Se conhecêssemos o dom de Deus que se nos aproxima, seríamos melhores. Não por nós mesmos, pois somos fracos e inconstantes, mas Ele nos melhoraria. Mas só por conhecê-lo? Só isso bastaria? Não. É que conhecendo-O é impossível não querê-Lo para si. E querendo-O, buscamo-Lo. Buscando-O, encontramo-Lo “já que Ele se deixa encontrar”. E encontrando-O, descobriremos que é Ele quem nos conheceu primeiro e para si nos quis. Assim, deixaremos que Ele se aproxime, pois nos aproximaremos d’Ele. Então O veremos “tal como Ele é” e nos veremos tal como somos, e é aí que faremos uma profunda experiência do Seu Amor. Só por isso seríamos melhores!
Se conhecêssemos o dom de Deus saberíamos o que Ele fez por nós e seríamos mais gratos. Como? Só a experiência do Seu Amor não nos bastaria? Sim, mas somos viciados em pedir novidades. Então, mesmo um Amor infinito e eterno, para nós, viciados pelo pecado, “não bastaria.” Porém, vendo-nos tais como somos diante Daquele que é, saberíamos toda a verdade de nossa vida. Saberíamos que somos limitados em tudo e para tudo, e o que realmente podemos fazer por nós mesmos? Olharíamos para cada situação de nossa vida sob o prisma da sua luz maravilhosa e aí O veríamos carregando-nos em seu colo nos momentos terríveis que juramos termos passado sozinhos. Perceberíamos que cada bom gesto nosso era apenas um imitar de Seus movimentos, pois como um Pai ensinando o Filho a andar, Ele nos colocava sobre os seus pés (pé sobre pé) e caminhava lentamente para não nos derrubar. Veríamos que a nossa mão repousava constantemente sobre a Sua mão, e que aprendemos a falar imitando os sons que lhes saíam dos lábios, tudo isso com tanta delicadeza e tanta sutileza, que pensávamos sermos nós os verdadeiros autores de todos os gestos e palavras boas, e que por isso nos achávamos merecedores de recompensa, por sermos “tão bonzinhos”.
Mas aí veremos que tudo era Dele, por Ele e com Ele, pois só Deus é Amor, e que nossa vida, quando reta e honesta, é apenas reflexo da verdadeira vida. Só nos resta louvarmos!
Ah, se conhecêssemos o dom de Deus! Seríamos capazes de amar até o extremo. Pois veríamos que extremo é deixar o céu e toda a glória por causa de mim, de você, sendo nós, seres tão pequeninos e indignos. Veríamos que ato extremo é Deus infinito e eterno assumir um corpo de criança, limitado e passageiro. E que mais extremado foi o ato de se tornar completamente dependente nos braços de Maria, sua mãe, ou dependente das capacidades humanamente frágeis de seu pai, José. Amaríamos mais só de ver o Menino-Deus aprendendo a andar, a falar e até a rezar, descobrindo Deus. Isso é amar até o extremo em cada momento simples, em cada detalhe. Mas somos tão pequenos! Será que somos capazes de tanto amor? Não sejamos covardes diante de uma criança.
Você não sabe por onde começar? Olhe o Menino-Deus aprendendo a caminhar sustentado pelas mãos de Sua Mãe e pelos olhos de São José!
Tem medo de errar? Contemple-O sentado no chão com os olhinhos marejados de lágrimas e sua Mãe junto d’Ele, soprando-lhe o joelho todo esfolado do tombo. Olhe a ternura e o carinho nos olhos e gestos de Maria, ela não O censura pelo tombo, pois já sabia dos riscos de se aprender a andar. Olhe mais adiante o seu pai José sorrindo-lhe e de braços estendidos, chamando-O para mais uma tentativa.
Sente-se fraco? Ele é apenas uma criança. O que aquela criança fez de extraordinário? A criança nada, mas Deus nela fez toda a diferença.
Amar até o extremo é deixar Deus fazer tudo, pois só Ele é Amor e só Ele conhece o extremo de nossa vida.
Às vezes, amar até o extremo neste natal será dar o perdão que há tanto tempo nos perturba. É se livrar de toda mágoa que existe em nosso coração. Você não pode nada? Deus pode tudo! Talvez amar até o extremo seja apenas dizer um “eu te amo” às pessoas que convivem com você. É ser sincero com o teu coração e enxergar por cima dos defeitos dos outros o grande presente de Deus que é aquela pessoa para você. Se o seu coração ama, por que os lábios não podem dizer? Você não consegue? Deus tudo pode, até falar em e através de você!
Seja o amor de Deus neste Natal.
Olhe para sua vida e perceba qual ato extremo de amor você precisa fazer. Lembre-se: seja simples como uma criança e faça-o, ou melhor, deixe Deus fazer isso em você. É esse o convite de natal, contemplar no Menino-Deus o que nós devemos ser nas mãos de Deus: uma criança que nada sabe, nada pode, mas confia em quem a conduz.
Você acha difícil ser como uma criança? Se conhecesse o dom de Deus e o que Ele já fez na sua vida, saberia que é mais que possível. Mas quem ou o que é esse dom de Deus? Ainda não sabe? É Jesus Cristo, o Redentor, o Emanuel, o Menino-Deus que vem para nos salvar.
Você tem medo de que Ele só venha no Natal, pois não suportará esperar até lá porque sua vida necessita Dele hoje, agora? Eis que Ele está à porta de seu coração e bate. Abra e conhecerá o dom de Deus e, então, você será melhor consigo mesmo e com o seu próximo. Terá um coração grato e alegre e assim será capaz de amar sempre, até o extremo. Basta você conhecer o dom de Deus!
Feliz Natal!
Ir. Aurélio J, MT
Fonte: www.mongesdatrindade.org.br
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