O porta-voz vaticano ilustra as implicações éticas
O interesse que a Conferência de Copenhague suscita sobre a mudança climática deve se converter em um convite a mudar os estilos de vida, considera o porta-voz vaticano.
O Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, analisou as implicações éticas desta cúpula organizada pelas Nações Unidas entre os dias 7 e 18 de dezembro, no último editorial do semanário Octava Dies, emitido pelo Centro Televisivo Vaticano.
O sacerdote começa constatando que, “há algum tempo, muitos consideravam as preocupações climáticas e ambientais como um luxo: preocupação dos ricos. Outros seriam os problemas dos pobres, que deveriam sobreviver e satisfazer suas necessidades primárias”.
“Depois, compreendemos que não era assim – acrescenta. Quando há uma seca ou acontecem catástrofes ambientais, os pobres são os primeiros a sofrer ou morrer. Quem se encontra em lugares mais seguros ou possui mais recursos para nutrir-se ou proteger-se, pode superar melhor a piora das condições ambientais.”
Portanto, considera o porta-voz vaticano, “devemos nos preocupar pelo estado de saúde do planeta por todos, mas em primeiro lugar pelos pobres”.
“O planeta é como um organismo no qual os desequilíbrios interagem uns com os outros. A alteração da composição da atmosfera, a elevação do nível dos mares, a redução das reservas de água doce não-contaminada, as mudanças das precipitações e dos furacões, a erosão dos solos e a desertização, os danos à agricultura e à saúde humana... E tudo isso, no fundo, depende em grande parte das decisões e dos comportamentos humanos.”
A Conferência de Copenhague sobre o clima será considerada um êxito ou um fracasso, reconhece o sacerdote, segundo os compromissos que serão assumidos pelos governos, sobretudo pelos dos maiores países.
“Serão produzidos números ‘mágicos’ sobre reduções das emissões de gases nocivos e sobre financiamentos. Mas, no final, tudo dependerá do comportamento de todos nós, habitantes da Terra, acostumados demais a achar que somos espertos na hora de descarregar a responsabilidade no outro”, acrescenta o porta-voz vaticano.
“O Papa, na sua última encíclica, falou justamente de ‘novos estilos de vida’ e recordou que o sistema ecológico se sustenta sobre uma boa relação do homem com a natureza, mas também com seus semelhantes. O problema de Copenhague, portanto, também é um problema nosso.”
Fonte: Zenit.
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