"O nascimento de Jesus é acompanhado pela paz. O Senhor nos deixou como herança o dom da paz. A humanidade reconciliada com Deus através do Senhor deve se tornar uma comunidade de pessoas realmente em paz, que eliminem a guerra, o conflito, a violência, o terrorismo e cancelem de seus corações o ódio que separa os povos" – foi o que disse o Arcebispo de Kinshasa, na Republica Democrática do Congo, Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, durante a homilia da missa de Natal celebrada na Catedral de Nossa Senhora de Lingwala.
O purpurado recordou aos congoleses que "uma paz duradoura não pode ser obtida sem justiça, verdade e amor" e expressou seu pesar pela "cultura de guerra e violência dominante no país".
O Cardeal Pasinya frisou que "toda medida é tomada e atuada para perpetuar a guerra" e advertiu sobre o risco de banalizar a morte no Congo. Convidando governantes e cidadãos a um despertar da nação, o purpurado ressaltou que o povo sabe o que está acontecendo no país, que está sendo promovida uma cultura de mentira, injustiça, corrupção, ódio e morte.
O Arcebispo de Dacar, no Senegal, Cardeal Théodore Adrien Sarr, também fez um apelo pela paz e reconciliação em sua mensagem de natal e nas intenções de oração.
Olhando o Senegal, o purpurado pediu ao Governo para criar condições de uma paz definitiva em Casamance. Falando aos milicianos do movimento independentista, pediu-lhes para ouvir o grito de desespero e medo das populações, dando prova de respeito pela vida humana.
Desde 1982, o sul de Casamance é palco de um conflito armado que envolve a local rebelião do Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC), em luta pela independência, e os soldados do Governo enviados pelas autoridades de Dacar. Não obstante o acordo de paz, alguns expoentes da milícia continuam perpetrando ataques esporádicos contra civis e militares. O Cardeal Sarr fez um apelo pelo retorno da paz na Costa do Marfim, que se encontra em plena crise pós-eleitoral.
A África esteve presente na homilia de Bento XVI, que no dia de Natal recordou os países africanos atingidos pela ausência de estabilidade, como o Congo, Somália, Costa do Marfim, Madagascar e a região sudanesa de Darfur. O Papa pediu a solidariedade internacional diante de um futuro cada vez mais incerto. (MJ)
Fonte: Rádio Vaticano
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