quarta-feira, 3 de março de 2010

Diante da cultura da morte, visão integral do ser humano

Para que o homem e a mulher entendam melhor sua identidade, é necessário que olhem para si mesmos como seres criados à imagem e semelhança de Deus. Que descubram e valorizem seus próprios dons, que são enriquecidos quando se vive a reciprocidade.
As ideologias que recortam esta visão integral e que trazem consequências, como as conferências mundial do Cairo, em 1992, sobre o crescimento da população e a de Pequim, em 1995, sobre a “saúde sexual e reprodutiva”, reduzem de maneira alarmante a dignidade do homem e da mulher e promovem cada vez mais novas manifestações da “cultura da morte”.
Sobre este tema e sobre como assumir a masculinidade e a feminilidade de maneira integral, Zenit entrevistou Laura Tortorella, do instituto Mulieris Dignitatem para estudos sobre a identidade do homem e da mulher, da Pontifícia Faculdade Teológica São Boaventura – Seraphicum.
Laura Tortorella é diretora do programa de pós-graduação em “Gestão das crises pessoais e interpessoais”, que procura oferecer soluções às crises do ser humano nas diferentes etapas da vida.
-A Assembleia do Conselho de Estrasburgo aprovou, no último dia 27 de janeiro, um documento sobre a saúde sexual e reprodutiva. A seu ver, quais serão as consequências da posta em marcha deste documento sobre a mentalidade antivida e sobre o feminismo?
Laura Tortorella: O documento fala de “saúde sexual e reprodutiva” referindo-se à possibilidade dada também aos menores, sem informar os pais, de ter acesso à contracepção, ao aborto gratuito e seguro, à esterilização, à fecundação artificial e à livre “orientação sexual”. As consequências de tal documento serão certamente alarmantes: uma aliança (feministas de outras ideologias, lobby farmacêutico), a favor da “cultura da morte”.
-Passaram-se 15 anos desde a Conferência de Pequim sobre saúde sexual e reprodutiva. Como você acha que mudou a mentalidade no mundo com relação ao aborto como direito e à concepção da mulher?
Laura Tortorella: Os programas de ação da Conferência Mundial do Cairo e depois de Pequim contribuíram para criar um clima de “cultura da morte” e o próprio documento da Assembleia do Conselho da Europa, de Estrasburgo, que mencionamos antes, encontra pontos aí.
Está claro que tais ideologias marcaram e feriram profundamente os direitos da pessoa e o direito à vida. Nestes documentos, onde se fala de “direito à saúde sexual e reprodutiva”, na verdade se solicita não tanto o direito à saúde, e sim o direito ao aborto.
Penso que só se pode usar uma arma para deter esta cultura da morte: a formação, sobretudo das novas gerações, em uma cultura da vida. Todas as nações, especialmente as latino-americanas, que ainda conservam tantos valores, deveriam fazer respeitar o valor que ainda pode servir como gancho para salvar a sociedade inteira: a família. Isso se torna mais urgente que nunca, para defender a primeira célula da sociedade dos ataques que recebe.
É justamente na família que as novas gerações podem aprender a respeitar a vida humana. Pensemos na necessidade de uma nova vida, na demonstração cotidiana do cuidado, da educação, do amor recíproco, do respeito. Pensemos no fato de que, por exemplo, na família se aprende a acolher a morte e a entender seu sentido.
-Como este documento feriu o significado de homem e mulher, e da reciprocidade entre ambos?
Laura Tortorella: Pretendendo libertar a sexualidade de cada preocupação e temor, cancelam-se termos como “maternidade”, “paternidade”, “família”, “casamento”, “responsabilidade” no âmbito da sexualidade. Deixam de ser dons e se convertem em direitos, depois se transformam em necessidades, decisões, exigências dos adultos.
Neste clima, tanto o homem como a mulher veem ofuscada a verdade sobre eles mesmos (igual dignidade e queridos por Deus um para o outro), a ser chamados a restabelecer um humanismo que volte a amar a verdade, a única que fará brotar as verdadeiras perguntas, as que levam à compreensão do sentido e que tornam o homem verdadeiramente livre.
-A partir do programa que você dirige, “Gestão das crises pessoais e interpessoais”, como se pode enfrentar esta crise à luz do Evangelho e de uma ética cristã, sem reduzir o papel do homem ou da mulher?
Laura Tortorella: Muitas são as crises que a pessoa deve enfrentar em diferentes etapas da vida. Para gestioná-las, penso na importância de uma correta antropologia: formar as pessoas sobre alguns temas fundamentais e imprescindíveis para a vida.
Esta formação tem o valor pela vida concreta da pessoa porque não tira o foco da verdade: homem e mulher, criaturas de Deus, criados à sua imagem e semelhança. Somente colocando a originalidade masculina e feminina ao serviço do homem e promovendo o diálogo frutífero, a pessoa (homem e mulher), assim como a sociedade, conseguirão encontrar as respostas às aplicações práticas completas.
Creio que a mensagem central da Mulieris Dignitatem, a reciprocidade homem-mulher, pode ser a solução para restabelecer um equilíbrio na sociedade, que leve ao reconhecimento de valores comuns de referência para construir juntos a história: “humanidade significa chamado à comunhão interpessoal”. Os tempos parecem maduros e carregados de expectativas sobre um diálogo frutífero entre homem e mulher, baseado na reciprocidade, na mesma dignidade e na comunhão que leva à resolução de problemáticas atuais inseridas em um horizonte de sentido.
-Há alguns fenômenos aceitos socialmente, como o “direito à morte”, a fecundação in vitro, o não reconhecimento da dignidade do embrião. Como estes fenômenos afetam a psicologia da mulher?
Laura Tortorella: Afetam de maneira diferente o homem e a mulher, porque não levam em consideração a proteção da vida humana. Estas são tarefas comuns para o homem e a mulher. As consequências, quando falta um desses elementos, ainda são comuns hoje: o risco de ser vistos como objetos do mundo, que sabem manobrá-lo, mas inevitavelmente permanecem sufocados.
A maternidade, por exemplo, deveria voltar a ser um bem reconhecido. É a mentalidade que deve mudar novamente, voltando a apreciar a vida humana como o primeiro valor de uma sociedade que pretende ser considerada sociedade civil. Uma nova revolução do amor e de acolhimento da vida humana!
Anos de batalha e de reivindicação das feministas e de outras ideologias causaram um colapso da vida nas areias movediças da indiferença. As consequências disso são evidentes: direito à morte, fecundação in vitro, não reconhecimento da dignidade do embrião são somente algumas das problemáticas que surgem de uma mentalidade fechada na luta antivida. Eu me pergunto de que maneira estes fenômenos repercutem na psicologia da mulher, quem, mais de uma vez, em primeira pessoa, pode ser golpeada por tais problemáticas porque é a mulher quem tem a tarefa de aceitar, socorrer, velar pela vida e está claro que, quando esta não ocorre, devido a culpas que não são somente da mulher, é ela quem, em primeiro lugar, paga as consequências de certas decisões, também do ponto de vista psicológico.

Fonte: Zenit.

"Ser minoria religiosa não faz ser menos importantes"

“Como um país não é mais ou menos importante em relação a seu tamanho, uma Igreja minoritária também não é menos importante”.
Assim afirmou o Primeiro Ministro da República da Moldova, Vlad Filat, ao intervir durante o encontro de Conferências Episcopais do sudeste Europeu, que foi celebrado nesse fim de semana em Quichinau, capital da República de Moldova.
“Os problemas na República de Moldova são numerosos, mas a origem de todos é a crise moral, admitiu. Por isso devemos retornar à raiz dos problemas. Só sabendo de onde viemos, vamos saber para onde ir. A Igreja deve ter um papel decisivo no caminho da Europa”.
“Somos conscientes do trabalho que devemos fazer e esperamos que a Igreja se empenhe no apoio à formação de um povo que tenha em sua base os melhores princípios morais sobre como construir uma nova sociedade”, disse o dignatário, segundo um comunicado do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).
O bispo de Quichinau, monsenhor Anton Cosa, afirmou sobre isso: “Nos sentimos parte viva dessa terra por que cada dia que passa consumimos nossos recursos de fé e de caridade, para que o povo moldávio possa crescer e voltar a encontrar na solidariedade do mundo católico, motivo de grande esperança”.
“A Igreja, através de suas estruturas, continuará fazendo o necessário para que se supere toda situação de mal-estar social”, dando “sua contribuição determinante à construção de uma sociedade reconciliadora e solidária, capaz de lidar com o processo de secularização”.
Luzes e sombras
Em uma entrevista concedida à agência italiana SIR, monsenhor Cosa afirmou que a República da Moldova passa por uma fase de crise, como grande parte dos países europeus.
Embora a economia local tenha força pelas remessas de emigrantes - um quarto da população está no exterior - “isso não ajudou a diminuir a pobreza, que submete uma outra quarta parte do país em condições em forte desconforto social”.
“Sementes que morrem”
Os católicos na República da Moldova representam apenas 1% da população de 4 milhões de habitantes, mas essa condição de minoria “é também uma grande oportunidade e certamente um grande dom de Deus, porque educa a humanidade da pastoral, onde a eficácia da ação é dada pela capacidade de fazer valer a credibilidade pessoal”, afirma o bispo.
“Quem vai para a Igreja Católica, e talvez, optar em ser parte dela, o faz pela novidade da proposta, realização do compromisso e pela coerência que se conjuga com as eleições evangélicas”.
“Não devemos ter medo de ser minoria, porque esse é um grande dom que Deus nos deu, mas devemos ter medo de não ser a “semente que morre”, assim como não dar ao povo moldávio o que é justo que recebam de nós, para crescer na dimensão humana e cristã”, observou.
A Igreja está oficialmente na República da Moldova desde 1993 e tem seu bispo desde 2000. Os católicos estão organizados em 17 paróquias e, uma eficiente “pastoral de rua” feita da disponibilidade para os necessitados, serviços de assistência social competentes e diálogos com pessoas comuns.
Os fiéis são assistidos por 18 sacerdotes diocesanos e 16 sacerdotes religiosos.

Fonte: Zenit.

Ciência e fé: diálogo necessário e possível

A Universidad Pontificia de México realizou a primeira sessão do “Seminário permanente sobre o diálogo entre ciência e fé”, em coordenação com a Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla, a Anáhuac, a Iberoamericana, a Intercontinental, a Panamericana e o Colegio de Posgraduados de la Universidad de Chapingo.
O evento foi inaugurado no dia 20 de fevereiro por Dom Felipe Arizmendi Esquivel, presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral da Cultura no México, informa a Zenit José Felix García, da universidade pontifícia.
Com este seminário, as instituições participantes se unem a um movimento internacional que promove o diálogo entre a religião e a ciência e que já conta, por exemplo, nos Estados Unidos, com mais de 50 associações, e na Europa, com instituições universitárias como o Center for Theology and Natural Sciences de Berkely, além da European Society for the Study of Science and Theology e a Fundação Templeton.
“Favorecer o intercâmbio entre a perspectiva crente e científica é urgente e necessário, particularmente nesta era global, na qual o protagonismo da ciência e da tecnologia constitui o marco de referência que configura os valores da sociedade atual”, afirmou-se.
Dada a dispersão e a falta de inter-relação entre as diversas áreas do saber especializado, o seminário permanente tem como objetivo “oferecer uma plataforma institucional que possa favorecer o intercâmbio de recursos científicos, pedagógicos, humanos e de infraestrutura, a fim de promover e enriquecer a análise dos problemas sociais, a análise e discussão sobre os novos enfoques éticos e políticos suscitados pelas técnicas biomédicas, o diálogo entre os principais atores dos diversos setores da sociedade mexicana”.
O calendário programado para este ano inclui temas como: “Ciência e fé: um diálogo necessário e possível”; “Humanismo e transumanismo”; “Origem, estrutura e evolução do universo e sua relação com a física, a filosofia e a teologia”; “Relações ciência-fé: marcos históricos relevantes”.
Este seminário permanente está dirigido principalmente à comunidade universitária, docentes e estudantes das universidades participantes, mas em geral, a todos os profissionais dos diversos ramos do saber, aos membros das diferentes confissões religiosas e a todos os homens e mulheres interessados no progresso da cultura do diálogo.
Esta abertura indiferenciada se funda na convicção, segundo os organizadores, “de que o conhecimento não é resultado do trabalho de uma elite, mas o produto de um esforço colaborativo”.
Neste sentido, sublinham que “o conhecimento, genuinamente benéfico, progride somente dentro de uma comunidade científica. Dessa forma, a atitude crítica, própria da ciência, fica aberta à busca de uma verdade da qual é possível aproximar-se a partir de diversas perspectivas e na proximidade do encontro pessoal e amigável”.

Para mais informações: www.pontificia.edu.mx.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Oração e solidariedade a favor do Chile após terremoto



Após o terremoto que atingiu grande parte do Chile na madrugada do sábado, a Conferência Episcopal do Chile convidou à solidariedade e à oração “pelas vítimas, por seus familiares e pela rápida recuperação da normalidade no país”.
Esta é a indicação promovida pelo episcopado através da internet (http://www.iglesia.cl/), depois que o centro e sul do país foram sacudidos por um terremoto de mais de 8.3 de magnitude na escala Ritcher, causando a morte de centenas de pessoas, além de uma grande destruição.
O tremor começou às 3h36 (hora local), quando a maioria dos 17 milhões de chilenos dormia. Segundo os especialistas, o terremoto foi 50 vezes mais potente que aquele que devastou o Haiti no dia 12 de janeiro.
A Cáritas Chile colocou sua conta corrente à disposição de todos, para receber doações que permitam paliar a dor das vítimas do terremoto.


Fonte: Zenit.

Papa a autoridades iraquianas: esforçar-se pela segurança

Bento XVI instou as autoridades civis do Iraque e a comunidade internacional a dedicarem esforços para alcançar a paz no país.
Ele o fez depois da oração do Ângelus de hoje, junto a milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
“Na delicada fase política que o Iraque está atravessando, insto as autoridades civis a que dediquem todos os esforços para devolver a segurança à população, particularmente às minorias religiosas mais vulneráveis”, afirmou.
E continuou: “Espero que não se ceda à tentação de fazer prevalecer os interesses temporais e particulares sobre a segurança e sobre os direitos fundamentais de todo cidadão”.
Também exortou “a comunidade internacional a prodigar-se para dar aos iraquianos um futuro de reconciliação e de justiça, enquanto invoco com confiança, de Deus onipotente, o dom precioso da paz”.
“Tive conhecimento, com profunda tristeza, das trágicas notícias dos recentes assassinatos de alguns cristãos na cidade de Mossul e acompanhei com preocupação os demais episódios de violência perpetrados na martirizada terra iraquiana contra pessoas indefesas de diversa afiliação religiosa”, afirmou.
Referindo-se aos exercícios espirituais, Bento XVI explicou: “Nestes dias de intenso recolhimento, rezei muito por todas as vítimas desses atentados”.
“Hoje desejo unir-me espiritualmente à oração pela paz e pelo restabelecimento da segurança, promovida pelo Conselho dos Bispos de Nínive”, disse, em referência à indicação dos bispos da região de Nínive, ao norte do Iraque.
O Papa assegurou que está “carinhosamente perto das comunidades cristãs de todo o país”.
Também cumprimentou os iraquianos que se encontravam hoje na Praça de São Pedro e exortou as comunidades iraquianas de todo o país: “Não vos canseis de ser fermento de bem para a pátria à qual, há séculos, pertenceis com pleno direito!”.
Nesta semana, depois do assassinato de 5 cristãos nos últimos dias, o arcebispo de Mossul, Dom Emil Shimoun Nona, advertiu que a nova onda de violência e intimidação por parte dos extremistas muçulmanos ameaça extinguir a presença cristã nesta cidade do Iraque.

Fonte: Zenit.

Giussani, um homem arrebatado pela beleza do encontro com Cristo

Na característica mais significativa da personalidade e obra de Luigi Giussani deve-se buscar o fazer-se promotor de um encontro pessoal com Cristo, o único que pode responder aos anseios do coração humano.
Foi o que afirmou, em entrevista à Rádio Vaticano, Julián Carrón, presidente de Comunhão e Libertação (CL), no quinto aniversário da morte de Giussani.
“Quanto mais vamos adiante, mais sentimos a paternidade de monsenhor Giussani, cada vez mais vemos o efeito que tem sobre nossa vida e isso nos suscita a gratidão para com ele”, afirmou Carrón.
A marca de Giussani, prosseguiu, é “partir da proposta do cristianismo como um acontecimento que entra em linha com a estrutura mais profunda do ser humano, que é o coração”.
“Isso permanece sempre – acrescentou: o coração, também nas situações mais diversas das pessoas, nas feridas da vida, nas perguntas mais urgentes que homem encontra dentro de si, espera uma resposta”.
“E isso nenhuma situação cultural e social pode mudar. É por isso que quanto mais urgências há na vida, mais está o homem aberto ao possível encontro com o cristianismo. E o encontra não como uma lei, mas como um testemunho de uma Pessoa”.
Com seus ensinamentos, Giussani recordou a uma sociedade como a moderna, dominada pela auto-determinação e a auto-suficiência, que “é necessária a simplicidade, aquilo que tem o homem simples, de abrir-se a Algo que tem precisamente a energia e a capacidade de nos dar o que nós não conseguimos sozinhos”.
Monsenhor Giussani nasceu em 1922, em Desio, povoado nas cercanias de Milão. Jovenzinho, entrou no seminário diocesano de Milão, prosseguindo os estudos, completados na Faculdade teológica de Venegono.
Os anos transcorridos no seminário diocesano de Milão foram para Luigi Giussani tempos de estudo intenso e de grandes descobertas, como a leitura de Giacomo Leopardi, com a qual, contava ele mesmo, costumava às vezes acompanhar a meditação depois da Eucaristia.
Quem o educou na música foi em particular Beniamino, socialista de tendências anarquistas, que o pouco dinheiro que ganhava para convidar a casa aos domingos grupos de músicos.
Monsenhor Giussani fez um tesouro deste sofrimento, também durante seus anos de ensino no liceu Berchet, “quando – explica – para demonstrar a existência de Deus, ia à escola com um toca-discos e fazia escutar Chopin e Beethoven”.
Ordenado sacerdote a 26 de maio de 1945, Giussani dedicou-se ao ensino no seminário de Venegono. Nesses anos se especializou no estudo da teologia oriental, da teologia protestante americana e no aprofundamento da motivação racional da adesão à fé e à Igreja.
Na metade dos anos 50, pediu para poder deixar o ensino no seminário, e seguiu para as escolas médias superiores. Durante dez anos, entre 1954 e 1964, lecionou no Liceu clássico Berchet, em Milão. Começou a desenvolver nesses anos uma atividade de estudo sobre atenção ao problema educativo.
Precisamente em 1954, monsenhor Luigi Giussani deu vida, a partir do Liceu clássico Berchet, a uma iniciativa de presença cristã chamada Juventude Estudantil, com a finalidade de “elaborar uma proposta cultural própria para o crescimento a partir de dentro e dos fundamentos, do mundo juvenil e estudantil”.
A denominação atual, Comunhão e Libertação (www.clonline.org), apareceu pela primeira vez em 1969. Em 1982, o Conselho Pontifício para aos Leigos a reconheceu como associação de fiéis de direito pontifício. Esta sintetiza a convicção de que o acontecimento cristão, vivido na comunhão, é o fundamento da autêntica libertação do homem.
“A intuição pedagógica original” de CL, como escreveu João Paulo II na carta a Giussani, com ocasião do 50º aniversário do movimento, celebrado em outubro de 202, está em voltar a propor (...), de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea, o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores, capazes de orientar toda a existência”.
Na carta enviada ao Santo Padre em vista daquelas celebrações, Giussani afirmou não só que não tinha pretendido “fundar nada”, mas apenas ver “o gênio do movimento” em “ter sentido a urgência de proclamar a necessidade de voltar aos aspectos fundamentais do cristianismo, o que é o mesmo, a paixão do fato cristão como tal em seus elementos originais, e basta”, onde o cristianismo “identifica-se com um Fato – o acontecimento de Cristo –, e não como uma ideologia”.
Comunhão e Libertação, para a qual não está prevista nenhuma forma de pertença, mas só a livre participação das pessoas, tem como objetivo a educação cristã madura dos próprios seguidores e a colaboração na missão da Igreja em todos os âmbitos da sociedade contemporânea.
Instrumento fundamental de formação dos seguidores é a catequese semanal denominada “Escola de comunidade”. A revista oficial do movimento é a mensal internacional Tracce - Litterae Communionis, disponível em 11 idiomas.

Fonte: Zenit.

Sentido das alegrias semeadas por Deus na vida, segundo Papa

As alegrias que Deus nos oferece na vida não são um fim, mas um impulso para fazer de Jesus o centro da própria existência, segundo explicou Bento XVI neste domingo, durante a oração do Ângelus, na Praça de São Pedro.
“A Transfiguração nos recorda que as alegrias semeadas por Deus na vida não são pontos de chegada, mas sim luzes que Ele nos dá na peregrinação terrena, para que somente Jesus seja a nossa Lei e sua Palavra seja o critério que guie a nossa existência”, afirmou.
Comentando o evangelho deste domingo, o Papa se referiu às palavras que Pedro pronunciou no Monte Tabor: “Mestre, é bom estarmos aqui”.
E reconheceu que “a expressão de êxtase de Pedro (...) se parece frequentemente com o nosso desejo frente às consolações do Senhor”.
Também indicou que o sono que invade os discípulos que presenciam a Transfiguração “é a atitude daquele que, ainda sendo espectador dos prodígios divinos, não compreende”.
“Somente a luta contra o sopor que os assalta permite que Pedro, João e Tiago “vejam” a glória de Jesus”, esclareceu.
O Bispo de Roma falou da nuvem que cobriu Jesus Cristo e os discípulos nesse momento como de “uma nuvem que, enquanto os cobre, revela a glória de Deus”.
Para Bento XVI, o “evento extraordinário” que São Lucas relata nesta passagem “é um impulso ao seguimento de Jesus”.
Mas depois da Transfiguração, acrescentou o pontífice, “os discípulos já não estão frente a um rosto transfigurado, nem frente a uma vestimenta branca, nem frente a uma nuvem que revela a presença divina”.
“Diante dos seus olhos, ‘Jesus encontrou-se sozinho’ (...). ‘Jesus sozinho’ é tudo o que é dado aos discípulos e à Igreja de todos os tempos: isso deve bastar no caminho – continuou. Ele é a única voz a ser escutada, o único a ser seguido.”
Referindo-se aos exercícios espirituais que terminaram ontem, o Papa disse que foram “dias de recolhimento e de intensa oração”, no qual refletiram “sobre a vocação sacerdotal, em sintonia com o Ano que a Igreja está celebrando”.
Por outro lado, convidou “todos a meditarem de maneira assídua o Evangelho” neste período quaresmal, e desejou “que neste Ano Sacerdotal, os pastores estejam realmente repletos da Palavra de Deus, que a conheçam de verdade, que a amem até o ponto de que ela realmente dê sua vida e sua forma ao seu pensamento”.
Dirigindo-se aos jovens, ao cumprimentar os peregrinos em francês, convidou-os “durante esta Quaresma, a alimentar-vos das Sagradas Escrituras e a deixar ressoar em vós e em vossos corações a Palavra de Deus”.
“Vós não somente sois o futuro da Igreja, mas já estais no seu presente”, disse-lhes, acrescentando que Deus “quer ser vosso presente e vosso futuro”.
“Deixai-o transformar vossa vida e orientá-la – acrescentou. Aprendei a reconhecer seu rosto no rosto de todos os nossos irmãos e irmãs em humanidade.”

Fonte: Zenit.