispo de Hanói, ocorrida em 13 de março deste ano.
Embora seu afastamento tenha sido justificado por razões de saúde, alguns analistas consideram que este tenha sido exigido pelo Vietnã como condição para o prosseguimento das negociações.

Fonte: Zenit.

Venezuela: fortalecer clima de convivência e entendimento

A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) tornou público um comunicado com o qual busca "fortalecer o clima de convivência e entendimento", em meio aos escândalos provocados pela descoberta, na semana passada, de milhares de toneladas de alimentos abandonadas em armazéns do Estado.
As autoridades venezuelanas localizaram milhares de contêineres da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), alguns dos quais abandonados há um ano, contendo alimentos em decomposição - num momento em que cresce a insatisfação da população com a escassez de produtos de primeira necessidade nos supermercados.
Ao menos 70 mil toneladas de alimentos como carne bovina e de frango - adquiridos pelo Estado para atender problemas de abastecimento no país e que nunca chegaram a ser distribuídos - foram desperdiçadas.
Os prelados venezuelanos se declararam ainda "desejosos, como pastores da Igreja, de contribuir, a partir de nosso próprio ministério, para a promoção da paz e da harmonia entre todos, como exigência humana e cristã". Para tal, convidam os venezuelanos a refletirem sobre uma série de questões.
Assinam o comunicado: Ubaldo Ramón Santana, arcebispo de Maracaibo e presidente da CEV; Baltazar E. Porras, arcebispo de Mérida, vice-presidente da CEV; Roberto Lûckert, arcebispo de Coro, 2º vice-presidente da CEV; e Jesús González de Zárate, bispo de Caracas, secretário-geral da CEV.
Segundo a Conferência Episcopal Venezuelana, "os venezuelanos precisam de um clima social e político que favoreça a serenidade espiritual, permita formar um julgamento completo sobre a realidade e refletir sobre a importância da participação livre e consciente nas eleições (parlamentares) do próximo 26 de setembro".
Para tal, solicitam "uma investigação profunda sobre o ocorrido" e que se atue "com firmeza e transparência", para que "casos como este jamais voltem a ocorrer".
No texto, a CEV refere-se também à liberdade de imprensa no país, destacando que "a liberdade de expressão e de informação, bem como o direito à denúncia, são valores sociais imprescindíveis para o equilibro dos poderes, a promoção da pluralidade de ideias, assim como o respeito pela dissidência".
Os prelados concluem pedindo "ao Senhor e a Nossa Senhora" que concedam "a todos os venezuelanos luz, sabedoria e força para superar os conflitos e construir juntos um só país".

Fonte: Zenit.

Níger: crise alimentar afeta milhões de pessoas

A rede internacional de Cáritas deu voz de alerta diante da grave emergência alimentar que é registrada novamente na região do Sahel Ocidental, que está à beira de uma tragédia humana devido à grave escassez de alimentos.
Nesta semana, foi estimado que ao menos dez milhões de pessoas passam fome em vários países da África Subsaariana. Embora Níger seja o país mais afetado, com 8 milhões de pessoas em risco, Chade, Mali e Burkina Faso também enfrentam uma grande escassez de alimentos.
Níger dispõe neste momento da metade das reservas necessárias para alimentar a população vítima da escassez. Até agora, foram conseguidos 47 mil toneladas de ajuda alimentar, das 85 mil solicitadas pelas autoridades do país.
Da mesma forma, o sistema gratuito de saúde pública de Níger está quase falido, o que teria consequências devastadoras para as crianças, já que os programas para o tratamento da desnutrição são desenvolvidos por meio de centros de saúde.
Como alertou Raymond Yoro, secretário-geral da Cáritas Níger, "estamos enfrentando uma possível emergência de sobrevivência infantil, já que 378 mil crianças se encontram em grande risco de padecer de desnutrição e 1,2 milhão está em risco de desnutrição moderada".
A Cáritas Internacional destacou que Níger enfrenta uma escassez de alimentos até mesmo mais grave que a vivida durante 2005. Então, recordam os responsáveis da Cáritas, "a lição que aprendemos foi que os atrasos na mobilização da ajuda custam vidas".
Diante desta situação, a Cáritas Internacional redobrou sua petição de ajuda a todas as Cáritas doadoras do mundo, com objetivo de cobrir as necessidades do pedido de emergência lançado no mês passado para coletar os 2,9 milhões de euros necessários para financiar uma operação humanitária urgente em Níger.
Este programa de emergência, ao qual a Cáritas Espanha vai apoiar com 150 mil euros, contempla a distribuição de ajuda alimentar a 1,5 milhão de pessoas especialmente vulneráveis, além do desenvolvimento de projetos de "dinheiro por trabalho" e de distribuição de sementes, assim como planos de atenção prioritária para 17 mil crianças, mulheres grávidas e mães de primeira viagem.
Este programa de emergência vai ser desenvolvido em Tillabery, Agades, Rahoua e Zinder, as regiões de Níger onde o déficit alimentício afeta 35% da população.
A irregularidade das chuvas, as colheitas ruins, o aumento nos preços dos alimentos e a pobreza crônica contribuíram para o aumento da crise alimentícia em 2010. As pessoas estão enfrentando uma severa escassez de alimentos há seis meses. Agora dependem de meios extremos de adaptação, que incluem vender seu gado, comer alimentos silvestres, tirar seus filhos das escolas e abandonar suas casas em busca de alimentos.

Fonte: Zenit.

Empresários cristãos: falta economia de mercado solidária

Um grupo de bispos, empresários, sacerdotes e leigos, convocados pelo Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e pela União Internacional Cristã de Dirigentes de Empresa (UNIAPAC) Latino-Americana, se reuniram em Cochabamba (Bolívia), nos dias 17 e 18 de junho.
O objetivo era estudar desafios da empresa depois de 200 anos da independência da América Latina e do Caribe.
Os participantes do encontro vieram do México, República Dominicana, Haiti, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, informa o CELAM. Em 18 de junho, publicaram a Declaração de Cochabamba, na qual fazem uma série de propostas.
Durante estes dias, oraram, refletiram e discerniram juntos, em clima de fraternidade. A convivência, afirmam os espectadores, "foi simples, franca e alegre; nossos diálogos foram respeitosos e sinceros. Nossa busca comum - de pastores e empresários - consistiu em identificar alguns desafios da empresa depois de 200 anos da Independência da América Latina e do Caribe".
Os participantes afirmaram que "é preciso uma economia de mercado solidária, que incorpore todos. É necessário mostrar como a riqueza privada contribui para o bem comum, sobretudo em benefício dos mais desfavorecidos e excluídos".
Ser empresário cristão nos tempos atuais, segundo os que assinaram a Declaração, "tem um profundo significado humano; é um projeto de vida que adquire seu sentido de fé, esperança e caridade. Compromete a viver com autenticidade o sacerdócio batismal".
"Suas convicções são, entre outras, de que o homem não será humano se não for irmão; que o capital humano é o primeiro capital; que a empresa é sociedade de capitais e, sobretudo, uma sociedade de pessoas."
Os signatários enumeraram uma série de desafios com que se depara a empresa latino-americana.
Também o desafio de "enfrentar e superar com integridade e força as situações de injustiça, garantindo a vida digna das comunidades, mediante economias saudáveis e solidárias, favorecendo uma economia de caridade e caridade na economia".
"Incentivar - diante a mudança de época pela qual passamos - espaços e escolas de formação para compreender os novos paradigmas com os quais o empreendedor se depara, e gerar novas lideranças."
Por último, "acompanhar pastoralmente, no âmbito diocesano, os empresários, trabalhadores e líderes sociais em sua vivência do seguimento de Jesus. Promover o compromisso dos leigos, construtores de uma sociedade justa, fraterna, solidária com dignas relações sociais e com a natureza. Impulsionar, para alcançar isso, o conhecimento e a difusão da doutrina social da Igreja".

Fonte: Zenit.

Cuidados com patentes sobre vida

É incoerente proteger por lei os seres vivos enquanto se permite patentear e comercializar sem empecilhos éticos material genético e microbiológico.
Dom Silvano M. Tomasi, observador permanente da Santa Sé no escritório das Nações Unidas e Instituições Especializadas em Genebra, interveio sobre este tema na reunião sobre direitos de propriedade intelectual da Organização Mundial do Comércio (OMC), no último dia 8 de junho.
Em sua exposição, o prelado indicou que a legislação comercial atual permite "excluir da patenteabilidade plantas e animais, mas não micro-organismos"; permite "excluir os processos biológicos que são essenciais para a produção de plantas e animais, mas não os microbiológicos".
"As patentes das formas de vida poderiam servir às vezes como instrumento para sustentar certas biotecnologias, problemáticas do ponto de vista ético e do ponto de vista de um sistema de propriedade intelectual que favoreça o desenvolvimento."
Dom Tomasi recordou especialmente o artigo 4 da Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, que afirma que o material genético humano, "em seu estado natural, não pode dar lugar a benefício", assim como o artigo 21 da Convenção do Conselho da Europa e outras declarações no mesmo sentido.
Um mero controle comercial das patentes sobre a vida, adverte o prelado, "poderia influenciar tanto a segurança alimentar como as perspectivas de desenvolvimento dos países pobres", ao implantar-se "monopólios privados" sobre estes recursos.
Além disso, insistiu na preocupação que este tipo de patentes desperta, tanto no âmbito econômico quanto ambiental e, sobretudo, ético.
As patentes sobre a vida terão "um impacto negativo sobre os direitos do consumidor, sobre a conservação da biodiversidade, sobre a tutela do meio ambiente, sobre os direitos dos povos indígenas, sobre a liberdade científica e acadêmica e, em definitivo, sobre o desenvolvimento econômico de muitos países".
Além disso, batem de frente com a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que a ONU adotou em 2007 e que, em seu artigo 31, reconhece a estes, entre outros, o direito à tutela dos seus recursos ambientais e genéticos.
Também se referiu à preocupação - manifestada inclusive pela Assembleia Especial do Sínodo para a África - sobre as sementes geneticamente modificadas: "Uma aplicação ilimitada dos procedimentos patenteadores sobre os desenvolvimentos biológicos, científicos e técnicos, poderia ser prejudicial para os métodos de pesquisa e produção", especialmente nos países pobres, ao "concentrar" a propriedade das sementes.
"A comunidade internacional deveria prestar a devida atenção às preocupações pela concentração de tecnologia e de recursos para a produção alimentar nas mãos de um pequeno grupo de entidades e sociedades guiadas exclusivamente por objetivos comerciais", advertiu.
O prelado concluiu indicando que o objetivo principal da comunidade internacional "deveria ser o de promover o bem comum". Além disso, "as regras e negociações do comércio internacional deveriam visar ao bem de todos, especialmente dos pobres e vulneráveis".

Fonte: Zenit.

Durban: comunidade portuguesa vive Mundial de Futebol em festa

O jogo entre Portugal e Brasil pela Copa do Mundo nesta sexta-feira em Durban é um ingrediente a mais na festa dos sul-africanos, turistas e emigrantes que vivem na África do Sul.
O emigrante português José Carvalho, que vive com sua família em Durban desde 1974, conversou com Agência Ecclesia sobre o ambiente “muito positivo” em que decorre o Mundial de Futebol. Trata-se de “uma festa, mais do que uma competição”, disse.
“Cheguei a ir ver um jogo, Holanda-Japão, em que apesar da derrota, os adeptos japoneses celebravam com os holandeses”, relata.
José Carvalho lembrou o bom acolhimento que recebeu dos sul-africanos, quando se mudou para Durban ainda nos anos 70. A barreira da língua foi minimizada pela hospitalidade e pelo carinho das pessoas.
Em Durban há sinais da ligação histórica com Portugal, como por exemplo uma estátua de homenagem a Bartolomeu Dias, navegador que circundou o Cabo da Boa Esperança em 1488. Depois foi a vez de Vasco da Gama aportar na região, a 25 de dezembro de 1497, dando-lhe o nome de Rio de Natal. O nome pelo qual a cidade é hoje conhecida só foi atribuído em 1835.
Portugal joga nesta sexta-feira contra o Brasil. É o último jogo dos dois times na fase de grupos da Copa do Mundo. A partida é aguardada com grande expectativa pela comunidade portuguesa local.
“O jogo é um tema que domina todas as conversas, não só dos portugueses”, afirma José Carvalho, descrevendo a ansiedade das pessoas, no trabalho e nas ruas, “onde só se veem bandeiras de Portugal e do Brasil à venda”.
Portugal terá um grande apoio nesta sexta-feira. De acordo com o presidente do Clube Português de Durban, deverão assistir à partida, no Estádio Moses Mabhida, mais de 30 mil portugueses.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Futuro das CEBs depende da fidelidade às orientações do Magistério da Igreja

“O fulcro sobre o qual está depositado o futuro das CEBs é a fidelidade às orientações do Magistério que governa a Igreja”, afirma o arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eugenio Sales.
O arcebispo emérito escreveu um artigo sobre as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) – veiculado pelo portal da arquidiocese do Rio no dia 17 de junho – no contexto da realização, a 7 de agosto, em Natal, Rio Grande do Norte, do 2º Encontro de integrantes do então Movimento de Natal.
Dom Eugenio recorda “duas iniciativas deste trabalho que, na década de 50, impulsionaram o surgimento das Comunidades de Base no Brasil”.
Trata-se “da experiência da cidade de São Paulo do Potengi com a criação de núcleos de comunidades para o cultivo da vida cristã e a de educação pelo rádio”.Segundo Dom Eugenio Sales, à medida que se desenvolvem e crescem as Comunidades Eclesiais de Base, “manda a prudência cristã que haja vigilância na defesa de suas características essenciais”.
“A eficácia desse admirável instrumento de evangelização, proporcionado pelo Espírito Santo, dependerá da preservação de sua identidade religiosa”, afirma.O arcebispo destaca o imperativo da fidelidade às orientações da Igreja. As CEBs “são parte integrante das paróquias e estas, das comunidades diocesanas que estão sob a direção dos Bispos e do Sucessor de Pedro, o Santo Padre”.
“Qualquer procedimento discordante constitui uma traição e uma ruptura, com a separação do tronco e a supressão da seiva divina. Como está expresso no Documento de Aparecida, ‘as comunidades eclesiais de base, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade e a orientação de seus pastores como guia que assegura a comunhão eclesial’ (nº 179)”, recorda o prelado.Ao reconhecer que há perigo de desvios, o cardeal Eugenio Sales recorda o documento que João Paulo II deixou para os líderes das CEBs, em sua viagem ao país de 1980.
Dizia o Papa: ‘Sublinho, também, esta eclesialidade, porque o perigo de atenuar essa dimensão, de deixá-la desaparecer em benefício de outras, não é nem irreal nem remoto. Antes, é sempre atual. É particularmente insistente o risco de intromissão do político.’
‘Esta intromissão pode dar-se na própria gênese e formação das comunidades (...). Pode dar-se também sob a forma de instrumentalização política das comunidades que haviam nascido em perspectiva eclesial’, acrescentava João Paulo II.
“Tratava-se de uma advertência que não chamaria de profética, pois já existiam desvios que motivaram a paternal e firme admoestação do Romano Pontífice”, lembra o cardeal.Diante da “importância dessa atividade religiosa, é dever do Bispo e de milhares de integrantes das Comunidades Eclesiais de Base zelar pela observância dos rumos dados pelo Magistério”.
É o que João Paulo II chamava – prossegue Dom Eugenio – de ‘uma delicada atenção e um sério e corajoso esforço para manter, em toda a sua pureza, a dimensão eclesial dessas comunidades’.Segundo o cardeal, “com alguma frequência, se manifesta, em certos meios, incontrolável desejo de independência face às normas que nos são ditadas pela Santa Sé”.
“Para esses cristãos, vale mais a autonomia e a autodeterminação .Trata-se de um comportamento oposto ao verdadeiro ‘sentire cum Ecclesia’, ‘sentir com a Igreja’.”
“Não há oposição às Comunidades Eclesiais de Base, quando estas são verdadeiras”, afirma o cardeal.

Fonte: Zenit.