quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sagrada Família de Jesus, Maria e José



Como no presépio, o olhar de fé faz-nos abraçar simultaneamente o Menino divino e as pessoas que Lhe estão ao lado: a sua Mãe Santíssima, e José, o seu pai adotivo. Que luz se desprende deste «ícone de grupo» do Santo Natal! Luz de misericórdia e de salvação para o mundo inteiro, luz de verdade para cada homem, para a família humana e para as famílias individualmente. Como é belo para os cônjuges verem-se refletidos na Virgem Maria e no seu esposo José! Como é consolador para os pais, especialmente se têm uma criança pequena! Como é iluminador para os noivos, atraídos pelos seus projetos de vida!
Recolher-nos em torno da gruta de Belém, contemplando ali a Sagrada Família, faz-nos saborear de modo especial o dom da intimidade familiar, e impele-nos a oferecer calor humano e solidariedade concreta naquelas situações, infelizmente numerosas, em que, por vários motivos, falta a paz, a harmonia e, numa palavra, falta a «família». (cf.: João Paulo II –Ângelus - Domingo, 29 de Dezembro de 1996).
A família tem a sua origem naquele mesmo amor com que o Criador abraça o mundo criado, como se afirma já «ao princípio», no livro do Gênesis (1, 1). Uma suprema confirmação disso mesmo, no-la oferece Jesus no Evangelho: «Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho unigênito» (Jo 3, 16). O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, «Deus de Deus, Luz da Luz», entrou na história dos homens através da família: «Pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-Se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, (...) amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado» (3). Se for certo que Cristo «revela plenamente o homem a si mesmo» (4), fá-lo a começar da família onde Ele escolheu nascer e crescer. Sabe-se que o Redentor passou grande parte da sua vida no recanto escondido de Nazaré, «submisso» (Lc 2, 51) como «filho do homem» a Maria, sua Mãe, e a José, o carpinteiro. Esta sua «obediência» filial não é já a primeira manifestação daquela obediência ao Pai «até à morte» (Fl 2, 8), por meio da qual redimiu o mundo?
O mistério divino da Encarnação do Verbo está, pois, em estreita relação com a família humana. Não apenas com uma — a de Nazaré —, mas de certo forma com cada família, analogamente a quanto afirma o Concílio Vaticano II do Filho de Deus que, na encarnação, «Se uniu de certo modo com cada homem» (5). Seguindo a Cristo que «veio» ao mundo «para servir» (Mt 20, 28), a Igreja considera o serviço à família uma das suas obrigações essenciais. Neste sentido, tanto o homem como a família constituem «a via da Igreja». (Cf.: Carta do Papa João Paulo II às famílias - 1994 – Ano da Família)
A mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro. Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade.
Eles, com a sua vida, ensinam que o matrimonio é uma aliança entre o homem e a mulher, aliança que empenha na fidelidade recíproca e se apóia na comum entrega a Deus. Aliança tão nobre, profunda e definitiva, que constitui para os crentes o sacramento do amor de Cristo e da Igreja. A fidelidade dos cônjuges, por sua vez, põe-se como rocha sólida sobre a qual se apóia a confiança dos filhos.
Quando pais e filhos respiram juntos este clima de fé, dispõem duma energia que lhes permite enfrentar provas mesmo difíceis, como mostra a experiência da Sagrada Família. (cf.: João Paulo II –Ângelus - Domingo, 29 de Dezembro de 1996).

Epifania: manifestação da ternura de Deus



Vivemos no clima do Natal. A alegria invade nossos corações. Tudo respira festa. As casas, as ruas e as igrejas permanecem enfeitadas com símbolos natalinos. Partilhamos votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo. A paz parece ter encontrado a sua morada entre nós e construído a sua casa no mundo. Prolongamos visitas aos amigos e familiares. Preparamos confraternizações. Não nos cansamos de ouvir músicas natalinas. Um desejo enraizado no coração nos faz cantar: Glória a Deus e paz na terra aos homens de boa vontade. Rezamos para que essa paz e essa harmonia perdurem por muito tempo ou que nunca se apaguem. O nascido em Belém é o Príncipe da Paz. Ele é a nossa salvação.
Natal e Epifania são duas festas que celebram o mesmo Mistério. No prefácio da Epifania rezamos: "Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz eterna de sua divindade". Na oração sobre as oferendas da missa da noite de Natal rezamos: "Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons, e dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade".
No Natal lembramos a manifestação do Senhor aos seus concidadãos, representados pelos pastores. Na Epifania voltamos nosso olhar para os outros povos e nações, representadas pelos magos.
A Epifania é a revelação da ternura do Deus que deseja salvar a todos. Contudo, ele só será salvação se a comunidade se colocar em sintonia com a salvação que é oferecida a todos.
Deus na sua bondade alimenta nossos sonhos de paz e oferece sinais. Os sinais de Deus não são os mesmos: os magos tiveram a estrela: Herodes teve a palavra dos magos; os judeus tiveram a Escritura. Deus continua falando de muitas maneiras. O importante é pôr-se em atitude de busca.
Os magos do Evangelho representam os povos que caminham ao encontro da Paz, que é o próprio Deus. Ele vem até nós em Jesus. Nós temos de nos colocar no caminho da procura. Essa procura não é fácil. Há momentos em que não vemos mais “a estrela”, não vemos os sinais de Deus e ficamos perdidos.
No Evangelho Jesus aparece como resposta às expectativas do povo de Israel e de todos os povos. Os magos são os verdadeiros fiéis que adoram o Filho de Deus e antecipam a comunidade eclesial. Do nascimento de Jesus, segue o nascimento da Igreja, destinada a ser “uma multidão imensa, que ninguém podia contar, gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
A Epifania retoma o Natal de Jesus celebrando a sua humanidade manifestada a todos os povos. Traz consigo a mística de que a salvação destina-se a todos: “Levanta-te e brilha, Jerusalém, olha o horizonte e vê. Sobre todas as nações brilha a glória do Senhor” (Is 60,1). Manifestemos hoje o Redentor de todos os povos e façamos deste dia a festa de todas as nações. Epifania é a festa da chegada da Paz para todos os habitantes da terra. É a festa do encontro da paz com as culturas, religiões e crenças.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:


01.Como é a Festa dos Reis em sua comunidade? O que de bonito acontece?02. O que a Igreja celebra na festa da Epifania?03. O que devemos cultivar em nosso coração na Festa da Epifania?


Fonte: Pe. Marcelino Sivinski

Jesus também é fruto da educação de Maria e José



Na Festa da Sagrada Família, Bento XVI rezou com fiéis e peregrinos, na Praça S. Pedro, a oração mariana do Angelus.
Como fez nos últimos dias, mais uma vez, o papa convidou a nos identificar com os pastores, que, ao receberem o anúncio do anjo, se aprestam a encontrar Maria, José e o menino deitado na manjedoura.
"As primeiras testemunhas do nascimento de Cristo, os pastores, se encontraram diante não somente do Menino Jesus, mas de uma pequena família: mãe, pai e filho recém-nascido. Deus quis revelar-se nascendo em uma família humana, e por isso a família humana se tornou ícone de Deus!"
Deus é Trindade, é comunhão de amor, e a família é sua primeira e mais imediata expressão. A família humana, portanto, é ícone da Trindade, seja pelo amor interpessoal, seja pela missão de procriar a vida.
Comentando a liturgia do dia, o papa cita o célebre episódio evangélico de Jesus que, aos 12 anos, permanece no Templo, em Jerusalém, sem o conhecimento dos pais, os quais, surpresos e preocupados, o encontram três dias depois discutindo com os doutores.
"Podemos afirmar que a decisão de permanecer no Templo também era fruto da educação recebida de Maria e de José" – disse o papa. Aqui podemos entrever o sentido autêntico da educação cristã: ela é fruto de uma colaboração que sempre deve ser buscada entre os educadores e Deus.
A família cristã, acrescentou o pontífice, é consciente de que os filhos são dom e projeto de Deus. Portanto, não podem ser considerados como posse, mas devem ser educados à liberdade maior, que é o do "sim" a Deus – de quem Nossa Senhora é o exemplo perfeito. "A Ela, confiemos todas as famílias, rezando em especial por sua preciosa missão educativa."


Fonte: Rádio Vaticano

Estátua do Cristo Redentor pede a sua ajuda



A Arquidiocese do Rio está lançando uma campanha nacional que deve arrecadar R$ 7 milhões para reformar a estátua do Cristo Redentor, no alto do Morro do Corcovado, dentro do Parque Nacional da Tijuca.
Segundo uma vistoria técnica, esta é a verba necessária para recuperar o monumento, que recebe mais de 2 milhões de visitantes por ano.
Quem doar R$ 7 ao movimento "Eu sou de Cristo" receberá, como agradecimento, um broche dourado com a imagem em miniatura da estátua.
“O Cristo Redentor só foi construído graças às doações de fiéis na década de 20, em resposta ao apelo de uma grande campanha popular” - diz Padre Omar Raposo, reitor do Santuário Cristo Redentor. “Pedimos novamente a cooperação do povo para que possamos fazer obras de manutenção. Há um desgaste muito grande no material, que fica a céu aberto, a 710 metros de altitude, e sofre as avarias provocadas pela chuva e pelo sol”.
Em 2009, uma reforma de emergência em que foram trocados os pára-raios, danificados durante uma tempestade, impermeabilizada a parte interna da imagem e trocado o piso ao redor do monumento. As novas obras prevêem também a melhoraria na sinalização do entorno e nas informações aos turistas.
Um dos cartões-postais mais conhecidos do mundo, o Cristo tem 38 metros e foi inaugurado em 12 de outubro de 1931. Projetado por Heitor da Silva Costa, com base em desenho do artista plástico Carlos Oswald, a escultura de pedra-sabão ficou sob a responsabilidade do francês de origem polonesa Paul Landowski.
O monumento, que completou 78 anos, foi transformado em Santuário em 2006. Desde aquela época, na capela Nossa Senhora Aparecida, na base do Cristo, são realizados casamentos, batizados e missas. Em 2007, uma votação popular, pela Internet, o elegeu uma das novas sete maravilhas do mundo moderno.
O Cristo Redentor foi tombado definitivamente como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no início do mês. O belo trenzinho que sai da Estação do Cosme Velho e percorre 3.829 metros de linha férrea até a estátua, completou 125 anos.
No site http://www.soudecristo.org.br/, Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, lança o apelo: “Expressem com alegria a sua fé, colocando no peito o broche do Cristo Redentor”. Visite a página ou dirija-se a uma das 252 paróquias da arquidiocese, para obter todas as informações sobre como aderir à campanha e doar a sua contribuição.


Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sem medo do contato com fiéis



O Papa deu uma mostra ontem de que o incidente da véspera de Natal não o fará abrir mão do contato direto com os fiéis.Três dias após ser derrubado no chão por uma mulher suíço-italiana com problemas mentais, na véspera de Natal, Bento XVI foi almoçar na comunidade de Santo Egídio, entidade que presta assistência a sem-teto, no bairro popular de Trastevere, em Roma. Sorridente, o Pontífice passou algum tempo cumprimentando as crianças que esperavam por ele atrás do cordão de isolamento, para em seguida saudar a multidão. Porém, a escolta que levou Bento XVI ao encontro foi maior do que a normal.O chefe da Igreja Católica foi recebido pelo fundador da comunidade, Andrea Riccardi, e almoçou com mais 150 pessoas no refeitório do local, onde são servidas 1,2 mil refeições por dia – 75% delas a estrangeiros sem-teto. Na quinta-feira, o Papa caiu no chão depois de ser agarrado pela suíço-italiana Susanna Maiolo, 25 anos. Na confusão, o cardeal francês Roger Etchegaray, 87 anos, sofreu uma fratura de fêmur. Ele foi operado ontem com sucesso, conforme o Vaticano.


Fonte: Zero Hora.

Natal no Iraque: três mortos em atentados contra duas igrejas



Duas bombas explodiram esta quarta-feira em Mossul, contra a igreja caldeia de São Jorge e contra a igreja siríaca ortodoxa de São Tomás. O resultado: dois mortos – um caldeu cristão e dois muçulmanos – além de vários feridos.
Ante os atentados, o arcebispo de Kirkuk, Dom Luis Sako, disse que se trata de uma “inquietante mensagem” no Natal, que propaga a tensão e o medo.
Nas últimas seis semanas em Mossul, quatro igrejas e um convento de religiosas dominicanas foram objeto de atentados a bomba.


Fonte: Zenit.

Natal em Belém: quando houver paz, será verdadeiramente “Terra Santa”

Quando chegar a paz, esta região do Oriente Médio poderá ser chamada verdadeiramente de “Terra Santa”, afirmou o patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, durante a missa da noite de Natal em Belém.
Sua mensagem converteu-se em um pedido a todos os crentes do mundo para que rezem pela terra de Jesus.
Entre 50 e 70 mil turistas e peregrinos vieram à Terra Santa neste Natal, segundo informações da Custódia Franscicana.
“É uma terra que sofre e que espera. Seus habitantes vivem como irmãos inimigos. Quando compreenderemos que uma terra só merece o qualificativo de ‘santa’ quando o homem que nela vive se converte em santo?”, questionou.
“Esta terra só merecerá verdadeiramente o qualificativo de ‘santa’ quando pudermos respirar a liberdade, a justiça, o amor, a reconciliação, a paz e a segurança”, afirmou durante a celebração na igreja de Santa Catarina, adjacente à basílica da Natividade.
“Ao ver os sofrimentos do mundo, os conflitos de interesse, a mentira, a corrida armamentista e a posse de armas de destruição, assim como as crianças sem teto abandonadas nos campos de refugiados, peçamos ao Menino de Belém que sobre esta terra surja o sol da justiça, de amor e de vida, para expulsar o espectro da morte e da destruição”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Santo Estêvão é modelo para hoje

O testemunho que o cristão está chamado a dar de Cristo foi recordado por ontem Bento XVI, na solenidade de Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, feriado em Itália. De acordo com o relato da Rádio Vaticano, dirigindo-se, ao meio-dia, da janela dos seus aposentos, a milhares de peregrinos congregados na Praça de São Pedro, o Papa recordou também os crentes que, em qualquer parte do mundo, sofrem perseguição pela sua fé. O exemplo de Santo Estêvão, observou o Santo Padre, “ajuda-nos a penetrar mais a fundo no mistério do Natal e testemunha-nos a maravilhosa grandeza do nascimento daquele Menino no qual se manifesta a graça de Deus, que traz aos homens a salvação.”“Aquele que balbucia na manjedoura é de facto o Filho de Deus feito homem, que nos pede que testemunhemos com coragem o seu Evangelho, como fez Santo Estêvão, que, cheio do Espírito Santo, não hesitou em dar a vida por amor do seu Senhor”Bento XVI fez notar que, “como o seu Mestre, Estêvão morre perdoando aos seus perseguidores, e faz-nos compreender que a entrada do Filho de Deus no mundo dá origem a uma nova civilização, a civilização do amor, que não se rende perante o mal e a violência e abate as barreiras entre os homens, tornando-os irmãos na grande família dos filhos de Deus”. “O testemunho de Estêvão, como o dos mártires cristãos, indica aos nossos contemporâneos tantas vezes distraídos e desorientados, em que hão-de pôr a sua confiança para dar sentido à vida”.

Fonte: Jornal da Madeira.

Pelo menos 7 morreram em confronto no Suriname, diz padre

O padre José Vergílio, que dirige a rádio Katolica no Suriname, afirmou que pelo menos sete pessoas morreram na região da cidade de Albina, onde ocorreu um ataque contra brasileiros na véspera do Natal. O religioso disse ter ajudado a atender 91 brasileiros e 30 chineses feridos.
Dados da Embaixada brasileira e do governo do Suriname contabilizavam até esta noite 14 feridos. Oficialmente, não há registro de brasileiros mortos. O tumulto teria sido motivado pela morte de um surinamês esfaqueado por um suspeito brasileiro. A cidade de Albina, a 130 km da capital, é o principal ponto de fronteira com a Guiana Francesa e atrai grande quantidade de garimpeiros brasileiros.
Vergílio disse que esteve no local do confronto o dia inteiro e que todo o bairro foi destruído. Segundo ele, os agressores eram cerca de 1 mil, munidos de paus e facões.
Entre os mortos, de acordo com o padre, está a brasileira grávida que teve o bebê "arrancado" a golpes de facão.
A agência de notícias AP informou que 20 mulheres foram estupradas durante o tumulto. Vários locais foram depredados e incendiados.
O Ministério das Relações Exteriores informou que enviará um avião com ajuda aos brasileiros prejudicados nos ataques. O Itamaraty aguarda informações sobre as necessidades dos brasileiros para enviar a aeronave "o quanto antes".

Fonte: Terra.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Implicações da dignidade humana para as 3 tradições monoteístas



27 líderes religiosos cristãos, judeus e muçulmanos se encontraram na Espanha

Um seminário de referência sobre as “Implicações da dignidade humana para as 3 tradições monoteístas” reuniu em Sevilha (Espanha) 27 líderes cristãos, judeus e muçulmanos. Organizado pela
Fundación Tres Culturas del Mediterráneo, contou com a participação dos cardeais Kasper e Tauran, do patriarca Fouad Twal e do arcebispo de Sevilha, Dom Juan José Asenjo.
Os participantes do encontro, realizado nos dias 9 e 10 de dezembro, foram designados pela Santa Sé, pelo Patriarcado Ecumênico, pelo Comitê Judaico Internacional para Consultas Inter-Religiosas e pela Liga Muçulmana Mundial.
Ainda que estas entidades mantenham extensas relações e diálogos com diversas comunidades religiosas – informa a Zenit um comunicado dos participantes –, esta é a primeira vez que escolheram unir-se para fomentar o entendimento inter-religioso. Os participantes procediam da Europa, Oriente Médio, América do Norte e do Sul.
O encontro começou com as boas-vindas e discursos de Elvira Saint-Gerons, diretora gerente da Fundación Tres Culturas; Miguel Lucena, secretário-general de Acción Exterior, Junta de Andaluzia; o cardeal Walter Kasper, presidente da Comissão para as Relações Religiosas com os Judeus; o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso; o rabino Richard Marker, presidente do Comitê Judaico Internacional para as Consultas Inter-Religiosas; o metropolitano da Francia, Emmanuel Adamakis, do Patriarcado Ecumênico; o Dr. Saud Bin Abdullah Al-Ghedayan, diretor do Centro Cultural Islâmico de Madri; e Dom Juan José Asenjo, arcebispo de Sevilha.
As apresentações sobre o tema da conferência estiveram a cargo do rabino professor Daniel Sperber, do Dr. Saud Bin Abdullah Al-Gedayan, e do Pe. José Ramón Echeverría.
Em sua intervenção, o cardeal Walter Kasper disse: “Se quisermos evitar conflitos, temos de apelar ao diálogo: é a possibilidade para a sobrevivência da raça humana, já que os tempos mudaram e as religiões não podem viver de forma independente; têm de conviver umas com as outras”.
Richard Marker, por sua vez, pediu que se reconhecesse a dignidade do outro: “É uma maneira de gerar empatia com relação a ele e, assim, promover o caminho rumo à paz”.
No entanto, o diálogo deve dar um passo a mais, recordou Emmanuel Adamakis: “Tem de ir rumo à justiça social e o respeito aos direitos humanos, para conseguir a paz sem exceção”.
Porque, como afirmou Bin Abdullah, “a dignidade humana não se realiza se não houver um reconhecimento e uma garantia da liberdade e dos direitos da pessoa”.
Os participantes trabalharam em oficinas, aprofundando dos temas: “Santidade da vida: absoluta ou qualificada?”, “Reconhecendo a responsabilidade individual e comunal”, “Direitos humanos e liberdade de religião”.
Os diálogos se desenvolveram – diz o comunicado dos participantes – “em um espírito de respeito e amizade mútuos, centrados nos princípios fundacionais das três tradições sobre a inalienável e divinamente concedida dignidade de cada ser humano”.
De acordo com isso, os debates se dedicaram ao papel adequado e às responsabilidades da religião e dos líderes religiosos em sua relação com a sociedade secular e governos de todo tipo.
Os participantes afirmaram a indispensabilidade desse tipo de diálogos e, baseando-se nestas interações construtivas e positivas, comprometeram-se a “levar às suas respectivas comunidades as mensagens destas deliberações, adscritas a um mandato, compartilhadas pelas três tradições monoteístas para apreciar o valor infinito, a dignidade e os direitos de toda a humanidade”.

Fonte: Zenit.

Terra Santa ainda espera pela paz



Mensagem de Dom Fouad Twal, patriarca latino de Jerusalém

O patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, expressou, em uma mensagem de Natal publicada nesta terça-feira, o desejo de paz “a todos os habitantes desta Terra Santa: palestinos e israelenses, cristãos, muçulmanos, judeus e drusos”. Mas afirmou: “nossos sonhos de reconciliação na Terra Santa ainda parecem uma utopia”.
O prelado explicou que “a despeito dos nobres esforços de políticos e homens de boa vontade de buscar uma solução para o conflito em curso, todas as tentativas de alcançar a paz, seja por parte dos palestinos ou dos israelenses, têm sido fadadas ao fracasso”, acrescentando que “a realidade contradiz nossos sonhos”.
Em sua mensagem, Dom Fouad Twal aponta os principais obstáculos para a solução do conflito, entre os quais estariam: o fato de os palestinos ainda não possuírem um Estado próprio; o fato do status final de Jerusalém ainda estar sob disputa e de sua vocação, a de “cidade universal para as três religiões”, estar sob ameaça; e ainda o grande temor por parte da sociedade israelense.
Mas enfatiza: “nossas esperanças permanecem vivas”, citando alguns recentes avanços, como a remoção, por parte das forças armadas israelenses, de mais de 50 checkpoints, além da paralisação temporária da construção de assentamentos judaicos, na Cisjordânia, possibilitando maior movimentação dos palestinos e uma melhoria de suas condições econômicas. “Os palestinos estão cada vez mais expressando sua resistência de maneira não-violenta”, acrescentou.
O prelado afirmou que a "chegada massiva de peregrinos" foi um sinal positivo para a Terra Santa. "2009 será como o ano de 2000, que foi um recorde na história das peregrinações, com 2.700.000 de peregrinos", disse.
Ele reconheceu a esperança trazida pela construção de um novo hospital pediátrico em Belém, a Universidade de Madaba, na Jordânia, e de um projeto habitacional em Jerusalém.
"O melhor presente que buscamos, acima do dinheiro e da riqueza, é a paz", afirmou o arcebispo. "É o desejo de todos os habitantes desta terra: israelenses e palestinos." E concluiu: "a paz é um dom de Deus para os homens de boa vontade. Temos de merecê-la."

Fonte: Zenit.

Papa deseja criar espaços de diálogo com agnósticos e ateus

Ao constatar seu número e os questionamentos que lançam

Bento XVI assegurou que a Igreja precisa criar espaços de diálogo e de encontro com agnósticos e ateus, que em algumas sociedades representam um grande número de pessoas.
O Papa fez essa proposição ontem, em uma audiência que concedeu a seus colaboradores da Cúria Romana nas vésperas do Natal, um discurso no qual analisou suas três viagens internacionais deste ano: África, Terra Santa e República Checa.
Referindo-se ao último país, que conta com uma porcentagem notoriamente elevada de ateus e agnósticos, o bispo de Roma considerou importante que os cristãos levem em seus corações estas pessoas.
“Quando falamos de uma nova evangelização, talvez essas pessoas se assustam. Não querem se enxergar convertidas em um objeto de missão, nem renunciar a sua liberdade de pensamento e de vontade. Mas a questão sobre Deus segue desafiando-os, ainda que não possam crer no caráter concreto de sua atenção por nós”.
“A busca a Deus”, disse, é o “motivo fundamental pelo qual nasceu o monaquismo ocidental e, com ele, a cultura ocidental”.
“Como primeiro passo da evangelização, temos de manter viva esta busca; temos de nos preocupar de que o homem não abandone a questão de Deus, essencial para sua existência”.
“Temos de nos preocupar que aceite a questão e a nostalgia que nela se esconde”.
Recorrendo a uma imagem, o Papa recordou o pátio dos gentios, que se encontrava no Templo de Jerusalém, onde estes podiam “rezar ao Deus desconhecido” e “desde modo selar uma relação com o Deus verdadeiro, mesmo que em meio a obscuridades”.
“Penso que a Igreja também deveria abrir hoje uma espécie de ‘pátio dos gentios’, onde os homens possam, de alguma forma, manter contato com Deus, sem conhecê-lo, antes de encontrarem o acesso a seu mistério, a cujo serviço se encontra a vida interior da Igreja”.
“Ao diálogo com as religiões deve-se acrescentar hoje todo diálogo com aqueles que enxergam a religião como algo estranho, aqueles que desconhecem Deus e que, todavia, não gostariam de permanecer simplesmente sem Deus, mas aproximar-se dele, ao menos como Desconhecido”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Cardeal Bagnasco: Deus confia nos homens

Mensagem de Natal do presidente da Conferência Episcopal Italiana

“Gostaria que a mensagem de Natal para este ano nos fizesse lembrar o quanto Deus confiou e continua a confiar nos homens”. É a saudação dirigida ao povo italiano pelo cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana
“Na ausência do mistério do Verbo de Deus que se fez homem, o filho de Deus feito carne”, disse o purpurado, o Natal “evidentemente não passaria de uma festa como outra qualquer, e não o verdadeiro Natal do Senhor”.
“Por isso, parabenizo cada um e a todos a quem o Natal seja verdadeiramente um Natal cristão, porque é centrado justamente no evento do nascimento de Deus”.
“Com a entrada de Deus na história, a eternidade se insere no tempo, o infinito nos nossos limites, o grande sentido de nossa vida de homens peregrinos rumo ao céu.”
ara o cardeal Bagnasco, “uma maior confiança nas relações humanas, em todos os níveis” é “um desejo que não tem origem apenas em meu coração de pastor”, “mas que é também uma exigência do momento histórico em que vivemos”.
“Tenhamos mais confiança entre nós, valorizando-nos mutuamente, porque Deus tem valorizado profundamente o homem, e não perde sua confiança em cada um de nós”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Católicos de língua hebraica apoiam causa de Pio XII



Afirmam que só Deus pode saber se ele fez o suficiente para salvar os judeus

Ainda que os católicos de língua hebraica de Israel reconheçam que jamais será “humanamente possível” determinar se o Papa Pio XII fez o suficiente para salvar os judeus durante o Holocausto, afirmam também as muitas virtudes heroicas do pontífice da 2ª Guerra Mundial.
O Vicariato dos Católicos de Língua Hebraica de Israel (http://www.catholic.co.il/) emitiu nesta segunda-feira uma declaração na qual expressa seu apoio à decisão de Bento XVI de aprovar um decreto que testemunha as virtudes heroicas de Pio XII, um gesto que deixa o pontífice defunto mais perto da beatificação.
Para que Pio XII seja declarado beato pela Igreja, deve ser aprovado um decreto que acredite um milagre atribuído à sua intercessão.
A nota, assinada pelo vigário da comunidade, o sacerdote jesuíta David Neuhaus, e pelos sacerdotes do Vicariato, lamenta que a decisão tenha produzido uma nova “tempestade nas relações entre os judeus e os católicos”.
Ronald Lauder, presidente do World Jewish Congress, afirmou em uma declaração que “existem sérias preocupações relativas ao papel político do Papa Pio XII durante a 2ª Guerra Mundial e não deveriam ser ignoradas”.
A declaração da comunidade católica de língua hebraica de Israel, por outro lado, sublinha as muitas conquistas de Pio XII, entre elas os esforços por promover uma investigação bíblica científica, que “une judeus e influencia notavelmente na definição da herança bíblica judaico-cristã”.
“O Papa, cujo pontificado durou de 1939 a 1958, foi ativo em muitos setores e deixou seu selo na Igreja do século XX – afirma a declaração. Os católicos o recordam e honram sua memória em um contexto eclesial muito mais amplo do que o que se refere somente aos anos obscuros da 2ª Guerra Mundial.”
As acusações
Referindo-se aos que criticam a direção da Igreja por parte de Pio XII durante a 2ª Guerra Mundial, a nota afirma que se “rejeita a difamação de Pio XII” e as acusações da sua “covardia e inclusive do seu antissemitismo e da colaboração com o inimigo nazista. Estas acusações são absolutamente infundadas”.
“Compreendemos o grito ‘não fez suficiente’ como um grito de profunda dor que deriva do senso de traição do povo judeu no momento da prova – explica a declaração. O mundo não fez suficiente, dado que é inegável que 6 milhões de membros do povo judeu foram assassinados.”
“Em definitivo, não pode haver nenhum ‘suficiente’ na tentativa de enfrentar uma tragédia das dimensões da Shoá”, declara a nota.
“O Papa teria podido fazer mais? – pergunta o texto. A pergunta é legítima e compreensível, mas talvez não tenha uma resposta humana.”
“Só Deus pode saber se ele fez verdadeiramente tudo o que poderia ter feito.”
O Pe. Neuhaus e os demais sacerdotes do Vicariato, contudo, indicam um amplo corpo de investigações históricas que documentam os esforços diplomáticos de Pio XII no final da 2ª Guerra Mundial e suas instruções a igrejas e mosteiros para que ajudassem os judeus que fugiam das perseguições, até o ponto de proporcionar-lhes documentos falsos e de retirá-los das áreas controladas pelos nazistas.
“Continuamos rezando – conclui a nota – para que, tanto na Igreja como no povo judeu, continuem buscando juntos a verdade histórica para poder educar nossos filhos no respeito recíproco e na fraternidade, e que se levem adiante os esforços para colaborar na ‘cura do mundo’ (tikkum olam).”

Fonte: Zenit.

Igreja Católica na China



As mais recentes estatísticas da Igreja Católica na China continental redigidas pelo Faith Institute for Cultural Studies (Fics) afirmam que no dia 8 de dezembro de último os católicos no país eram cerca de seis milhões, assistidos pastoralmente por 3.397 entre bispos, sacerdotes e diáconos. Entre eles se encontram 3.268 sacerdotes ativos numa centena de dioceses. São mais de 300 os jovens sacerdotes religiosos de congregações internacionais presentes na China.Além do mais, 628 seminaristas maiores estudam em 18 seminários, 630 seminaristas menores se preparam nos 30 seminários propedêuticos ou menores. As religiosas que emitiram os votos são 5.451 subdivididas em 106 congregações. A comunidade católica continental administra 381 estruturas caritativas, excluindo os Centros de acolhida para leprosos, que continuam sendo estruturas governamentais.Li Ma Li, do Faith Institute for Cultural Studies, que participou da elaboração das estatísticas, esclareceu que “as nossas informações foram recolhidas pelos sacerdotes responsáveis, diocesanos ou locais, segundo a participação nas atividades da Igreja e o número de pessoas que recebem regulamente os sacramentos. Obviamente existem ainda hoje algumas comunidades que vivem em situações particulares, por isso é difícil ter estatísticas precisas cem por cento.


Fonte: Rádio Vaticano.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

El hombre que asombra al mundo



El presidente de Brasil se ha convertido en el líder indiscutible de América Latina y una referencia para todos los políticos. Brasil ha pagado este año toda su deuda, crece a buen ritmo y se ha llevado los juegos 2016.
Por José Luis Rodríguez ZapateroEste es un hombre cabal y tenaz, por el que siento una profunda admiración. Lo conocí en septiembre de 2004, tras la incorporación de España a la Alianza contra el Hambre que él lideraba, en una cumbre organizada por Naciones Unidas en Nueva York. No podía haber sido mejor la ocasión.Luiz Inácio Lula da Silva es el séptimo de los ocho hijos de una pareja de labradores analfabetos, que vivieron el hambre y la miseria en la zona más pobre del estado brasileño nororiental de Pernambuco. Tuvo que simultanear sus estudios con el desempeño de los más variopintos trabajos y se vio obligado a dejar la escuela, con tan solo 14 años, para trabajar en la planta de una empresa siderometalúrgica dedicada a la producción de tornillos. En 1968, en plena dictadura militar, dio un paso que marcó su vida: afiliarse al Sindicato de Metalúrgicos de Sao Bernardo do Campo y Diadema.De la mano de este hombre, siguiendo el sendero abierto por su predecesor en la Presidencia, Fernando Henrique Cardoso, Brasil, en apenas 16 años, ha dejado de ser el país de un futuro que nunca llegaba para convertirse en una formidable realidad, con un brillante porvenir, y una proyección global y regional cada vez más relevante. Por fin, el mundo se ha dado cuenta de que Brasil es muchísimo más que carnaval, fútbol y playas. Es uno de los países emergentes que cuenta con una democracia consolidada, y está llamado a desempeñar en las décadas siguientes un creciente liderazgo político y económico en el mundo, tal y como ya viene haciendo en América Latina, con notable acierto.Lula tiene el inmenso mérito de haber unido a la sociedad brasileña en torno a una reforma tan ambiciosa como tranquila. Está sabiendo, sobre todo, afrontar, con determinación y eficacia, los retos de la desigualdad, la pobreza y la violencia, que tanto han lastrado la historia reciente del país. Como consecuencia de ello, su liderazgo goza hoy en Brasil del respaldo y del aprecio mayoritarios, pero mucho más importante aún es la irreversible aceptación social de que todos los brasileños tienen derecho a la dignidad y la autoestima, por medio del trabajo, la educación y la salud.Superando adversidades de todo orden, Lula ha recorrido con éxito ese largo y difícil camino, que va desde el interés particular, en defensa de los derechos sindicales de los trabajadores, al interés general del país más poblado y extenso del continente suramericano. Sin dejar de ser Lula, en esa larga marcha ha conseguido, además, ilusionar a muchos millones de sus conciudadanos, en especial aquellos más humillados y ofendidos por el azote secular de la miseria, proporcionándoles los medios materiales para empezar a escapar de las secuelas de ese círculo vicioso.Al mismo tiempo, en los siete años de su presidencia, Brasil se ha ganado la confianza de los mercados financieros internacionales, que valoran la solvencia de su gestión, la capacidad creciente de atraer inversiones directas, como las efectuadas por varias compañías españolas, y el rigor con que ha gestionado las cuentas públicas. El resultado es una economía que crece a un ritmo del 5% anual, que ha resistido los embates de la recesión mundial y está saliendo más fortalecida de la crisis.Tras convertirse en el presidente que accedía al cargo con un mayor respaldo electoral, en su cuarto intento por lograrlo, Lula manifestó que es inaceptable un orden económico en el que pocos pueden comer cinco veces al día y muchos quedan sin saber si lograrán comer al menos una. Y apostilló, “si al final de su mandato los brasileños pueden desayunar, almorzar y cenar cada día, entonces habré realizado la misión de mi vida”.En ese empeño sigue este hombre honesto, integro, voluntarioso y admirable, convertido en una referencia inexcusable para la izquierda del continente americano al sur de Río Grande. Tiene una visión del socialismo democrático que pone el acento en la inclusión social y en la justicia medioambiental para hacer posible una sociedad más justa, decente, fraterna y solidaria.Brasil ocupará pronto un lugar en el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas, está a punto de convertirse en toda una potencia energética y en 2014 albergará el Campeonato Mundial de Fútbol. La última vez que nos vimos fue en Copenhague. Lula lloraba de felicidad, como un niño grande, porque Río de Janeiro acababa de ser elegida ciudad organizadora de los Juegos Olímpicos de 2016. La euforia que le inundaba no le impidió tener el temple necesario para venir a consolarme porque Madrid no había sido elegida y fundirnos en un abrazo.A mí no me extraña nada que este hombre asombre al mundo. José Luis Rodríguez Zapatero es presidente del Gobierno español. Fotografía de Alex Majoli
Icono nacionalPor Julio María Sanguinetti
Brasil ha sido históricamente formado y conducido desde una lúcida élite, primero portuguesa, que logra mantener unido su vasto territorio en el momento de la independencia, y más tarde brasileña, que gobernó los últimos 200 años. A ella pertenecen aún los gobernantes más populares como Getulio Vargas, Juscelino Kubitschek o Fernando Henrique Cardoso. El primero ajeno a esos núcleos de poder económico o intelectual es el presidente Lula, quien –al tener éxito en su gestión– termina transformándose en un icono nacional, como lo es Pelé en el deporte. Su figura trasciende el debate y la competencia política; se ubica más allá de la coyuntura.El concepto anterior no arrastra un juicio tan laudatorio para con su Gobierno. No hay duda de que Brasil ha crecido y ha mejorado sus indicadores básicos. Del mismo modo, el mundo entero considera a Brasil el referente latinoamericano por excelencia, y en ello el aporte presidencial ha sido decisivo. Sin embargo, no puede ignorarse el nivel de desigualdad social persistente, las vastas zonas de marginación y violencia que afectan sus grandes ciudades o el insuficiente rendimiento de su sistema educativo. Hay mejoras, pero no en el nivel deseable tras los cinco años fabulosos del comercio internacional (2003-2008). Ni aun la corrupción administrativa podría afirmarse que haya disminuido de verdad.La cuestión es que Lula trasciende esas discusiones. Está más allá de ellas. Lo negativo ni le roza. En cambio, su presencia le ha dado optimismo al país, le ha fortalecido en la convicción de que ya no es el siempre prometido “país del futuro”, sino una gran potencia del hoy. Este obrero metalúrgico paulista venido del pobre y lejano noreste ha marcado un antes y un después.
Cualquiera que sea su futuro, ya ha hecho historia.

Bento XVI: Natal não é um conto para crianças



O Papa afirma que os cristãos devem empenhar-se na paz

“Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é um conto para crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira.”
Assim afirmou hoje o Papa Bento XVI, ao introduzir a oração mariana do Ângelus com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Comentando as leituras deste 4º domingo do Advento, especialmente a passagem do profeta Miqueias, que trata sobre a vinda do Messias, o Papa explicou que o Natal é “uma profecia de paz para cada homem”.
Esta profecia empenha os cristãos “adentrar-se no que está fechado, nos dramas, frequentemente desconhecidos e escondidos, e nos conflitos do contexto no qual vivem, com os sentimentos de Jesus, para ser, em todos os lugares, instrumentos e mensageiros de paz”.
Os cristãos, acrescentou, devem “levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro, segundo as belas expressões de uma conhecida oração franciscana”.
“‘Ele mesmo será a paz!’ – afirmou. Cabe a nós abrir, destrancar as portas para acolhê-lo. Aprendamos de Maria e José: coloquemo-nos com fé ao serviço do desígnio do Senhor. Ainda que não compreendamos plenamente, confiemo-nos à sua sabedoria e bondade. Busquemos primeiro o Reino de Deus e a Providência nos ajudará.”
O pontífice referiu-se especialmente à situação da Terra Santa e de Belém, a cidade natal de Jesus Cristo, “uma cidade-símbolo da paz, na Terra Santa e no mundo inteiro”.
“Infelizmente, em nossos dias, esta não representa uma paz alcançada e estável, mas uma paz fatigosamente buscada e esperada.”
No entanto, sublinhou o Papa, “não se resigna jamais a esta situação e por isso, também este ano, em Belém e no mundo inteiro, se renovará na Igreja o mistério do Natal”.

Fonte: Zenit.

Bielorrússia: Igreja em crescimento após o fim da Guerra Fria



Finalizada esta semana a visita ad limina

Por Carmen Elena Villa

Antes do fim da Guerra Fria, a Igreja na Bielorrússia não tinha nenhum tipo de hierarquia. Havia sacerdotes, um ou outro templo católico aberto, mas sem dioceses que os reunissem e bispos que as orientassem.
Hoje, esta nação da antiga União Soviética com cerca de 10 milhões de habitantes e de maioria ortodoxa, conta com 14% de católicos. Tem uma arquidiocese, três dioceses e 450 paróquias.
Seus bispos estiveram em visita ad limina em Roma, que terminou nessa segunda. É a terceira visita desde que esta nação que foi reconhecida como tal, em agosto de 1991, e a primeira no pontificado de Bento XVI.
Para o Dom Tadeuz Kondrusiewicz, arcebispo de Minsk-Mohilev, (território que inclui a capital desde país), esta visita que é realizada a cada cinco anos representa “uma espécie de exame de consciência para cada bispo”.
Dom Kondrusiewicz, que também é membro da congregação para o Clero, foi o primeiro bispo deste país nomeado depois de 60 anos, nos quais a Igreja viveu sem hierarquia devido ao regime comunista.
Crescem os católicos
Após a independência deste país a Igreja renasceu, reconhece o bispo. Em 1991 havia 220 paróquias, hoje são mais de 450. Em todo território nacional havia somente 60 sacerdotes nascidos na Bielorrússia, e mais 60 estrangeiros, hoje são 440, dos quais 270 são nascidos no país.
Em 1990 foi aberto o primeiro seminário em Grodno e em 2001 o segundo em Pinsk. Cerca de 90 seminaristas estão se formando e mais 60 integram os seminários religiosos.
Atualmente existe um site na web http://www.catholic.by/ que publica notícias sobre a vida da Igreja Universal e da Bielorrússia em várias línguas como bielorusso, alemão, russo e polonês.
Cerca de 14 mil fiéis visitam diariamente esta página, que “para nós é como uma grande paróquia”, assegura o Dom Kondrusiewicz.
Também se traduziu o Missal para o bielorrusso, os documentos do Concílio Vaticano II, assim como os textos litúrgicos de todos os sacramentos: “hoje temos uma boa equipe de tradutores que preparam muito bem a tradução para o bielorrusso, que também traduziram a última encíclica do Santo Padre”.
Jovens
As novas iniciativas pastorais que são desenvolvidas nessa nação têm atraído uma grande quantidade de jovens. Segundo constata o arcebispo de Minsk-Mohiklev, “organizamos duas jornadas da juventude que tiveram uma grande participação”. O bispo disse também que periodicamente dirige reuniões privadas com estes jovens, nas quais são discutidos os temas com mais profundidade.
Referiu-se ainda ao diálogo que a Igreja realiza com o mundo acadêmico: “nesses últimos dois anos as universidades estaduais e outras universidades me convidaram em diferentes ocasiões para palestrar ou participar de encontros com estudantes e professores”.
Nos meios de comunicação, a Igreja também tem encontrado um canal de participação. Existem quatro estações católicas. A rádio e a televisão transmitem a missa dominical da catedral de Minsk, “algo muito bom, sobretudo para os doentes e as crianças do campo”, completa o monsenhor Kondrusiewicz.
Desafios
Apesar do crescimento do catolicismo e dos agentes pastorais no país, monsenhor Kondrusiewicz comenta que os sacerdotes estrangeiros enfrentam algumas dificuldades como a obtenção de visto para viver no país, para desenvolver seu serviço de evangelização.
Ele garante que às vezes os fiéis também precisam de mais lugares para se reunir. “Até agora, para os 300 mil católicos de Minsk só existem quatro igrejas, ainda que as autoridades locais tenham autorizado a construção de outras seis. O único problema hoje é onde arrecadar dinheiro”, disse o arcebispo.
Quanto ao trabalho social, a Cáritas desenvolve programas que congregam não somente católicos, mas ortodoxos, protestantes, muçulmanos e judeus, mesmo não-crentes.
O trabalho social é focado em programas para idosos, crianças, deficientes físicos e pessoas com câncer, também para a prevenção de AIDS. Com os ortodoxos, são realizadas comissões para defender os valores dos meios de comunicação.
Na Bielorrússia existe também uma pequena comunidade greco-católica, com quem se tem uma ótima relação, segundo diz o arcebispo. Também são muitas as famílias mistas de católicos casados com ortodoxos.
Uma fé em crescimento nesta jovem nação da Europa Oriental, conhecida também como Rússia Branca, composta por homens e mulheres que têm entendido, como disse no ano passado o cardeal Tarcisio Bertone ao visitar este país, que “para ser livre não basta derrubar muros. É necessário ser livre interiormente e isso é possível somente encontrando na pessoa de Jesus a verdade de Deus”.

Fonte: Zenit.

Os deficientes auditivos e a vida de fé

Entrevista com María Antonia Claveria, especialista em otorrinolaringologia

A pessoa deficiente auditiva na vida da Igreja foi o foco de uma conferência organizada pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, entre 19 e 21 de novembro.
Palestras, mesas-redondas e uma audiência com o Papa Bento XVI serviram como uma semente para entender melhor a pessoa surda através de ângulos diferentes e compreender seus múltiplos aspectos, especialmente na assistência religiosa e espiritual.
ZENIT entrevistou a doutora espanhola Maria Antonia, otorrinolaringologista, que participou como palestrante no evento. Seu trabalho diário consiste em abordar e coordenar os diversos programas de educação e de saúde que atendem crianças com graus diferentes de surdez.
"Participar da Conferência tem me feito questionar sobre os cuidados adequados e necessários destas crianças com suas famílias no âmbito espiritual e religioso em diferentes fases de suas vidas nas paróquias, quando estão próximas de receber o sacramento”, afirma Claverie.
–Como você o preconceito e a discriminação sofrida pelos surdos?
–Maria Antonia Claveria: São frutos da ignorância social perante a pessoa com perda auditiva, suas dificuldades e necessidades. À primeira vista, não podemos identificar um indivíduo com deficiência auditiva e, além disso, podemos julgá-lo equivocadamente através de sua comunicação. Este fato pode ser considerado uma falta de sensibilidade da sociedade. Uma pessoa cega gera compaixão e, portanto, pode receber a ajuda ao seu redor.
O surdo não carrega uma bengala, não se locomove em uma cadeira de rodas, nem um aparato ortopédico. Contudo, não ouvir ou não ouvir bem é uma dificuldade não palpável, muitas vezes esquecida e não sensibilizada.
–Como acha que isso pode ser superado?
–Maria Antonia Claveria: Não é necessário somente vencer a discriminação, mas também fazer esforços para harmonizar a convivência entre a sociedade, chamada de ouvinte, com a não-ouvinte.
O início dessa consciência encontra-se na melhoria do ensino de base social e educacional, assistidos por profissionais de saúde e especialistas, com o apoio das instituições políticas e com o apoio de organizações, associações e órgãos nacionais e internacionais.
–Como fazer com que os surdos tenham maior participação na vida social e pastoral?
–Maria Antonia Claveria: É preciso estimular a integração de pessoas com deficiência auditiva, do grau mais leve ao mais profundo, na vida social e, consequentemente, na pastoral. Para isto deve-se trabalhar duro a fim fazer com que toda a sociedade, civil e religiosa, esteja informada sobre as dificuldades que cercam pessoas com deficiência auditiva, de graus diferentes.
O trabalho é difícil, mas começa a partir de uma base educativa e de saúde aconselhada por especialistas de diferentes áreas, através de uma estreita colaboração e coordenação. Para atingir o objetivo é necessário que as pessoas afetadas colaborem e lutem, alcançando assim a integração social.
–Quais obstáculos uma pessoa surda pode encontrar para o crescimento da fé?
–Maria Antonia Claveria: A fé é um dom de Deus transmitido em grande parte através da família, através da comunicação, do o diálogo aberto; sempre se inicia a partir de um exemplo.
Se a comunicação espontânea na família é interferida pelo fato de um membro ter déficit auditivo, é preciso iniciar, no mesmo, o auto-conhecimento, a aceitação e a informação de uma ajuda terapêutica precoce, tendo em vista todas as possibilidades disponíveis em seu ambiente. No entanto, o “exemplo mudo" sempre irá existir, incentivar e fortalecer, seja qual for a comunicação utilizada.
O crescimento e maturidade da fé dependem, na maioria das vezes, de interesses pessoais, promovidos pela família, mas também vão de acordo com o ambiente educacional, social e religioso-espiritual em que a pessoa vive e cresce.
–Como a pessoa surda pode usar essa limitação para se aproximar da fé?
–Maria Antonia Claveria: A surdez em toda a sua magnitude não deveria ser uma limitação, mas uma posição de desigualdade em relação ao que se considera normal em nossa sociedade, e refletir que o normal muitas vezes não é o melhor. Nunca uma desigualdade deve ser utilizada para um fim. Mas reconheço que as pessoas com a fé cristã têm o “privilégio gratuito da fé" para enfrentar os caminhos da vida. A pessoa afetada pela surdez pode achar que é necessário procurar aquilo que eu chamo de "privilégio da fé" para combater a desigualdade e, com esta inquietude, aproximar-se dela. Este fato não considero uma vantagem da limitação e sim um crescimento da maturidade pessoal.
–De que maneira uma pessoa com esse tipo de deficiência pode-se tornar discípula e missionária de Cristo?
–Maria Antonia Claveria: Qualquer um pode ser um discípulo e missionário de Cristo, desde que o receba e procure encontrar ao longo de sua vida uma catequese adequada. Ao referir-me adequada, neste caso, contemplo a audição e a necessidade de incorporá-la à pastoral, que não dispõe de um apoio e suporte técnico de catequese especializado em deficientes auditivos de idades diferentes, especialmente na infância.
E até lanço a pergunta: poderia ser mais catequético e evangelizador empregar o termo da pastoral de pessoas com dificuldades auditivas no lugar da pastoral dos surdos?
–Qual elemento acredita que não pode faltar em uma boa terapia integral voltada às pessoas com deficiência auditiva?
–Maria Antonia Claveria: A aplicação dos valores de igualdade e respeito, rodeados por uma educação familiar adequada, sócio-pedagógica em todas suas vertentes e os aspectos da saúde no campo da surdez. Todos esses elementos juntos e estendidos a toda humanidade são necessários para alcançar uma boa terapia holística às pessoas com deficiência auditiva.
–Como o homem pode combater a “surdez espiritual” mencionada pelo Papa durante a audiência que concedeu aos participantes deste evento?
–Maria Antonia Claveria: Com a ajuda do pilar fundamental cristão do amor ao próximo, vencendo o egoísmo pessoal do bem-estar em prol daqueles que sofrem. Não se trata de alcançar coisas impossíveis, enfraquecendo-nos, e sim fazer o pouco ou o muito que está ao nosso alcance. Tratar e respeitar o próximo como gostaríamos de ser. Isto não é tarefa fácil, tendo em vista a fragilidade humana, mas é apenas um grão de areia para que consigamos um mundo melhor.

(Carmen Elena Villa) - Fonte: Zenit.

Renasce o controle populacional

A vida humana vista como um problema na emissão de carbono

Por Pe. John Flynn, L.C.

A cúpula do clima de Copenhague trouxe uma enxurrada de opiniões sobre questões ambientais. Entre elas está um retorno inquietante da posição malthusiana de ver o controle da população humana como uma das soluções para os problemas do mundo.
De acordo com um artigo de opinião de Diane Francis, publicado no dia 8 de dezembro no jornal canadense National Post, é necessário que se instale mundialmente a política chinesa de um filho por casal.
Francis afirma que isso iria reduzir a população mundial atual de 6,5 bilhões para 3,43 bilhões, em 2075. Embora a ação seja mais extrema do que a maioria, ela não está sozinha na defesa do controle populacional.
Pouco antes da reunião de Copenhague, Optimum Population Trust, da Grã-Bretanha, lançou um esquema de compensação de carbono, de acordo com o jornal The Guardian, em notícia publicada no dia 3 de dezembro.
Segundo explicava John Vidal, redator de meio ambiente do jornal, isso permite aos consumidores ricos compensar seu estilo de vida de viagens em jatos privados financiando a anticoncepção nos países mais pobres.
Segundo Vidal, os cálculos de Trust mostram que as 10 toneladas de carbono emitidas por um voo de Londres a Sydney poderiam ser compensadas evitando o nascimento de uma criança em um país como o Quênia.
Parece que o neocolonialismo ainda está vivo nas atitudes de alguns ambientalistas que não veem qualquer problema em fazer que as nações em desenvolvimento contenham sua população para que as emissões de carbono dos países mais ricos sejam compensadas.
Ao lançamento do programa seguiu um relatório publicado em agosto por Trust: "Menos Emissores, Menos Emissões, Menos Custo: Reduzir as emissões futuras de carbono investindo em Planejamento Familiar".
As conclusões do estudo afirmavam: "a análise de custo/benefício revelou que o planejamento familiar é consideravelmente mais barato do que muitas tecnologias que visam a diminuir a emissão de carbono".
"Com base nos resultados do estudo, propõe-se que os métodos de planejamento familiar sejam considerados uma ferramenta básica na estratégia de contenção das emissões de carbono”, defende o relatório.
Previsão de desastres
O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) juntou-se ao coro malthusiano com a publicação de seu Informe de Estado da População Mundial 2009.
O informe impulsionava um maior acesso à "saúde reprodutiva". Este termo das Nações Unidas há de se entender incluindo o acesso a preservativos, contraceptivos e ao aborto.
“Alcançado um ponto onde a humanidade está beirando o desastre", afirmou Thoraya Ahmed Obaid, diretora executiva do UNFPA, no lançamento do relatório, em Londres, no dia 18 de novembro.
O relatório foi apresentado pela imprensa com títulos como: "ONU: Lutar contra as mudanças climáticas com preservativos livres" (Associated Press, Nov. 18).
"Controle de Natalidade: A maneira mais eficaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa", alardeou no dia 19 de novembro a manchete do jornal Times de Londres, em uma matéria sobre o relatório.
Junto a este chamado à saúde reprodutiva nas nações em desenvolvimento, e para confundir mais, havia outras declarações que contradiziam a tese de que menos gente nos países mais pobres distanciaria o mundo do precipício do desastre ambiental.
"A responsabilidade principal para o atual acúmulo de gases de efeito estufa é dos países desenvolvidos", o relatório admitiu.
"A relação entre a população e a mudança climática é, na maioria dos casos, complexa e indireta", de acordo com a análise feita pelo relatório.
O melhor guia para a questão da população e do meio ambiente veio em um relatório especial publicado através da revista The Economist na edição do dia 31, em outubro.
No editorial que acompanha o relatório, a revista apontou que a tendência da baixa fertilidade nos países em desenvolvimento já é avançada. "A queda atualmente da fertilidade é muito grande e muito rápida", publicou.
Imoral
De acordo com o edital, nós podemos limitar o impacto humano sobre o meio ambiente de três formas: política demográfica, tecnologia e governança. Com respeito à população, não há muito mais a ser feito, argumentou a revista. Apenas uma "coação ao estilo chinês" poderia trazer uma mais rápida redução na fertilidade.
Notadamente, para uma publicação que não defende nenhuma forma de religião, o editorial também acrescentou que: "forçar os pobres a ter menos filhos do que eles desejam porque os ricos consomem demasiados recursos do mundo seria uma atitude imoral".
O próprio relatório propõe que a forma de lidar com as emissões de carbono e as preocupações ambientais não é tentar reduzir a fertilidade e sim alterar o crescimento econômico de modo que seja menos poluente e com menos recursos.
O sociólogo britânico Fran Furedi explorou o retorno do malthusianismo em uma artigo escrito para o site Spiked. Seu comentário, no dia 7 de dezembro, atacou duramente as propostas da Optimum Population Trust por ser "um organização malthusiana quase zumbi dedicada à causa da redução humana".
"Durante a maior parte da história, a vida humana tem sido valorizada e vista como possuidora de uma qualidade especial que não poderia ser reduzida", observou Furedi.
Furedi baseava seus comentários em uma perspectiva humanista e não em uma perspectiva religiosa. “Não há uma única qualidade na perda da vida humana”, argumentou.
Ele também perguntou por que os outros humanistas não se demonstravam interessados em defender a vida humana e defender os ideais desenvolvidos no Renascimento e no Iluminismo.
Perdendo a fé
"Um mundo que pode colocar um sinal de igualdade entre um bebê e o carbono é um mundo que perdeu a fé na humanidade", lamentou Furedi.
Outro comentário interessante foi publicado no dia 9 de dezembro pelo site australiano On Line Opinion, escrito por Farida Akhter, de Bangladesh. Segundo o artigo, ela é a diretora-executiva de uma organização que trabalha com comunidades em Bangladesh e também dirige uma editora feminista.
Akhter refletia sobre o Informe de Estado do UNFPA e dizia que é uma abordagem simplista considerar que as mulheres podem resolver os problemas ambientais simplesmente reduzindo sua fertilidade.
Lançar como objetivo as nações em desenvolvimento simplesmente não tem sentido, afirmou. Citando dados do relatório da UNFPA, indica que os 500 milhões de pessoas mais ricas do mundo são os responsáveis por 50% das emissões mundiais de dióxido de carbono.
Então, continuou, mesmo que o crescimento populacional seja reduzido nos países mais pobres, a sua contribuição para a redução das emissões de carbono ou para o consumo de recursos não será significativa.
"Não vamos tornar as mulheres alvo de contraceptivos com o intuito de resolver a mudança climática", concluiu.
Um sentimento partilhado por Jennie Bristow, editora da publicação britânica Abortion Review.
Ela também escreveu um artigo para Spiked sobre o tema “população e ecologia”, no dia 6 de outubro.
Bristow defendia o aborto e a contracepção, mas também enfatizava que a história está cheia de exemplos onde estas práticas têm sido imposta às mulheres por parte de autoridades que queriam decidir quantos filhos deveriam nascer.
Respeito
Seu ensaio era crítico à posição pró-vida, mas também argumentava que "devem-se responder sérias questões sobre até que ponto é genuíno o compromisso pela livre eleição entre aqueles que gostariam que as mulheres elegessem em última instância não ter filhos, ou não mais que um certo número de filhos”.
É certo que temos uma responsabilidade com o meio, assinala Bento XVI em sua encíclica "Caritas in Veritate".
O que está em jogo, porém, é algo mais do que apenas as questões ecológicas, diz o Papa. O respeito pela natureza também inclui o respeito pela vida humana. "Os deveres que temos para com o ambiente estão ligados com os deveres que temos para com a pessoa considerada em si mesma e em relação com os outros", afirma (n º 51).
Se os dois se opõem, há "uma grave antinomia da mentalidade e do costume atual, que avilta a pessoa, transtorna o ambiente e prejudica a sociedade", prossegue o pontífice. Uma contradição proposta por poucas vozes no debate sobre como enfrentar os atuais temas de meio ambiente.

Fonte: Zenit.

sábado, 19 de dezembro de 2009

QUARTO DOMINGO DO ADVENTO

Lucas 1,39-45 “Bendito o fruto do seu ventre!”
Para entender bem a finalidade de Lucas em relatar os eventos ligados à concepção e nascimento de Jesus, é essencial conhecer algo da sua visão teológica. Para ele, o importante é acentuar o grande contraste, e também a continuidade, entre a Antiga e a Nova Aliança. A primeira está retratada nos eventos que giram ao redor do nascimento de João Batista, e tem os seus representantes em Isabel, Zacarias e João; a segunda está nos relatos ao redor do nascimento de Jesus, com as figuras de Maria, José e Jesus. Para Lucas, a Antiga Aliança está esgotada - os seus símbolos são Isabel, estéril e idosa, Zacarias, sacerdote que não acredita no anúncio do anjo, e o nené que será um profeta, figura típica do Antigo Testamento. Em contraste, a Nova Aliança tem como símbolos a virgem jovem de Nazaré que acredita e cujo filho será o próprio Filho de Deus. Mais adiante, Lucas enfatiza este contraste nas figuras de Ana e Simeão, no Templo, (Lc 2, 25-38), quando Simeão reza: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque meus olhos viram a tua salvação”(2, 29)
Assim, não devemos reduzir o texto de hoje a um relato que pretende mostrar a caridade de Maria em cuidar da sua parente idosa e grávida. Se a finalidade de Lucas fosse mostrar Maria como modelo de caridade, não teria colocado versículo 56, que mostra ela deixando Isabel na hora de maior necessidade: “Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa”
Também não é verossímil que uma moça judia de mais ou menos quatorze anos enfrentasse uma viagem tão perigosa como a de Galiléia à Judéia! A intenção de Lucas é literária e teológica. Ele coloca juntas as duas gestantes, para que ambas possam louvar a Deus pela sua ação nas suas vidas, e para que fique claro que o filho de Isabel é o precursor do filho de Maria. Por isso, Lucas tira Maria de cena antes do nascimento de João, para que cada relato tenha somente as suas personagens principais: dum lado, Isabel, Zacarias e João; doutro lado, Maria, José e Jesus.
O fato que a criança “se agitou” no ventre de Isabel faz recordar algo semelhante na história de Rebeca, quando Esaú e Jacó “pulavam” no seu ventre, na tradução da Septuaginta de Gn 25,22. O contexto, especialmente versículo 43, salienta que João reconhece que Jesus é o seu Senhor. Com a iluminação do Espírito Santo, Isabel pode interpretar a “agitação” de João no seu ventre - é porque Maria está carregando o Senhor. As palavras referentes a Maria: “Você é bendita entre as mulheres, e bendito é o fruto do seu ventre”(v. 42) fazem lembrar mais duas mulheres que ajudaram na libertação do seu povo, no Antigo Testamento: Jael (Jz 5,24) e Judite (Jd 13,18). Aqui Isabel louva a Maria que traz no seu ventre o libertador definitivo do seu povo.
Finalmente, vale destacar o motivo pelo qual Isabel chama Maria de “bem-aventurada” ( v. 45) :“Bem-aventurada aquela que acreditou.” Maria é bendita em primeira lugar, não pela sua maternidade somente, mas pela fé - em contraste com Zacarias, que não acreditou. Assim, Lucas apresenta Maria principalmente como modelo de fé. Notemos que neste capítulo primeiro nós encontramos - na Bíblia - frases que podem fundamentar uma compreensão correta da visão bíblica da pessoa e função de Maria, que pode unir em lugar de dividir cristãos das diversas confissões: “Ave Maria” (1,28);“Cheia de graça” (1,28)“O Senhor é convosco”(1,28)“Bendita sois vós entre as mulheres”(1, 42);“Bendito o fruto do vosso ventre”(1,42). Lucas nos apresenta a mãe do Senhor como modelo de fé para todos nós!

Fonte: Fonte: Tomas Hughes, SVD.

Sugestões para as celebrações:

a) Cartaz: “ Feliz d’Aquela que acreditou”.
b) Colocar em lugar de destaque uma imagem de Nossa Senhora, se possível, uma imagem de Nossa Senhora da Esperança.
c) Junto da imagem de Maria, colocar uma caixa embalada como se faz com os presentes de Natal: papel bonito e uma fita colorida (oferta de todos nós a Maria, agradecendo-lhe o seu sim).
d) Antes do Ato Penitencial, acender a 4ª vela da Coroa do Advento.
e) No final da homilia, poder-se-á fazer a Bênção das mulheres grávidas (Ritual da Celebração das Bênçãos).
f) Leitores: 1ª leitura: Hoje, o leitor é a voz de Deus. Anuncia-o no princípio e no fim: Eis o que diz o Senhor … Palavra do Senhor. A leitura gira à volta de Aquele. Importa ressaltar a palavra de valor, na qual o texto se concentra: Ele.2ª leitura: difícil esta leitura (belo exercício para um curso de leitores). A leitura tem duas vozes: a do escritor e a de Cristo. A de Cristo começa em “Não quiseste sacrifício …” e termina em “… tua vontade”. Desde “Primeiro disse…” até ao fim, ouve-se a voz do escritor sagrado. Resta o perigo de espartilhar o texto com um exagero de cesuras e quedas de tom de voz.g) Depois da Comunhão, rezar o “Magnificat” por um leitor e com um fundo musical.
h) Antes da Bênção, poder-se-á, com as crianças, colocar no presépio, ainda sem qualquer imagem, somente as figuras de Maria e de S. José, como expressão do sim que os dois disseram a Deus. É pedagógico para a assembleia ver “crescer” o seu presépio, já com algumas personagens a ocupar os seus lugares, mas ainda à espera do grande Protagonista.
i) Perto do presépio, poderá estar neste dia um cartaz com a palavra SIM em grandes letras.
j) Convidar as crianças a fazerem em casa o presépio, ou a colocarem a imagem do Menino Jesus em lugar de destaque.
k) Valorizar, neste domingo, a recitação do “Angelus”.
l) As famílias poderão levar as imagens do Menino Jesus dos presépios de casa para serem benzidas na eucaristia deste domingo (Ritual da Celebração das Bênçãos).
REFLEXÕES BÍBLICO-PASTORAIS
a) Este domingo coloca-nos às portas do mistério do Natal. Apesar disso, tanto na homilia como nos cânticos deverá haver já um tom festivo, mas “ligeiro”, para que nada se antecipe e, assim, se mantenha o espírito de expectativa.
b) “Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor” (evangelho). É a primeira bem-aventurança que encontramos no evangelho. É dirigida a Maria. É pronunciada por Isabel, cheia do Espírito Santo. Nós, hoje, repetimo-la: “Bendita sois vós entre as mulheres”. A humildade de Maria, que ela proclamará no Magnificat, é a sua grandeza. Ela é como Belém que, apesar de pequena, dela “sairá aquele que há-de reinar sobre Israel… Ele será a paz” (1ª leitura). A sua humildade levou-a à grandeza do serviço desinteressado a Isabel que estava tão necessitada de ajuda e de companhia. Perante esta grandeza, também Isabel proclama a sua pequenez: “Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?” Deus também elevou a pequenez e a humildade de Isabel, concedendo-lhe um filho, algo que a todos parecia já impossível de acontecer. Às portas da solenidade do Natal, como é bom meditar na humildade e na pequenez de Maria, porque esta é a condição necessária para a acção salvadora de Deus. Também Ele se faz pequeno para se “recolher” no seio de Maria. E no Natal, só os pequenos, os simples e os humildes foram capazes de compreender esta grandeza de Deus. Em Maria, a Palavra de Deus torna-se eficaz. O Prefácio do Advento II/A exprime claramente o papel de Maria na história da salvação: “A graça que em Eva nos foi tirada, foi-nos restituída em Maria. Nela, Mãe de todos os homens, a humanidade, resgatada do pecado e da morte, recebe o dom da vida nova”. A sua atitude de entrega tornou possível a vida de Jesus Cristo; por isso o Prefácio recorda-nos o anúncio da Vigília Pascal através destas palavras: “onde abundou a culpa, superabundou a misericórdia por Cristo, Nosso Salvador”.
c) Tudo isto leva-nos ao paralelismo entre a Mãe de Deus e a Igreja. Também nós pedimos que o Senhor aceite “os dons que trazemos ao vosso altar e santificai-os com o mesmo Espírito que, pelo poder da sua graça, fecundou o seio da Virgem Santa Maria (Oração Sobre as Oferendas). Todos somos convidados ao cuidado generoso e desinteressado dos pobres e humildes, porque são amados por Deus. Também nós devemos descobrir na humildade (“pequenez”) a grandeza de Deus sem nos deixar deslumbrar por coisas grandiosas que só pertencem e têm lugar neste mundo e em nós. Como Maria e como Cristo, quando “entrou no mundo”, aprendamos a dizer: “Eis-me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade” (2ª leitura), porque só assim a Palavra de Deus será viva e eficaz na nossa vida e na nossa sociedade.
d) A Oração Coleta deste domingo tem um valor teológico extraordinário. Vale a pena reflecti-la. Depois de suplicar que a graça de Deus se derrame em cada um de nós, pede “para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo vosso Filho… alcancemos a glória da ressurreição”. Apresentam-se, assim, todos os elementos do Advento e da teologia do Natal que estamos para celebrar brevemente, começando pela clara identificação da Igreja com Maria. O centro, como não podia deixar de ser, é o mistério pascal de Jesus Cristo, do qual fazemos memorial na Eucaristia, Páscoa contínua na vida da Igreja. A celebração da encarnação deve encaminhar-nos para esta plenitude salvadora. Por isso, do Natal também fazemos memorial. “Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo. Abra-se a terra e germine o Salvador” (Antífona de Entrada).
Fonte: Com informações do Missal Romano, da CNBB e da SDPL

Cristãos da Terra Santa, testemunhos corajosos do perdão

Entrevista com o frei Pierbattista Pizzabala

Por Chiara Santomiero

A pequena comunidade cristã na Terra Santa, cerca de 120 mil em Israel e 40 mil no território administrado pela Autoridade Palestina (1% da população total), resiste, apesar de todas as dificuldades, nos locais que assistiram à Encarnação e à experiência humana de Jesus, oferecendo um testemunho descontado de coragem e fé
Para saber mais, Zenit entrevistou o custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa.
- Uma pergunta que não é nova: quais são os sentimentos em relação à presença dos cristãos na Terra Santa?
- Pizzaballa: Essa é uma pergunta que sempre nos fazemos e que deve sempre ser feita, porque a resposta nunca é a mesma. De fato, minha percepção pessoal em relação a essa questão muda com freqüência, assim como mudam as dinâmicas e as situações, de modo que é uma questão que deve ser sempre recolocada.
Mas sei concretamente o que não estamos aptos a ser: não podemos ser uma ponte entre a sociedade israelense e a palestina. Disse o Papa: a Terra Santa necessita “não de muros, mas de pontes”, e esta é uma grande verdade. Mas a comunidade cristã da região não pode servir de ponte entre essas duas sociedades, porque é composta basicamente de árabes palestinos; uma ponte que esteja mais de um lado do que do outro não pode unir. A comunidade cristã, portanto, exprime uma realidade única, mas ainda assim tem dado um testemunho importante. Primeiramente, trata-se de uma comunidade pacífica, não violenta. Não constitui ameaça para ninguém, e isso tem um significado muito importante.
Graças à presença da comunidade cristã chegam milhões de peregrinos, que trazem bem-estar econômico e social e isso é positivo. O nosso testemunho, porém, se expressa principalmente ali, simplesmente, como o de cristãos tentando viver o Evangelho, e a virtude que somos mais solicitados a expressar é a do perdão.
Jesus na cruz – do ponto de vista puramente humano -, morreu por uma terrível injustiça, como resultado de um processo falseado; e apesar disso, Ele perdoou. Este é o âmbito no qual nos cumpre atuar. O perdão não se pode doar, nem mesmo impor, o perdão é um caminho a percorrer. Não se presta a simplificações; antes de perdoar, é preciso entender e encarar o mal, defini-lo com muita verdade. É preciso ter respeito pelo sofrimento de pessoas nas quais foi infligida uma ferida. Ao mesmo tempo, devemos estar cientes de que a capacidade de perdoar deve direcionar o nosso olhar sobre a realidade.
Este é também o significado da presença da Custódia na Terra Santa. Somos uma pequena comunidade de 300 frades, de 32 nações diferentes - uma espécie de Babel! - tentando amar um ao outro, dando seu testemunho de que, não obstante as diferenças, é possível estar juntos. Gostaríamos de ajudar as pessoas, sem a presunção de revolucionar ou mudar o mundo, mas apenas colocando um pequeno sinal de partilha e de perdão.
- Como são as relações com os muçulmanos e judeus?
- Pizzaballa: São dois mundos completamente distintos. A relação com os muçulmanos remonta a séculos; os cristãos são árabes palestinos e vivem com muçulmanos que também são árabes palestinos; são crenças diferentes, mas um único povo que vive na mesma região. Trata-se de uma relação se dá no âmbito das instituições, a começar nas escolas.
Um dos aspectos fundamentais da comunidade cristã na Terra Santa, é que, na verdade, embora pequena, ela é muito viva e ativa - e justamente na escola. As 80 escolas cristãs existentes são freqüentadas tanto por alunos cristãos quanto muçulmanos e, portanto, desempenha um papel muito importante de mediação social.
Onde atuam as escolas cristãs, a relação entre muçulmanos e cristãos é harmoniosa, e isso se reflete na vida pública, porque as famílias se reúnem por causa das atividades escolares e assim se estabelece uma de confiança entre os dois grupos. Constatamos que onde não há escolas cristãs, os relacionamentos são mais difíceis de construir - faltam oportunidades públicas. O que se chama de diálogo inter-religioso e vivido no dia-a-dia, envolvendo todas as atividades da Igreja e em especial da escola.
Com os judeus, o relacionamento é diferente: não há possibilidade para diálogo no seio da Igreja porque Israel tem sua próprias instituições. A única forma de diálogo, ainda que não seja fácil, é do tipo cultural.
Recentemente, por exemplo, recebemos, como presente por parte da Província de Pádua, uma reprodução da Capela de Scrovegni, e que agora está em exibição no museu de Tel Aviv. A iniciativa tem atraído milhares de pessoas todos os dias, que, por meio de visitas guiadas, podem conhecer uma pouco da história da salvação, sob o ponto de vista cristão.
Mas não se pode esquecer que o conflito em curso tem seu peso: quando um cristão palestino fala de Israel, não está se referindo ao Israel bíblico de Jesus, mas aos check-points.
- É possível vislumbrar alguma perspectiva política de paz na Terra Santa?
- Pizzaballa: Neste momento, não parece haver muitas, por várias razões. Primeiro, porque já há um cansaço por parte de ambos os povos. A segunda razão é que não há – em nenhum dos dois lados – um líder forte e carismático com uma visão clara de paz, capaz de conduzir as pessoas e também de fazer as concessões necessárias.
A sociedade palestina, por sua vez, está dividida em duas partes por uma fratura profunda. A comunidade internacional, finalmente, para além de tantos discursos, não parece estar realmente decidida a dar passos concretos no sentido de pressionar as autoridades políticas a alcançar a paz. Continuamos nessa fase, que já parece interminável, das táticas e declarações, mas que não oferece nada de tangível que possa nos fazer acreditar que as coisas vão mudar a curto prazo.
- A visita do Papa em maio passado pôde deixar ecos positivos de diálogo?
- Pizzaballa: A visita de Bento XVI serviu para iluminar as relações tanto com a comunidade judaica quanto com a comunidade islâmica. Ainda assim, o impacto maior foi sobre as comunidades cristãs, que ainda falam do evento hoje de modo muito positivo, mencionando os discursos e gestos do Papa e as Missas públicas, que atraíram milhares de pessoas. Foi um momento forte, que uniu as comunidades cristãs, notoriamente divididas.
- O Papa esteve em Belém. Como está sendo vivido esse tempo do Advento na cidade vizinha ao muro de separação com Israel?
- Pizzaballa: É tocante constatar a cada dia a fé das pessoas. Nestas situações tão difíceis, redescobre-se sempre a oração. Há muita participação nas celebrações e rituais tradicionais que preparam para o Natal e para as estações que são montadas por toda a cidade para lembrar os vários episódios do Evangelho. Orar torna-se uma maneira de permanecermos unidos.
- Há uma mensagem de Belém, o lugar da Encarnação, para o Natal?
- Pizzaballa: A mensagem ainda é a mesma de sempre: Deus continua a visitar-nos através de Jesus, que continua a nascer e a ser uma fonte de renovação. Mesmo que as coisas permaneçam as mesmas, podemos mudar nossa maneira de vê-las. Apesar de tanta violência e morte, ainda há muitas pessoas que desejam se envolver e doar-se à sua terra, sua gente e sua Igreja. Esses são sinais de força, renovação e esperança, para a Terra Santa e também para outras regiões. A Terra Santa pertence a nós, nós pertencemos à Terra Santa. Nossa fé nasceu ali, e continua a nascer. Por isso, devemos acompanhar de perto o que ocorre na região.

Fonte: Zenit.

Natal com as cores do México no Vaticano

Durante a audiência geral desta quarta-feira, na Sala Paulo VI do Vaticano foi apresentado ao Papa Bento XVI a árvore e o presépio mexicanos que permanecerão durante todo o tempo natalino até o início de fevereiro nesse lugar onde o Papa se encontra com os peregrinos.
Não é a primeira vez que a sala é decorada com enfeites mexicanos. Há dois anos o Estado de Jalisco também doou um presépio e árvores de natal, como parte das comemorações do décimo quinto aniversário do restabelecimento das relações entre México e Santa Sé.
O segundo país com maior número de católicos no mundo, desta vez, presenteou a Santa Sé também com uma mostra fotográfica sem precedentes em Roma. Trata-se de murais de paisagens do Estado do México, expostos a turistas, peregrinos e curiosos na Via da Conciliação, avenida que une o Vaticano com a Cidade de Roma.
São vinte imagens de 1 metro de altura que mostram cenas de inspiração religiosa dos municípios mexicanos de Texcoco, Sinacantepec, Toluca, Valle de Bravo, Teotihuacan, Malinalco, Acolman e Tepozotlán.
A inauguração da exposição contou com a presença de representantes do Governo do Vaticano, uma delegação dos 13 bispos do Estado do México, chefiada pelo arcebispo de Tlanepantla e presidente da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Carlos Aguiar Retes, pelo governador do Estado do México, Enrique Peña Nieto, e pelos embaixadores mexicanos junto à Santa Sé e à Itália.
Roma descobre o Natal Mexicano
Em declarações a ZENIT, Dom Aguiar Retes explica que com essa iniciativa o México quer compartilhar o espírito de Natal com os romanos e as dezenas de milhares de peregrinos que virão nestes dias à Cidade Eterna.
“O Natal é uma festa familiar, uma festa que reúne as pessoas, onde há troca de presentes, onde é compartilhado o alimento e é lembrado que o maior dom que o Senhor nos deu foi o seu Filho. Portanto, esse é um momento de evangelização muito importante”, diz Dom Aguiar.
O prelado observou que o México, em seus costumes natalinos, é similar às tradições de outros países, tal como na Itália. Mas, por outro lado, está contribuindo com sua arte e tradições para que a humanidade viva com novas expressões de alegria nestes dias.
“Acho que o México tem muito a oferecer, as posadas, as piñatas, que são características e pouco a pouco vão se integrando em outros lugares, como nos Estados Unidos, com os migrantes, como em outros países da América Latina”.
As “posadas” a que o arcebispo se refere são uma novena na qual "pedem pousada", ou seja, hospedagem, recordando o momento em que Maria e José andavam com a preocupação pelo nascimento de seu filho, não tendo nenhuma segurança para que o nascimento fosse digno.
“Creio que todos esses elementos captam muito bem o que o povo entende do amor de Deus e evangelizam na prática”, assegura.
México mais perto de Roma
O governador do Estado do México, Enrique Peña Nieto, explicou a ZENIT que com esse presente ao Papa mostra que existe uma grande riqueza cultural, histórica e folclórica sobre essas festas de Natal, o que sem dúvida é explicado pela influência da evangelização que ocorreu em nosso país. “Acho também que é um vínculo que se estabelece com a Sé de Pedro” acrescenta.

(Mercedes de la Torre)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Apelo dos cristãos iraquianos ao mundo: “não nos abandonem”

"A todos os cristãos do mundo, nós pedimos: não nos abandonem", disse Dom Shlemon Warduni, bispo auxiliar caldeu de Bagdá, após os recentes atentados terroristas contra cristãos e igrejas no Iraque.
Em entrevista à Agência Fides, o prelado disse que a situação no Iraque "é motivo de preocupação e tristeza”. A guerra e a ocupação militar trouxeram instabilidade política e ingovernabilidade, causando "miséria e destruição", e forçando um terço da comunidade cristã do país a emigrar.
"É uma tragédia de enormes proporções, que deve ser mostrada aos olhos do mundo", disse ele.
A falta de planejamento político e a debilitação das instituições, observou, "têm feito proliferar o terrorismo, que hoje tem em sua agenda a desestabilização do país".
Mencionando os recentes atentados contra igrejas cristãs em Mossul, ocorridos nas duas últimas semanas, e em Bagdá, onde um carro-bomba posicionado em frente a uma igreja matou duas pessoas e feriu outras 30, o prelado disse que “a tranqüilidade constitui apenas um breve descanso entre dois atentados”.
Segundo o bispo, os ataques evidenciam que “há um plano para nos atingir (os cristãos). Dirigir dez artefatos explosivos contra igrejas num único dia tem um significado claro de intimidação”.
Dom Warduni expressou também sua rejeição pelo projeto em discussão de reunir todas as igrejas cristãs na região da planície de Nínive, qualificando-o com “absurdo e insensato”. “Significaria confinar os cristãos a um gueto, engaiolando-os, esmagando-os entre os curdos e árabes em conflito”.
“Não pedimos um tratamento privilegiado, mas apenas respeito à nossa dignidade, à nossa liberdade e aos nossos direitos fundamentais: viver em paz, anunciar o Evangelho e contribuir para a construção de nossa Nação.”
“Os governos que promovem a democracia e os direitos humanos, sempre prontos a defender seus interesses econômicos no Iraque, deveriam trabalhar para erradicar o terrorismo e promover a paz e a legalidade no país".
Denunciando a manipulação política da situação de instabilidade, o prelado disse que diferentes partidos políticos tentam “atrair (os cristãos) para sua órbita para seus próprios interesses”, pedindo que sejam tomadas ações concretas: “Nos fazem sempre muitas promessas, mas queremos fatos”, acrescentando que os cristãos no país “jamais agiram com violência, tendo sempre buscado a paz para todo o Iraque”.
Para Dom Louis Sako, arcebispo de Kirkuk, trata-se de uma situação de “limpeza étnica e religiosa”, que vem sendo intensificada pela proximidade do Natal. “A situação é muito tensa” acrescentando: “onde está o governo central”?
Enfatizando a necessidade de um governo unificador forte “capaz de reprimir a violência” e pedindo um posicionamento claro por parte das igrejas e partidos cristãos “em nome da paz e da convivência entre as diferentes etnias e religiões" - porque “destruir esse mosaico” – concluiu – “seria destruir todo o Iraque”.

Fonte: Zenit.

Papa: “o homem, fonte, centro e fim da vida econômica e social”

Toda decisão econômica tem impacto direto sobre a pessoa humana, que está no foco de toda atividade e deve ser priorizada em relação a qualquer outro interesse.
É o que disse Bento XVI na manhã desta quinta-feira, ao receber em audiência os novos embaixadores junto à Santa Sé da Dinamarca, Uganda, Sudão, Quênia, Cazaquistão, Bangladesh, Finlândia e Letônia.
"Em um mundo cada vez mais globalizado, os esforços para promover o desenvolvimento humano integral e uma ordem econômica sustentável devem considerar a relação fundamental entre Deus, a criação e suas criaturas", disse o Papa em seu discurso ao representante dinamarquês, Hans Klingenberg.
Sob essa perspectiva, “as tendências à fragmentação social e as iniciativas de desenvolvimento desigual podem ser superadas ao se reconhecer a dimensão moral unificante que está na constituição de cada ser humano, e as conseqüências morais de toda decisão econômica”.
Lembrando que a capital dinamarquesa, Copenhague, está hospedando a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Papa destacou que "as decisões políticas e diplomáticas envolvidas ao se tratar uma questão tão complexa testam nossa determinação de renunciar às supostas vantagens nacionalistas ou de curto prazo, e de dar espaço a soluções de longo prazo para toda a família humana”.
"Uma mudança fundamental no comportamento humano - individual ou coletivo - exige a conversão do coração."
O Papa também ressaltou que os deveres para com o meio ambiente não podem nunca ser separados dos deveres para com a pessoa humana.
Neste sentido, denunciou como "muitas vezes os esforços para promover um entendimento integral do meio ambiente tiveram de conviver com uma visão reducionista da pessoa humana", que tende a não respeitar “a dimensão espiritual dos indivíduos” e, por vezes, é “hostil à família".
A Santa Sé, disse ainda o Papa ao dirigir-se ao embaixador do Cazaquistão, Mukhtar B. Tileuberdi, "encoraja as Nações a respeitarem a pessoa humana em sua totalidade, reconhecendo tanto as necessidades espirituais como as materiais de todos".
"O homem é a fonte, o centro e o fim de toda a vida econômica e social", explicou. Neste contexto, a Igreja atua "como fermento em cada sociedade, para enfatizar a dignidade do homem, dar-lhe a força necessária para atingir uma visão mais clara de si mesmo, e para reunir as energias ao serviço do desenvolvimento humano autêntico."
“Usando o intelecto e cultivando os recursos que Deus nos deu, valorizando a dignidade humana e respeitando a vida, promovendo a vocação do homem para construir um humanismo aberto aos valores espirituais e transcendentes”, será possível empreender um desenvolvimento “que defenda a dignidade da pessoa humana, enquanto se mantém sensível às necessidades de uma economia sustentável”, disse o Pontífice ao embaixador da Letônia, Einars Semanis.
Combater a pobreza e promover a educação
Para que um autêntico desenvolvimento integral seja possível, disse o Papa a Abdul Hannan, embaixador de Bangladesh, é necessário reduzir a pobreza, o que está “inextricavelmente ligado à ampliação do trabalho digno”.
O trabalho, disse, representa "a expressão da dignidade humana, permitindo a homens e mulheres realizar seus talentos, desenvolver suas habilidades e fortalecer seus laços de solidariedade."
A solidariedade, por sua vez, "tem também uma dimensão espiritual, porque ao compartilhar os frutos de seu trabalho, especialmente com os mais necessitados, as pessoas testemunham a bondade do Todo-Poderoso e sua preocupação com os mais pobres e mais fracos".
A melhoria das condições de vida depende também do sistema educacional, disse o Papa: “na era da globalização, fica cada vez mais claro que um maior acesso à educação é fundamental para o desenvolvimento em qualquer nível”, acrescentando que “acima de tudo, é essencial aos educadores que compreendam a natureza da pessoa humana e tratem cada estudante com um indivíduo único e precioso, fornecendo alimento para a alma e a mente”.
Coexistência pacífica das religiões
Falando ao embaixador de Bangladesh, Bento XVI lembrou também a importância da convivência pacífica entre os fiéis de diferentes religiões.
"Rezo para que muçulmanos, hindus, cristãos e todas as pessoas de boa vontade em cada país deem um testemunho incansável da coexistência pacífica, que é a vocação de toda a raça humana".
"A intimidação e a violência corroem as bases da harmonia social e devem ser condenadas como ofensivas à vida e à liberdade."
"As religiões” - disse Bento XVI ao embaixador do Cazaquistão – “têm muito a oferecer para o desenvolvimento, especialmente quando o lugar de Deus é reconhecido na esfera pública".
“Os grupos religiosos”, acrescentou falando ao representante da Finlândia, Alpo Rusi, “podem chamar a atenção para certos valores que estão em risco de erosão, no processo de secularização."

Fonte: Zenit.

Papa pede acordos úteis e justos pelo meio ambiente

O Papa pediu hoje às autoridades políticas que impulsionem acordos internacionais vinculantes para a proteção do meio ambiente.
Ele o fez em seu discurso dirigido aos novos embaixadores junto à Santa Sé da Dinamarca, Uganda, Sudão, Quênia, Cazaquistão, Bangladesh, Finlândia e Letônia, ao recebê-los no Palácio Apostólico para a entrega das suas cartas credenciais.
“Tanto no âmbito individual como político, é necessário agora assumir compromissos mais decididos e compartilhados de maneira mais ampla no que diz respeito à criação”, destacou o Papa.
Além disso, sublinhou a relação que existe entre a responsabilidade com a criação e a miséria e a fome.
Neste sentido, advertiu que a degradação do meio ambiente “constitui uma ameaça direta para a sobrevivência do homem e para seu próprio desenvolvimento; e inclusive pode ameaçar diretamente a paz entre as pessoas e as populações”.
O Papa recordou que “o bem do homem não reside em um consumo cada vez mais desenfreado nem no acúmulo ilimitado de bens – consumo e acúmulo que estão reservados a um pequeno número e propostos como modelos à massa”.
Sobre isso, Bento XVI disse que “as religiões vividas segundo sua essência profunda eram e são uma força de reconciliação e de paz”.
Mas corresponde “não somente às diversas religiões destacar e defender a primazia da pessoa e do espírito”, mas também ao Estado, que “tem o dever de fazê-lo, principalmente através de uma política ambiciosa que favoreça todos os cidadãos, por igual, no acesso aos bens do espírito”.
O Papa prosseguiu indicando aos embaixadores que o Estado deve valorizar a riqueza das relações sociais e animar a pessoa a prosseguir sua busca espiritual, pois “todo crente está chamado a perguntar a Deus sobre sua vontade a propósito de toda situação humana”.
“Diante de Deus, não existe nenhuma categoria ou hierarquia de pessoa, inferior ou superior, dominante ou protegido – declarou. Não existe para ele mais que a pessoa criada pro amor e que quer ver viver, em família e em sociedade, em uma harmonia fraterna.”
“Para a pessoa de fé ou a pessoa de boa vontade, a resolução dos conflitos humanos, como a delicada convivência das diferentes religiões, pode transformar-se em uma coexistência humana em uma ordem repleta de bondade e de sabedoria que tem sua origem e seu dinamismo em Deus”, continuou.
“Esta coexistência no respeito à natureza das coisas e à sabedoria inerente que vem de Deus – a tranquillitas ordinis – se chama paz”, acrescentou.
“Às vezes é difícil, para o mundo político e econômico, dar à pessoa o primeiro lugar; nele é ainda mais delicado considerar e admitir a importância e a necessidade do religioso, e garantir à religião sua verdadeira natureza e lugar em sua faceta pública”, reconheceu.
Mas “a paz, tão desejada, não se alcançará sem a ação conjunta do indivíduo, que descobre sua verdadeira natureza em Deus, e de dirigentes das sociedades civis e religiosas, que – no respeito à dignidade e à fé de cada um – saibam reconhecer e dar à religião sua nobre e autêntica função de cumprimento e de aperfeiçoamento da pessoa humana”.

Fonte: Zenit.