A Igreja católica no Brasil escolheu como tema de reflexão durante a Quaresma, no contexto da Campanha da Fraternidade, “a vida no planeta”.
Segundo o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a consideração da vida no planeta “nasce da importante e interpeladora motivação que toca a fé cristã e a cidadania na sua nobreza”.
“São muitos rostos sofredores por esse mundo afora clamando solidariedade. O olhar lançado sobre a natureza é a referência fundamental para fazer brotar e recuperar sensibilidades”, afirma o arcebispo, em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira.
Segundo Dom Walmor, é preciso “conscientizar, em relação aos resultados, que as mãos humanas estão produzindo e contribuindo nas mudanças climáticas que têm ocasionado sérios desastres na natureza e na vida de todos”.
“É componente importante da cidadania o debate dos aspectos envolvendo o meio ambiente. As questões são, na verdade, muito complexas. Basta considerar as diferentes posições, não só entre ativistas e governantes, como também no meio científico.”
“Ainda que seja razoável pensar que as mudanças climáticas seguem ciclos próprios da natureza, é inquestionável que a derrubada de florestas, a poluição produzida e outros fatores advindos das ações humanas estão incidindo sobre o planeta e interferindo nas mudanças do clima”, afirma o arcebispo.
Segundo Dom Walmor, a reflexão cidadã, portanto, “tem importância e grande influência no contexto. Envolve a todos, além de fomentar um processo educativo que proporcione amadurecimento e modificações radicais no tratamento dado à natureza e a tudo o que ela oferece para o bem de todo o mundo”.
O arcebispo recorda que a Campanha da Fraternidade “investirá na mobilização de pessoas, comunidades, Igrejas, segmentos religiosos, enfim, em toda a sociedade, para avançar na superação de tantos problemas socioambientais, formando condutas fundamentadas nos valores do Evangelho”.
“Nesse processo de educação ambiental quer também desenvolver a profecia que está no centro dessas considerações. Suscitar posturas corajosas de denúncias, apontando responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes de equivocadas escolhas e das atitudes de cidadãos, empresas e governos.”
O arcebispo afirma que “é inquestionável que muitas atividades do ser humano incidem nas mudanças que estão vitimando o planeta”.
O convite à conversão – prossegue Dom Walmor – “é oportuno e necessário, pode alcançar o mais recôndito do coração humano até inspirar mudança de conduta, particularmente em relação a posturas, tratamentos e consumo dos bens da natureza no nosso rico planeta Terra”.
“Permanece o desafio de repensar o atual modelo de desenvolvimento, em razão dos comprometimentos produzidos. E também da fomentação de modos de viver e da criação de demandas que estão configurando uma cultura na contramão da vida saudável e mais autêntica.”
“A agenda de temas pertinentes em face de mudanças significativas é ampla, inclui questões em torno da água, do tratamento de biomas, do êxodo rural, dos escândalos da miséria, da sustentabilidade como novo paradigma civilizacional”, afirma.
O desafio “é tão grande que pode levar muitos a fechar os olhos”. “É preciso abrir a mente e o coração para o forte apelo que ressoará mais potente no tempo da Quaresma, o convite de Jesus: ‘Convertei-vos’!”
Fonte: Zenit.
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