Oferecemos, a seguir, a catequese do Papa Bento XVI durante a audiência geral de hoje, com os peregrinos reunidos na Sala Paulo VI.
***
Queridos irmãos e irmãs:
Hoje conheceremos outro monge beneditino do século XII. Seu nome é Ruperto de Deutz, uma cidade próxima de Colônia, sede de um famoso mosteiro. O próprio Ruperto fala da sua vida em uma das suas obras mais importantes, intitulada “A glória e a honra do Filho do Homem”, que é um comentário parcial ao Evangelho de Mateus.
Ainda sendo criança, foi acolhido como “oblato” no mosteiro beneditino de São Lourenço, em Liège, segundo o costume da época de confiar um dos filhos à educação dos monges, com a intenção de oferecer um dom a Deus. Ruperto sempre amou a vida monástica. Aprendeu logo a língua latina para estudar a Bíblia e para aproveitar as celebrações litúrgicas. Distinguiu-se por sua integríssima retidão moral e pelo forte apego à Sé de Pedro.
Sua época esteve marcada pelos enfrentamentos entre o papado e o império, por causa da chamada “querela das investiduras”, com a qual – como indiquei em outras catequeses – o papado queria impedir que a nomeação de bispos e o exercício da sua jurisdição dependessem das autoridades civis, que estavam guiadas antes de mais nada por motivações políticas e econômicas, e não certamente pastorais.
O bispo de Liège, Otberto, resistia às diretrizes do Papa e mandou Berengário, abade do mosteiro de São Lourenço, ao exílio, precisamente por sua fidelidade ao pontífice. Neste mosteiro estava Ruperto, que não hesitou em seguir seu abade ao exílio e, somente quando o bispo Otberto voltou a estar em comunhão com o Papa, ele regressou a Liège e aceitou converter-se em sacerdote. Até aquele momento, de fato, ele havia evitado receber a ordenação de um bispo em dissensão com o Papa.
Ruperto nos ensina que, quando surgem controversas na Igreja, a referência ao ministério petrino garante a fidelidade à sã doutrina e dá serenidade e liberdade interior. Após a disputa com Otberto, teve de abandonar seu mosteiro outras duas vezes. Em 1116, os adversários queriam inclusive processá-lo. Ainda que tenha sido absolvido de toda acusação, Ruperto preferiu dirigir-se por um tempo a Siegburg, mas, dado que as polêmicas não haviam cessado quando voltou ao mosteiro de Liège, decidiu estabelecer-se definitivamente na Alemanha. Nomeado abade de Deutz em 1120, permaneceu lá até 1129, ano da sua morte. Afastou-se de lá somente para uma peregrinação a Roma, em 1124.
Escritor fecundo, Ruperto deixou numerosas obras, ainda hoje de grande interesse, também porque participou de várias importantes discussões teológicas da sua época. Por exemplo, interveio com determinação na controversa eucarística, que em 1077 havia levado à condenação de Berengário de Tours. Este havia dado uma interpretação reducionista da presença de Cristo no sacramento da Eucaristia, definindo-a como somente simbólica. Na linguagem da Igreja, não havia entrado ainda o termo “transubstanciação”, mas Ruperto, utilizando às vezes expressões audazes, tornou-se um defensor decidido do realismo eucarístico e, sobretudo na obra intitulada “De divinis officis” (Os ofícios divinos), afirmou com decisão a continuidade entre o Corpo do Verbo encarnado de Cristo e o presente nas espécies eucarísticas do pão e do vinho.
Queridos irmãos e irmãs: parece-me que neste ponto devemos também pensar na nossa época; também hoje existe o perigo de redimensionar o realismo eucarístico, isto é, considerar a Eucaristia quase como somente um rito de comunhão, de socialização, esquecendo muito facilmente que na Eucaristia realmente está presente Cristo ressuscitado – com seu corpo ressuscitado –, que se coloca em nossas mãos para fazer-nos sair de nós mesmos, incorporar-nos ao seu corpo imortal e guiar-nos assim à vida nova. Este grande mistério de que o Senhor está presente em toda a sua realidade nas espécies eucarísticas é um mistério que temos de adorar e amar sempre de novo! Eu gostaria de citar aqui as palavras do Catecismo da Igreja Católica, que trazem em si o fruto da meditação da fé e da reflexão teológica de dois mil anos: “O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo completo, Deus e homem” (cf. CIC 1374). Também Ruperto contribuiu, com suas reflexões, para esta precisa formulação.
Outra controversa na qual o abade de Deutz se viu envolvido tem a ver com o tema da conciliação da bondade e onipotência de Deus com a existência do mal. Se Deus é onipotente e bom, como se explica a realidade do mal? Ruperto reagiu contra a postura assumida pelos professores da escola teológica de Laon, que, com uma série de raciocínios filosóficos, distinguiam na vontade de Deus o “aprovar” e o “permitir”, concluindo que Deus permite o mal sem aprová-lo e, portanto, sem querê-lo. Ruperto, por outro lado, renuncia ao uso da filosofia, que considera inadequada frente a um problema tão grande, e permanece simplesmente fiel à narração bíblica. Parte da bondade de Deus, da verdade de que Deus é sumamente bom e não pode deixar de querer o bem. Assim, identifica a origem do mal no próprio homem e no uso equivocado da liberdade humana. Quando Ruperto enfrenta este tema, escreve páginas cheias de inspiração religiosa para louvar a misericórdia infinita do Pai, a paciência e a benevolência de Deus pelo homem pecador.
Como outros teólogos do Medievo, também Ruperto se perguntava: por que o Verbo de Deus, o Filho de Deus, se fez homem? Alguns respondiam explicando a encarnação do Verbo com a urgência de reparar o pecado do homem. Ruperto, no entanto, com uma visão cristocêntrica da história da salvação, amplia a perspectiva e, em uma obra sua titulada “A glorificação da Trindade”, sustenta a postura de que a Encarnação, acontecimento central de toda a história, havia sido prevista desde a eternidade, ainda independentemente do pecado do homem, para que toda a criação pudesse louvar Deus Pai e amá-lo como uma única família reunida ao redor de Cristo, o Filho de Deus. Ele vê então, na mulher grávida do Apocalipse, toda a história da humanidade, que está orientada a Cristo, assim como a concepção está orientada ao parto, uma perspectiva que foi desenvolvida por outros pensadores e valorizada também pela teologia contemporânea, a qual afirma que toda a história do homem e da humanidade é concepção orientada ao parto de Cristo.
Cristo está sempre no centro das explicações exegéticas proporcionadas por Ruperto em seus comentários aos livros da Bíblia, aos que se dedicou com grande diligência e paixão. Encontra, assim, uma unidade admirável em todos os acontecimentos da história da salvação, desde a criação até a consumação final dos tempos: “Toda a Escritura é um só livro, que tende ao mesmo fim [o Verbo divino]; que vem de um só Deus e que foi escrito por um só Espírito” (De glorificatione Trinitatis et processione Sancti Spiritus I,V, PL 169, 18).
Na interpretação da Bíblia, Ruperto não se limita a repetir o ensinamento dos Padres, e sim mostra sua originalidade. Ele, por exemplo, é o primeiro escritor que identificou a esposa do Cântico dos Cânticos como Maria Santíssima. Assim, seu comentário a este livro da Escritura se revela como uma espécie de summa mariológica, na qual se apresentam os privilégios e as excelentes virtudes de Maria. Em uma das passagens mais inspiradas do seu comentário, Ruperto escreve: “Ó prediletíssima entre as prediletas, Virgem das virgens, o que teu Filho predileto louva em ti, que exalta o coro inteiro dos anjos? Louva-se a simplicidade, a pureza, a inocência, a doutrina, o pudor, a humildade, a integridade da morte e da carne, isto é, a virgindade incorrupta” (In Canticum Canticorum 4,1-6, CCL 26, pp. 69-70). A interpretação mariana do Cântico dos Cânticos de Ruperto é um feliz exemplo da sintonia entre liturgia e teologia. De fato, várias passagens deste livro bíblico já eram usadas nas celebrações litúrgicas das festas marianas.
Ruperto, além disso, procura inserir sua doutrina mariológica na eclesiológica. Em outras palavras, ele vê em Maria Santíssima a parte mais santa da Igreja inteira. Daqui que meu venerado predecessor, Paulo VI, no discurso de clausura da 3ª sessão do Concílio Vaticano II, proclamando solenemente Maria como Mãe da Igreja, tenha citado precisamente uma proposição tomada das obras de Ruperto, que define Maria como portio maxima, portio optima – a parte mais excelsa, a melhor parte da Igreja (cf. In Apocalypsem 1.7, PL 169,1043).
Queridos amigos, a partir destas rápidas pinceladas, percebemos que Ruperto foi um teólogo fervoroso, dotado de grande profundidade. Como todos os representantes da teologia monástica, ele soube conjugar o estudo racional dos mistérios da fé com a oração e com a contemplação, considerada como o cume de todo conhecimento de Deus. Ele mesmo fala uma vez das suas experiências místicas, como quando confia a inefável alegria de ter percebido a presença do Senhor: “Nesse breve momento, experimentei quão verdadeiro é isso que Ele mesmo diz: ‘Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração’” (De gloria et honore Filii hominis. Super Matthaeum 12, PL 168, 1601). Também nós podemos, cada um da sua maneira, encontrar o Senhor Jesus, que incessantemente acompanha nosso caminho, faz-se presente no pão eucarístico e em sua Palavra para a nossa salvação.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Amados peregrinos de língua portuguesa, desejo a todos um tempo santo de Advento fixando o olhar na Virgem Mãe, a parte melhor e mais excelsa da Igreja. Como Maria, preparemos o coração, a família, os amigos para acolher e oferecer Jesus no Natal. São os meus votos e também a minha Bênção!
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Queridos irmãos e irmãs:
Hoje conheceremos outro monge beneditino do século XII. Seu nome é Ruperto de Deutz, uma cidade próxima de Colônia, sede de um famoso mosteiro. O próprio Ruperto fala da sua vida em uma das suas obras mais importantes, intitulada “A glória e a honra do Filho do Homem”, que é um comentário parcial ao Evangelho de Mateus.
Ainda sendo criança, foi acolhido como “oblato” no mosteiro beneditino de São Lourenço, em Liège, segundo o costume da época de confiar um dos filhos à educação dos monges, com a intenção de oferecer um dom a Deus. Ruperto sempre amou a vida monástica. Aprendeu logo a língua latina para estudar a Bíblia e para aproveitar as celebrações litúrgicas. Distinguiu-se por sua integríssima retidão moral e pelo forte apego à Sé de Pedro.
Sua época esteve marcada pelos enfrentamentos entre o papado e o império, por causa da chamada “querela das investiduras”, com a qual – como indiquei em outras catequeses – o papado queria impedir que a nomeação de bispos e o exercício da sua jurisdição dependessem das autoridades civis, que estavam guiadas antes de mais nada por motivações políticas e econômicas, e não certamente pastorais.
O bispo de Liège, Otberto, resistia às diretrizes do Papa e mandou Berengário, abade do mosteiro de São Lourenço, ao exílio, precisamente por sua fidelidade ao pontífice. Neste mosteiro estava Ruperto, que não hesitou em seguir seu abade ao exílio e, somente quando o bispo Otberto voltou a estar em comunhão com o Papa, ele regressou a Liège e aceitou converter-se em sacerdote. Até aquele momento, de fato, ele havia evitado receber a ordenação de um bispo em dissensão com o Papa.
Ruperto nos ensina que, quando surgem controversas na Igreja, a referência ao ministério petrino garante a fidelidade à sã doutrina e dá serenidade e liberdade interior. Após a disputa com Otberto, teve de abandonar seu mosteiro outras duas vezes. Em 1116, os adversários queriam inclusive processá-lo. Ainda que tenha sido absolvido de toda acusação, Ruperto preferiu dirigir-se por um tempo a Siegburg, mas, dado que as polêmicas não haviam cessado quando voltou ao mosteiro de Liège, decidiu estabelecer-se definitivamente na Alemanha. Nomeado abade de Deutz em 1120, permaneceu lá até 1129, ano da sua morte. Afastou-se de lá somente para uma peregrinação a Roma, em 1124.
Escritor fecundo, Ruperto deixou numerosas obras, ainda hoje de grande interesse, também porque participou de várias importantes discussões teológicas da sua época. Por exemplo, interveio com determinação na controversa eucarística, que em 1077 havia levado à condenação de Berengário de Tours. Este havia dado uma interpretação reducionista da presença de Cristo no sacramento da Eucaristia, definindo-a como somente simbólica. Na linguagem da Igreja, não havia entrado ainda o termo “transubstanciação”, mas Ruperto, utilizando às vezes expressões audazes, tornou-se um defensor decidido do realismo eucarístico e, sobretudo na obra intitulada “De divinis officis” (Os ofícios divinos), afirmou com decisão a continuidade entre o Corpo do Verbo encarnado de Cristo e o presente nas espécies eucarísticas do pão e do vinho.
Queridos irmãos e irmãs: parece-me que neste ponto devemos também pensar na nossa época; também hoje existe o perigo de redimensionar o realismo eucarístico, isto é, considerar a Eucaristia quase como somente um rito de comunhão, de socialização, esquecendo muito facilmente que na Eucaristia realmente está presente Cristo ressuscitado – com seu corpo ressuscitado –, que se coloca em nossas mãos para fazer-nos sair de nós mesmos, incorporar-nos ao seu corpo imortal e guiar-nos assim à vida nova. Este grande mistério de que o Senhor está presente em toda a sua realidade nas espécies eucarísticas é um mistério que temos de adorar e amar sempre de novo! Eu gostaria de citar aqui as palavras do Catecismo da Igreja Católica, que trazem em si o fruto da meditação da fé e da reflexão teológica de dois mil anos: “O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo completo, Deus e homem” (cf. CIC 1374). Também Ruperto contribuiu, com suas reflexões, para esta precisa formulação.
Outra controversa na qual o abade de Deutz se viu envolvido tem a ver com o tema da conciliação da bondade e onipotência de Deus com a existência do mal. Se Deus é onipotente e bom, como se explica a realidade do mal? Ruperto reagiu contra a postura assumida pelos professores da escola teológica de Laon, que, com uma série de raciocínios filosóficos, distinguiam na vontade de Deus o “aprovar” e o “permitir”, concluindo que Deus permite o mal sem aprová-lo e, portanto, sem querê-lo. Ruperto, por outro lado, renuncia ao uso da filosofia, que considera inadequada frente a um problema tão grande, e permanece simplesmente fiel à narração bíblica. Parte da bondade de Deus, da verdade de que Deus é sumamente bom e não pode deixar de querer o bem. Assim, identifica a origem do mal no próprio homem e no uso equivocado da liberdade humana. Quando Ruperto enfrenta este tema, escreve páginas cheias de inspiração religiosa para louvar a misericórdia infinita do Pai, a paciência e a benevolência de Deus pelo homem pecador.
Como outros teólogos do Medievo, também Ruperto se perguntava: por que o Verbo de Deus, o Filho de Deus, se fez homem? Alguns respondiam explicando a encarnação do Verbo com a urgência de reparar o pecado do homem. Ruperto, no entanto, com uma visão cristocêntrica da história da salvação, amplia a perspectiva e, em uma obra sua titulada “A glorificação da Trindade”, sustenta a postura de que a Encarnação, acontecimento central de toda a história, havia sido prevista desde a eternidade, ainda independentemente do pecado do homem, para que toda a criação pudesse louvar Deus Pai e amá-lo como uma única família reunida ao redor de Cristo, o Filho de Deus. Ele vê então, na mulher grávida do Apocalipse, toda a história da humanidade, que está orientada a Cristo, assim como a concepção está orientada ao parto, uma perspectiva que foi desenvolvida por outros pensadores e valorizada também pela teologia contemporânea, a qual afirma que toda a história do homem e da humanidade é concepção orientada ao parto de Cristo.
Cristo está sempre no centro das explicações exegéticas proporcionadas por Ruperto em seus comentários aos livros da Bíblia, aos que se dedicou com grande diligência e paixão. Encontra, assim, uma unidade admirável em todos os acontecimentos da história da salvação, desde a criação até a consumação final dos tempos: “Toda a Escritura é um só livro, que tende ao mesmo fim [o Verbo divino]; que vem de um só Deus e que foi escrito por um só Espírito” (De glorificatione Trinitatis et processione Sancti Spiritus I,V, PL 169, 18).
Na interpretação da Bíblia, Ruperto não se limita a repetir o ensinamento dos Padres, e sim mostra sua originalidade. Ele, por exemplo, é o primeiro escritor que identificou a esposa do Cântico dos Cânticos como Maria Santíssima. Assim, seu comentário a este livro da Escritura se revela como uma espécie de summa mariológica, na qual se apresentam os privilégios e as excelentes virtudes de Maria. Em uma das passagens mais inspiradas do seu comentário, Ruperto escreve: “Ó prediletíssima entre as prediletas, Virgem das virgens, o que teu Filho predileto louva em ti, que exalta o coro inteiro dos anjos? Louva-se a simplicidade, a pureza, a inocência, a doutrina, o pudor, a humildade, a integridade da morte e da carne, isto é, a virgindade incorrupta” (In Canticum Canticorum 4,1-6, CCL 26, pp. 69-70). A interpretação mariana do Cântico dos Cânticos de Ruperto é um feliz exemplo da sintonia entre liturgia e teologia. De fato, várias passagens deste livro bíblico já eram usadas nas celebrações litúrgicas das festas marianas.
Ruperto, além disso, procura inserir sua doutrina mariológica na eclesiológica. Em outras palavras, ele vê em Maria Santíssima a parte mais santa da Igreja inteira. Daqui que meu venerado predecessor, Paulo VI, no discurso de clausura da 3ª sessão do Concílio Vaticano II, proclamando solenemente Maria como Mãe da Igreja, tenha citado precisamente uma proposição tomada das obras de Ruperto, que define Maria como portio maxima, portio optima – a parte mais excelsa, a melhor parte da Igreja (cf. In Apocalypsem 1.7, PL 169,1043).
Queridos amigos, a partir destas rápidas pinceladas, percebemos que Ruperto foi um teólogo fervoroso, dotado de grande profundidade. Como todos os representantes da teologia monástica, ele soube conjugar o estudo racional dos mistérios da fé com a oração e com a contemplação, considerada como o cume de todo conhecimento de Deus. Ele mesmo fala uma vez das suas experiências místicas, como quando confia a inefável alegria de ter percebido a presença do Senhor: “Nesse breve momento, experimentei quão verdadeiro é isso que Ele mesmo diz: ‘Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração’” (De gloria et honore Filii hominis. Super Matthaeum 12, PL 168, 1601). Também nós podemos, cada um da sua maneira, encontrar o Senhor Jesus, que incessantemente acompanha nosso caminho, faz-se presente no pão eucarístico e em sua Palavra para a nossa salvação.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Amados peregrinos de língua portuguesa, desejo a todos um tempo santo de Advento fixando o olhar na Virgem Mãe, a parte melhor e mais excelsa da Igreja. Como Maria, preparemos o coração, a família, os amigos para acolher e oferecer Jesus no Natal. São os meus votos e também a minha Bênção!
Fonte: Zenit.
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