As atuais ameaças à vida, especialmente o aborto, a eutanásia e a destruição de embriões, “introduzem desafios inéditos para a doutrina social cristã e requerem respostas adequadas”, afirmou o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde.
Dom Zygmunt Zimowski interveio no encontro organizado pela Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma, sobre o tema “Respeito à vida e desenvolvimento dos povos”, refere o L’Osservatore Romano nesta terça-feira.
O arcebispo advertiu que esta emergência ética está-se transformando lentamente em emergência política.
E destacou que a falta de respeito à vida humana possui “implicações em certos aspectos dramáticas porque afetam diretamente a dignidade da vida de indivíduos e povos”.
Segundo Dom Zimowski, a doutrina social cristã deve responder aos “fenômenos sociais” gerados após a legalização do aborto e de algumas formas de eutanásia, e a prática usual da inseminação artificial e a crioconservação de embriões humanos em vários países.
O arcebispo citou alguns números: 46 milhões de abortos legais realizados a cada ano no mundo; 50 mil crianças nascidas a cada ano nos EUA através de técnicas para a fecundação assistida.
Crise cultural
Ele destacou três pontos de análise. Em primeiro lugar, explicou que a opinião pública está influenciada por campanhas ideológicas que induzem a perceber atentados contra a vida como “direitos à liberdade individual”.
Também indicou que a prática médica os legitima socialmente. “O contexto científico e a autoridade moral do serviço de saúde são amplamente suficientes, aos olhos de muitos, para torná-los aceitáveis”, lamentou.
Em terceiro lugar ele indicou que “a normativa jurídica do Estado confere a estas práticas a status de uma lei, aprovada pela maioria e que portanto dispensa posteriores juízos de consciência”.
Na opinião do representante vaticano, há uma verdadeira crise cultural, em cuja raiz encontra-se o fenômeno da tendência a dissociar consciência privada e sistema sócio-civil.
Fonte: Zenit.
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