Abriu-se no Sudão o processo cívico educativo que culminará em uma consulta decisiva para o povo sudanês. Os prognósticos dizem que, em 9 de janeiro de 2011, surgirá um novo país na África: o Sudão do Sul. A Igreja trabalha com outros grupos confessionais cristãos e com autoridades internacionais para chegar a um processo de transição limpo e pacífico.
Com sentido de responsabilidade pelo futuro, grupos de missionários e líderes católicos colaboram no plano eclesial para preparar o processo de tomada de decisões. Líderes cristãos de diferentes confissões pediram a mediação da ONU para que o referendo de 9 de janeiro seja limpo.
Em Juba, capital da região semi-autônoma do Sudão do Sul, uma iniciativa intercongregacional, algo muito comum na África, integrada por 24 religiosas e religiosos de quinze nacionalidades, trabalha em quatro dioceses do Sudão meridional: Yambio, Malakal, Wau e Juba, capital.
Este trabalho silencioso e constante da Igreja Católica orienta-se para preparar uma transição pacífica para a independência da região meridional, predominantemente cristã.
Foi um longo processo de décadas de guerra e conflitos, que culminou no acordo de 9 de janeiro de 2005, pelo que o Norte predominantemente muçulmano e as autoridades de Cartum, em sua maioria árabes, em um país habitado majoritariamente pela população negra, cederam e firmaram um pacto.
Funcionários da ONU garantem que haverá representantes em cada condado do Sudão do Sul com a finalidade dar continuidade ao referendo eleitoral sobre a independência.
Tentativa de assassinato
Enquanto isso, todos se perguntam quem tentou matar no dia 10 de outubro o cardeal Gabriel Zubeir Wako, arcebispo de Cartum.
Durante a celebração da eucaristia, e diante de cerca de 10 mil fiéis, um homem tentou apunhalar o cardeal, mas foi detido pelas pessoas.
Segundo informa Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o atentado ao purpurado estaria ligado a uma campanha de intimidação de grupos extremistas islâmicos contrários à separação da região do Sul.
Há 30 anos, havia apenas um sacerdote em Cartum. Agora passam de cem, com cerca de trinta paróquias e cem centros, onde é celebrada a Eucaristia. Dos 18 milhões de habitantes da arquidiocese, mais de 900 mil são católicos.
A Igreja local dirige o projeto “Salvar os que podem ser salvos”, com 65 escolas, mais de 33 mil alunos e em torno de mil professores. Sua finalidade é oferecer uma educação adequada para crianças refugiadas em Cartum e procedentes do sul do país.
A Igreja Católica se fortalece também no norte, num contexto difícil, predominantemente muçulmano e governado por autoridades desta religião. Tanto no norte como no sul, os missionários católicos trabalham por um processo limpo, transparente e de tomada de responsabilidades por parte da cidadania.
Fonte: Zenit.
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