Representantes de diferentes Igrejas cristãs não católicas que participam na assembleia do Sínodo dos Bispos para ao Oriente Médio como “delegados fraternos” tomaram a palavra nessa sexta-feira e reconheceram que o evento é um sinal de unidade ecumênica.
O bispo Shahan Srkissian, primaz dos armênios na Síria, afirmou que esta assembleia episcopal é considerada pela máxima autoridade dessa Igreja, Sua Santidade Aram I, “como o sínodo de todas as Igrejas do Oriente Médio, pois vivemos nas mesmas condições, partilhamos os mesmos problemas e nos encontramos ante os mesmos desafios”.
“Portanto, temos de nos concentrar conjuntamente na presença e no testemunho no Oriente Médio e nos consagrarmos juntos a reorganizar e renovar nosso compromisso e nossa missão.”
O representante armênio considerou como prioridade “manifestar mais concreta e claramente a unidade das Igrejas, que constitui hoje mais que nunca um imperativo para o Oriente Médio. A respeito das diferenças eclesiológicas, as Igrejas devem estar sempre juntas, devem fazer juntas seu planejamento e devem atuar juntas”.
Propostas
O metropolitano de Aleppo (Síria), Mar Gregoios Yohanna Ibrahim, do Patriarcado Sírio Ortodoxo de Antioquia e de todo Oriente, também centrou sua intervenção no ecumenismo e apresentou uma nova sugestão ao Papa: “separar a comunhão da autoridade”.
Desta modo, toda a Igreja entre em uma comunhão única e a unidade na fé volta a se converter no que era antes da época das divisões, disse o metropolitano ortodoxo.
Ele pediu um compromisso por parte do Sínodo para tentar unificar a data da festa da Páscoa, que os católicos vivem segundo um calendário diferente dos cristãos orientais.
“Os cristãos esperam com impaciência ver sua própria unidade representada por este símbolo”. E perguntou: “este sínodo venerável tomará a decisão de unificar a festa da Páscoa?” “Este pode ser o primeiro passo para a tão desejada unidade cristã”, disse.
Diálogo ecumênico
O bispo Armash Nalbandian, de Damasco, primaz da Síria do Patriarcado Supremo e Catholicosado de todos os Armênios, confessou: "temos a profunda esperança de que esta assembleia especial do Sínodo nos ofereça novas oportunidades para encontrar novos caminhos de diálogo ecumênico, cooperação e testemunho da mensagem do Evangelho”.
“Esperamos desta assembleia uma reorganização das Igrejas católicas e uma renovação do testemunho de fé. Mas a missão, assim como a existência das Igrejas católicas, pode ser ou deve ser entendida só em comunhão ecumênica e unidade com as demais Igrejas da região”, indicou.
O primeiro a tomar a palavra foi o metropolitano ortodoxo Makarios Tillyridis, do Quênia. Ele enfatizou a urgência do amor “pela unidade e de trabalhar juntas todas as Igrejas cristãs no Oriente Médio”.
Primado do Papa
O metropolitano greco-ortodoxo Georges Khodre, de Byblos, Botrys e Monte Líbano, pediu à Igreja católica que esclareça a relação entre a Eucaristia e a comunhão com o Papa.
“A menção do bispo de Roma na liturgia, fora de sua própria diocese, introduz a ideia de uma Igreja universal”, afirmou. “Este termo introduz uma noção numérica, espacial, sociológica, enquanto que a Igreja católica se constitui ela própria localmente antes de tudo pelo Senhor como seu Corpo”.
Por isso, considerou que “com a menção do Papa de Roma nas liturgias orientais, está-se convidando as Igrejas a uma prática que o Oriente nunca conheceu”.
O metropolitano Mar Gewargis Sliwa, de Bagdá e Iraque, do Patriarcado da Igreja assíria do Oriente, converteu-se em porta-voz dos sofrimentos dos cristãos de seu país. Ele pediu uma ação coordenada dos cristãos “para chamar as organizações internacionais humanitárias e políticas a proteger o povo iraquiano desta destruição e criar condições que permitam a existência dos cristãos nesse país”.
Fonte: Zenit.
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