sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bispos falarão no Parlamento Europeu sobre cristãos no Iraque atual

Uma delegação de bispos iraquianos ilustrará a situação dos cristãos em seu país, nos dias 14 e 15 de dezembro, no edifício do Parlamento Europeu de Estrasburgo, diante dos membros da câmara.

"Queremos que a Europa e o Ocidente pressionem o governo iraquiano para que garanta os direitos dos cristãos e das minorias religiosas", disse o arcebispo de Mossul dos Sírios, Dom Basile Georges Casmoussa.

Conforme relatado pelo L'Osservatore Romano na terça-feira, a delegação será composta pelo arcebispo Casmoussa, pelo vigário patriarcal caldeu de Bagdá dos Sírios, Dom Matti Shaba Matoka, e pelo vigário patriarcal caldeu de Bagdá, Dom Shlemon Warduni.

O arcebispo Casmoussa explicou que "nós não queremos fugir e deixar o Iraque; queremos continuar vivendo aqui, mas em paz".

"Agradecemos a todos os países dispostos a aceitar os cristãos iraquianos em fuga, mas esta não é a solução", disse ele.

Segundo o prelado, "não se pode aceitar esta situação" de violência no país. "Para ajudar os cristãos no Iraque - disse ele -, é necessário garantir a segurança, poder professar a fé livremente e ir sem medo aos lugares de culto."

A iniciativa dos bispos de ir a Estrasburgo é parte de uma série de ações destinadas a sensibilizar a opinião pública e as instituições internacionais sobre a violência anticristã no Iraque.

Prêmio a Dom Sako

Por outro lado, o arcebispo de Kirkuk dos Caldeus, Dom Louis Sako, recebeu ontem, na sede da Conferência Episcopal Francesa, em Paris, o Prêmio Internacional da Paz 2010, patrocinado pela Pax Christi International.

Para este movimento internacional católico, Dom Sako "é um dos mais importantes defensores das minorias em risco no Iraque e um forte advogado no difícil processo de democratização e de reconciliação no Iraque", segundo indica em um comunicado.

Dom Sako recebeu o prêmio não apenas como algo pessoal, mas como um reconhecimento do Iraque, em particular para os cristãos no país.

Falando à Rádio Vaticano, o prelado disse que, "sem diálogo, sem essa cultura de abertura à paz e ao respeito pelos outros, não há soluções, somente barreiras".

Ele também salientou que o prêmio surge às vésperas do Natal e depois da celebração da festa do sacrifício dos muçulmanos.

A este respeito, explicou: "Para nós, o Natal é a celebração da paz, e a mensagem do céu é ‘paz na terra'".

"A paz é uma condição necessária de nossas vidas, uma necessidade - afirmou. Todos nós somos chamados a ser construtores de paz."

Em sua opinião, "este prêmio incentiva todos os cristãos e todos os iraquianos a buscar a paz, promover a estabilidade. Sem paz, não há vida, não há liberdade, não há dignidade!".

Ajudas

Enquanto isso, os cristãos no Iraque estão recebendo ajuda espiritual e material de diversas organizações e instituições, como de Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que disponibilizou € 15.000 para as vítimas do massacre de 31 de outubro na catedral siro-católica de Bagdá.

Esta entidade caritativa também vai enviar mais € 10.000 aos cristãos que fugiram de Bagdá, para as cidades iraquianas de Kirkuk e Sulaymaniyah.

À diocese de Zakho, no norte do Iraque, AIS concedeu € 25.000 para fornecer alimentos a centenas de famílias cristãs.

As irmãs caldeias da Congregação das Filhas de Maria Imaculada distribuirão tais ajudas.

O arcebispo de Erbil, Bashar Warda, agradeceu à organização por seu apoio contínuo e explicou que os cristãos vivem com medo, temendo assistir à Missa aos domingos e até mesmo ficar em suas casas.

Segundo o prelado, o valor das propriedades dos cristãos diminuiu e muitos fiéis de baixa renda temem ir para outro local, pelas dificuldades em encontrar emprego, moradia e escola para seus filhos.

Fonte: Zenit.

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