O Papa pediu hoje às autoridades políticas que impulsionem acordos internacionais vinculantes para a proteção do meio ambiente.
Ele o fez em seu discurso dirigido aos novos embaixadores junto à Santa Sé da Dinamarca, Uganda, Sudão, Quênia, Cazaquistão, Bangladesh, Finlândia e Letônia, ao recebê-los no Palácio Apostólico para a entrega das suas cartas credenciais.
“Tanto no âmbito individual como político, é necessário agora assumir compromissos mais decididos e compartilhados de maneira mais ampla no que diz respeito à criação”, destacou o Papa.
Além disso, sublinhou a relação que existe entre a responsabilidade com a criação e a miséria e a fome.
Neste sentido, advertiu que a degradação do meio ambiente “constitui uma ameaça direta para a sobrevivência do homem e para seu próprio desenvolvimento; e inclusive pode ameaçar diretamente a paz entre as pessoas e as populações”.
O Papa recordou que “o bem do homem não reside em um consumo cada vez mais desenfreado nem no acúmulo ilimitado de bens – consumo e acúmulo que estão reservados a um pequeno número e propostos como modelos à massa”.
Sobre isso, Bento XVI disse que “as religiões vividas segundo sua essência profunda eram e são uma força de reconciliação e de paz”.
Mas corresponde “não somente às diversas religiões destacar e defender a primazia da pessoa e do espírito”, mas também ao Estado, que “tem o dever de fazê-lo, principalmente através de uma política ambiciosa que favoreça todos os cidadãos, por igual, no acesso aos bens do espírito”.
O Papa prosseguiu indicando aos embaixadores que o Estado deve valorizar a riqueza das relações sociais e animar a pessoa a prosseguir sua busca espiritual, pois “todo crente está chamado a perguntar a Deus sobre sua vontade a propósito de toda situação humana”.
“Diante de Deus, não existe nenhuma categoria ou hierarquia de pessoa, inferior ou superior, dominante ou protegido – declarou. Não existe para ele mais que a pessoa criada pro amor e que quer ver viver, em família e em sociedade, em uma harmonia fraterna.”
“Para a pessoa de fé ou a pessoa de boa vontade, a resolução dos conflitos humanos, como a delicada convivência das diferentes religiões, pode transformar-se em uma coexistência humana em uma ordem repleta de bondade e de sabedoria que tem sua origem e seu dinamismo em Deus”, continuou.
“Esta coexistência no respeito à natureza das coisas e à sabedoria inerente que vem de Deus – a tranquillitas ordinis – se chama paz”, acrescentou.
“Às vezes é difícil, para o mundo político e econômico, dar à pessoa o primeiro lugar; nele é ainda mais delicado considerar e admitir a importância e a necessidade do religioso, e garantir à religião sua verdadeira natureza e lugar em sua faceta pública”, reconheceu.
Mas “a paz, tão desejada, não se alcançará sem a ação conjunta do indivíduo, que descobre sua verdadeira natureza em Deus, e de dirigentes das sociedades civis e religiosas, que – no respeito à dignidade e à fé de cada um – saibam reconhecer e dar à religião sua nobre e autêntica função de cumprimento e de aperfeiçoamento da pessoa humana”.
Fonte: Zenit.
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