Em 20 de dezembro, faleceu, aos 98 anos de idade, o arcebispo Giovanni Ferrofino, núncio apostólico emérito no Equador e no Haiti, que salvou cerca de 10 mil judeus durante a 2ª Guerra Mundial, como colaborador do Papa Pio XII.
Gary Krupp, judeu, fundador da Pave the Way Foundation (PTWF), surgida em Nova York, explicou a ZENIT que Dom Ferrofino "talvez tenha sido a maior testemunha, em vida, dos esforços de Pio XII para salvar a vida dos judeus que a nossa Fundação entrevistou".
"Pio XII o enviou como emissário ao presidente de Portugal, solicitando vistos para que os judeus pudessem entrar no país", revela.
Depois, Dom Ferrofino continuou o trabalho de assistência quando foi enviado como secretário da nunciatura da República Dominicana.
Em uma entrevista que Ferrofino gravou para a PTWF, o prelado revelou a frustração que Pio XII manifestou, batendo a mão sobre a mesa, ao ver que os americanos não haviam ajudado a "salvar esta vibrante comunidade" - em referência aos judeus.
O então Pe. Ferrofino recebeu regularmente, na República Dominicana, telegramas codificados de Pio XII, entre 1939 e 1945. Pessoalmente, decodificou essas mensagens e, com o núncio apostólico, Dom Maurílio Silvani, apresentou diversas petições ao general Rafael Trujillo, presidente da República Dominicana, "em nome do Papa Pio XII".
"O Vaticano tinha conseguido voos transatlânticos da Europa - explica Krupp. E isso aconteceu pelo menos duas vezes por ano, somando um total de 1.600 vistos por ano para os judeus que escapavam através de Portugal e da Espanha. Dom Ferrofino também ajudou esses refugiados a emigrar para Cuba, México, Estados Unidos e Canadá. Salvou, sob instruções diretas de Pio XII, mais de 10 mil judeus."
Krupp disse que, em janeiro de 2008, na França, com o diretor da Fundação no país, Costantino Fiore, ele pôde gravar uma ampla entrevista com Dom Ferrofino, na qual aparecem evidências e detalhes desta ação.
Em 2010, após o retorno de Dom Ferrofino à Itália, o presidente e CEO da PTWF no país, o advogado Daniele Costi, e o comandante Rolando Clementoni, recolheram seu testemunho por escrito, verificado por um notário; o documento agora está em poder da Yad Vashem, a autoridade israelense de recordação dos mártires e heróis do Holocausto.
O testemunho em vídeo de Dom Ferrofino pode ser visto no site www.ptwf.org.
Fonte: Zenit - (Jesús Colina)
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