sexta-feira, 8 de julho de 2016

Vatileaks2: O tribunal condena à prisão mons. Vallejo e Chaouqui

O processo judicial que foi celebrado no Vaticano por roubo e vazamento à imprensa de documentos reservados da Santa Sé, conhecido com Vatileaks 2, terminou hoje depois de 8 meses. O tribunal, depois de quase cinco horas na Câmara do Conselho, em nome do Santo Padre, determinou que monsenhor Vallejo Balda deve cumprir 18 meses de prisão e Francisca Chaouqui 10 meses, com suspensão da aplicação da pena durante 5 anos. Ou seja, se durantes os próximos cinco anos não comete nenhum delito, não deverá cumprir a pena. Enquanto que Nicola Maio foi absolvido por falta de provas e os jornalistas foram absolvidos por falta de jurisdição. Tanto Francisca como o sacerdote espanhol foram condenados a pagar os custos do processo.
Foram dois os delitos julgados: conspiração – mons. Vallejo, Chaouqui e Maio – e divulgação de documentos reservados, para os cinco imputados. O tribunal absolveu todos de ‘conspiração’, mas mons. Vallejo foi condenado por vazamento de documentos e Francisca por colaboração neste delito.
Os imputados neste processo eram cinco. O sacerdote espanhol mons. Lucio Angel Vallejo Balda, secretário da Prefeitura para Assuntos Econômicos e secretário da extinta comissão Cosea, criada pelo Santo Padre para estudar a situação financeira da Santa Sé. Francisca Chaouqui, laica italiana, reações públicas, membro de tal comissão. Nicola Maio, laico italiano, secretário pessoal de mons. Vallejo. E dois jornalistas, Gianluigi Nuzzi autor de ‘Vía Crucis’ e Emiliano Fittipaldi, autor de ‘Avaricia’.
As prisões de Francisca e mons. Vallejo foram publicadas no último dia 2 de novembro. Nessa mesma semana foram publicados os dois livros que continham documentos reservados, relacionados com o trabalho realizado pela Cosea. Chaouqui foi colocada em liberdade, grávida de poucas semanas, mas mons. Vallejo esteve preso durante todo o processo.
Depois de oito meses de audiências, nas quais se interrogou aos imputados e várias testemunhas, dentre as quais trabalhadores da prefeitura e gendarmes do Vaticano, finalmente o Ministério Público pediu para Francisca 3 anos e 9 meses de prisão; para mons. Vallejo 3 anos e 1 mês de prisão; para Nicola Maio um ano e 9 meses, para Gianluigi Nuzzi um ano de prisão, com suspensão condicional da pena. E para Emiliano Emiliano Fittipaldi não pediram pena por falta de provas. Mons. Vallejo é o único dos imputados que reconheceu perante o juiz a sua culpa, o sacerdotes espanhol garantiu que passou documentos e senhas para os jornalistas, atuando sob pressão e por medo de Francisca, a quem acusava de tê-lo ameaçado. Por sua parte, Maio negou com insistência a participação no vazamentos à imprensa, e também de pertencer a alguma “comissão na sombra” da Cosea. Francisca negou ter cometido esses delitos, bem como negou também ter ameaçados ou pressionado mons. Vallejo para que ele o fizesse. Francisca negou ter cometido esses delitos, bem como negou também ter ameaçado ou pressionado mons. Vallejo para cometê-lo. Foram especialmente os trabalhadores da prefeitura os que falaram desta “comissão na sombra” que poderia ter trabalhado em paralelo para a Cosea, a fim de obter e divulgar os documentos. Uma “conspiração” que finalmente não foi provada e por isso o tribunal hoje não considerou como delito cometido.
No angelus do 8 de novembro, apenas uns dias depois de conhecer a prisão, o Santo Padre garantiu que o roubo e publicação de documentos reservados sobre a reforma econômica da Santa Sé “não me distrai certamente do trabalho de reforma que estamos levando adiante com os meus colaboradores e com o apoio de todos vocês”. Foi a primeira ocasião na qual Francisco referiu-se explicitamente ao caso Vatileaks. Depois de recitar a oração mariana, Francisco garantiu que sabe que “muitos de vocês ficaram preocupados com as notícias que circularam nos dias passados sobre os documentos reservados da Santa Sé que foram roubados e publicados”.
Por isso – destacou – gostaria de dizer a vocês que roubar tais documentos é um delito. “É um ato deplorável que não ajuda”, indicou o Santo Padre. Desta forma explicou que ele mesmo “havia pedido fazer esse estudo, e esses documentos, meus colaboradores e eu já os conhecíamos bem”. O Pontífice destacou que “sim”, esta reforma econômica está sendo realizada também com o “apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova com a oração e com santidade diária de cada batizado”. Por isso, o Santo Padre concluiu estas palavras agradecendo e pedindo orações pelo “Papa e pela Igreja, sem deixar-se incomodar, mas seguindo em frente com confiança e esperança”.
Fonte: Zenit.

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