Por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, arcebispo eleito de Oviedo
Publicamos o comentário ao Evangelho deste domingo 2º do Advento (Lc 3, 1-6), redigido por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, bispo de Huesca e de Jaca, arcebispo eleito de Oviedo.
* * *
Algo assim como “ao andar faz-se o caminho”, encontramo-nos neste segundo domingo do Advento, que vem para completar o domingo anterior, que nos dava um toque de atenção: levantai-vos, erguei a cabeça, tende cuidado, estai acordados, ficai de pé (cf. Lc 21, 34-36). Era um profundo convite à vigilância, que neste domingo é ainda mais explicitado.
O mensageiro é João Batista (que, junto com Isaías e Maria, faz parte da tríade que nos acompanhará em todo este tempo litúrgico). Ele foi um profeta querido e temido, porque cantava as verdades sem pose nem ficção. Pagou caro por seu amor à verdade. Não só a dizia, mas sobretudo a vivia: ele a dizia vivendo-a.
Sua mensagem chega hoje até nós fazendo-nos o mesmo convite feito há dois mil anos: alguém está por vir, alguém especial, por quem o coração de todos os homens estava inquieto; avivem, pois, sua espera, acendam sua esperança, e transformem-se, convertam-se, porque Ele, o esperado por todos e por você... está chegando.
É preciso pensar que a mensagem de João Batista não era de palavras de seda para distrair piamente as pessoas entediadas, para as quais a única mudança possível era somente a mudança de horário. João Batista entrará na marra para ir direto ao ponto em outra mudança e perguntar sem rodeios aos de então e a nós: por quais caminhos você anda? Porque o Messias não vem por todos os caminhos. Ou seja: o caminho da injustiça, o caminho da violência, da falta de misericórdia, da dureza, do esquecimento, da idolatria, da tibieza... não é por aí que Ele virá. É impossível caminhar por estes ermos achando que nos levam a Belém.
No cruzamento de caminhos da minha vida com a sua, nas sendas aplanadas, o Senhor quer mostrar – a todos os que quiserem ver – sua bondade e sua ternura, sem distinção de etnia, língua e nação. E assim termina o Evangelho: “Todos verão a salvação de Deus” (Lc 3, 6). Mistério gigante, que Deus tenha querido em boa parte condicionar que esta salvação seja vista ao fato de que eu não tenha, não ande pelos caminhos indevidos que ofendem Deus e mancham o homem.
Só nos resta endireitar o que está torto, aplanar o altaneiro, igualar o escabroso. Deus nos quer como caminhantes, para que nossos pés frequentem as sendas pelas quais Deus veio, vem e virá; caminhos que têm cheiro de paz, graça e comunhão; caminhos de horizontes amplos, em que as pessoas são vistas de longe e os rostos são vistos como realmente são; caminhos repletos da misericórdia e – o que é mais intimamente impressionante: caminhos próprios de Deus.
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Algo assim como “ao andar faz-se o caminho”, encontramo-nos neste segundo domingo do Advento, que vem para completar o domingo anterior, que nos dava um toque de atenção: levantai-vos, erguei a cabeça, tende cuidado, estai acordados, ficai de pé (cf. Lc 21, 34-36). Era um profundo convite à vigilância, que neste domingo é ainda mais explicitado.
O mensageiro é João Batista (que, junto com Isaías e Maria, faz parte da tríade que nos acompanhará em todo este tempo litúrgico). Ele foi um profeta querido e temido, porque cantava as verdades sem pose nem ficção. Pagou caro por seu amor à verdade. Não só a dizia, mas sobretudo a vivia: ele a dizia vivendo-a.
Sua mensagem chega hoje até nós fazendo-nos o mesmo convite feito há dois mil anos: alguém está por vir, alguém especial, por quem o coração de todos os homens estava inquieto; avivem, pois, sua espera, acendam sua esperança, e transformem-se, convertam-se, porque Ele, o esperado por todos e por você... está chegando.
É preciso pensar que a mensagem de João Batista não era de palavras de seda para distrair piamente as pessoas entediadas, para as quais a única mudança possível era somente a mudança de horário. João Batista entrará na marra para ir direto ao ponto em outra mudança e perguntar sem rodeios aos de então e a nós: por quais caminhos você anda? Porque o Messias não vem por todos os caminhos. Ou seja: o caminho da injustiça, o caminho da violência, da falta de misericórdia, da dureza, do esquecimento, da idolatria, da tibieza... não é por aí que Ele virá. É impossível caminhar por estes ermos achando que nos levam a Belém.
No cruzamento de caminhos da minha vida com a sua, nas sendas aplanadas, o Senhor quer mostrar – a todos os que quiserem ver – sua bondade e sua ternura, sem distinção de etnia, língua e nação. E assim termina o Evangelho: “Todos verão a salvação de Deus” (Lc 3, 6). Mistério gigante, que Deus tenha querido em boa parte condicionar que esta salvação seja vista ao fato de que eu não tenha, não ande pelos caminhos indevidos que ofendem Deus e mancham o homem.
Só nos resta endireitar o que está torto, aplanar o altaneiro, igualar o escabroso. Deus nos quer como caminhantes, para que nossos pés frequentem as sendas pelas quais Deus veio, vem e virá; caminhos que têm cheiro de paz, graça e comunhão; caminhos de horizontes amplos, em que as pessoas são vistas de longe e os rostos são vistos como realmente são; caminhos repletos da misericórdia e – o que é mais intimamente impressionante: caminhos próprios de Deus.
Fonte: Zenit.
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