"Sentimos mais do que nunca a força da Palavra de Deus que nos desafia a voltar nosso olhar aos rostos sofredores dos excluídos, dos submetidos a novas escravidões, dos que não têm esperança e em seus olhos buscam a palavra que liberta e restitui a dignidade de ser pessoa”, afirmam os assistentes ao quinto Encontro Continental sobre os Direitos Humanos do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM).
Do encontro – celebrado na capital de El Salvador, de 29 de novembro a 3 de dezembro – participaram agentes da pastoral dos Direitos Humanos do continente americano, informou a ZENIT o presbítero Enrique Quiroga, do Departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM.
Os assistentes se declaram “discípulos missionários de Cristo, o Senhor da Vida e da história” e explicam que vieram “para ver, refletir, sentir e escutar os clamores do povo que sofre violência e experimenta o abuso em seus direitos mais elementares”.
Afirmam, em sua declaração final, que se sentem interpelados como homens de fé e pessoas de boa vontade pelo “imperativo ético de construir uma sociedade justa, fraterna e solidária onde se viva com dignidade e liberdade”.
Acrescentam que sua fidelidade a Deus e ao ser humano “se traduz no compromisso decidido de promover e defender a dignidade do ser humano com seus direitos e deveres”. E reafirmam que “nenhum povo deve ser excluído do reconhecimento de seus direitos”.
Neste contexto afirmam “a universalidade, inviolabilidade e integralidade dos direitos humanos”. “A estes direitos correspondem deveres e obrigações da humanidade e de cada pessoa”. Constatam “uma consciência crescente do valor dos direitos humanos e a centralidade que devem ocupar no sistema político”.
Apesar destes avanços, persistem “situações vergonhosas de violação aos direitos humanos”. “A existência de um sistema social e econômico que não está centrado na pessoa humana e em seus direitos levou a uma degradação das condições de populações que caíram em situações de exclusão de toda ordem”, denunciam.
O continente cresceu economicamente, mas isto “não se traduziu em uma maior equidade e justiça social”.
“Mais de duzentos milhões de pessoas vivem em condições inaceitáveis num continente de enorme riqueza natural e biodiversidade que tem todas as possibilidades de garantir o bem-estar e a dignidade de sua população”, observa o documento.
Fonte: Zenit.
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