"Mas não se esqueça do Haiti" é a frase que o humorista espanhol Forges inclui em suas vinhetas há nove meses. Enquanto entidades humanitárias continuam trabalhando em silêncio, agora a parte ocidental da ilha caribenha "La Española", que o Haiti divide com a República Dominicana, salta novamente para a atualidade. Por vários motivos: o assassinato de um agente da Cáritas Suíça e as próximas eleições. Dois sintomas de tensão social em crescimento.
A rede internacional da Cáritas está profundamente consternada diante da notícia do assassinato, no Haiti, dia 8 de outubro, de um de seus agentes locais em Porto Príncipe. Julien Kénord, de 27 anos de idade, tinha acabado de cobrar um cheque em um banco local quando recebeu um tiro de desconhecidos. Este cooperante de Cáritas Suíça morreu por consequências dos ferimentos pouco depois. Ainda que já se tenha se iniciado uma investigação policial, até o momento não existem mais detalhes deste trágico acontecimento.
Das eleições legislativas e presidenciais - que serão realizadas no próximo dia 28 de novembro e nas quais participam, 60 partidos políticos e 19 candidatos presidenciais -, espera-se que possam resultar destaques de estabilidade que permitam gerir de forma eficaz os processos de reconstrução.
"A situação humanitária - disse o núncio em agosto - é de emergência, com mais de um milhão de desabrigados que vivem em campos provisórios", com mais de dois milhões de metros cúbicos de toneladas de escombros nas ruas da capital, Porto Príncipe.
Espera-se que as urnas tragam um governo capaz de harmonizar a reconstrução de uma identidade nacional e estimular a sensibilidade de cada cidadão haitiano com relação ao bem comum, ao mesmo tempo em que envolve uma colaboração construtiva com os organismos internacionais.
Numa situação de luta pela sobrevivência, permanece o alto risco de tensões e manifestações que já aconteceram na capital e nas redondezas.
Todas as intervenções das diferentes entidades humanitárias, especialmente da Cáritas, têm o objetivo de reduzir a vulnerabilidade dos afetados. A este fim se deu grande importância para manter o sistema de iluminação dos campos, reduzir a distância entre pontos de serviço e campos, construção de serviços higiênicos etc.
A diretora do Serviço Jesuíta para Refugiados e Migrantes (SRJ) na República Dominicana, Sonia Adames, visitou diferentes cidades espanholas, para transmitir o trabalho que realizam seus sócios no Haiti: o SRJ no Haiti, Entreculturas, Fé e Alegria, todas elas entidades inspiradas pela Companhia de Jesus.
A época dos ciclones, já iniciada, impulsiona os desabrigados a exigirem seu direito a uma moradia digna e segura, como reação às expulsões violentas por parte dos proprietários dos terrenos onde se instalou a raiz do terremoto. Os protestos aumentaram nos últimos meses.
"Mas não se esqueça do Haiti" é um lema que permanece vigente e necessário para o enorme trabalho que têm pela frente as entidades humanitárias e caritativas que trabalham no país caribenho.
Fonte: Zenit.
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