O ecumenismo em um país em que 97% da população é ortodoxa, assim como o fenômeno da imigração, são alguns dos desafios que a Igreja Católica deve enfrentar na Grécia.
Nesse país, o número de católicos representa uma pequena minoria (0,5%, ou seja, 50 mil fiéis entre cerca de 11 milhões de habitantes). Quase todos pertencem ao rito romano; cerca de 2.500 pertencem ao rito bizantino; e há algumas centenas de fiéis pertencentes ao rito armênio.
Dom Dimitrios Salachas, exarca apostólico para os católicos de rito bizantino residentes na Grécia, que atende muitos católicos de comunidades da diáspora, provenientes da igreja do Oriente, foi convidado para participar na Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que terminou no domingo.
Dom Salachas é doutor em leis bizantinas eclesiásticas e consultor da Congregação para as Igrejas Orientais e do Conselho Pontifício para Interpretação de textos legislativos. Também é membro da sociedade internacional do código de direito canônico oriental. O prelado falou na quinta-feira passada com os jornalistas na sala de imprensa da Santa Sé.
Migração
O exarca lançou um apelo à paz no Oriente Médio e exortou os cristãos a permanecerem firmes "até o martírio e não migrar para outros lugares".
Também referiu-se ao tema da imigração na Grécia, de vários países do Oriente Médio: "Eles não vêm por turismo ou curiosidade - explicou. As pessoas vêm para encontrar um destino e para buscar sobrevivência".
Em seguida, falou da ação social das igrejas, tanto católica como ortodoxa, neste sentido: "São muitos os voluntários que nos ajudam para a assistência social e jurídica", disse o prelado que dirige em seu país um hospital católico.
Diálogo Ecumênico
O prelado referiu-se também ao tema do diálogo ecumênico com a Igreja Ortodoxa, cuja sede principal encontra-se na cidade de Atenas. "Não podemos dizer que á um ecumenismo a nível de hierarquias", admitiu.
Explicou que o ecumenismo se dá especialmente "no âmbito da caridade e do trabalho social". E disse que em certos pontos sobre este tema "há uma grande rigidez".
Recordou ainda a visita de João Paulo II à Grécia, em maio de 2001, quando pediu a unidade com os ortodoxos. Foi a primeira visita de um pontífice desde o Cisma do Oriente, em 1054.
Nessa viagem, João Paulo II pronunciou o histórico "minha culpa" pelas agressões dos católicos contra seus irmãos cristãos ortodoxos.
"Vós conheceis as dificuldades que ele teve para ir à Grécia", disse. Contudo, João Paulo II "teve uma impressão muito positiva, em apenas 24 horas", destacou.
"Esse idoso pontífice, em sua doença, ganhou nosso coração, e desapareceram séculos de veneno - recordou o prelado. Os preconceitos históricos desapareceram."
O exarca apostólico para católicos de rito bizantino residentes na Grécia disse aos jornalistas que, uma vez finalizado o Sínodo, "contaremos para nossos fiéis o que dissemos e o compromisso que assumimos de melhorar a situação".
"Para que os cristãos possam viver com tranquilidade, dar testemunho aos irmãos muçulmanos, fortes na Palavra", completou.
Fonte: Zenit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário