“Obrigado, Senhor!”, diz camiseta dos resgatados
Estão saindo, um a um, os trabalhadores presos na mina São José, observados por 1 bilhão de espectadores do mundo inteiro. Todos, com a mesma camiseta: "Obrigado Senhor!" e nas costas um versículo bíblico. O que já chamam de "milagre de Copiapó" é - garantem os observadores - um milagre técnico, de humanidade, e - por que não? - de fé.
Bento XVI, que esteve presente com diversos gestos, ao longo dos 69 dias de permanência destes mineiros nas entranhas da terra, pronunciou na audiência de hoje algumas palavras dirigidas a eles em espanhol: "Que a beata Ângela de Foligno nos ajude a compreender que a verdadeira felicidade consiste na amizade com Cristo, crucificado por nosso amor. À sua divina bondade confio com esperança os mineiros da região do Atacama, no Chile".
Quando os resgatados saem, como um "nascimento" da terra, suas camisetas dizem "Obrigado, Senhor!" e, quando eles dão as costas para abraçar seus familiares, podemos ler as palavras do salmo: "Na sua mão estão os abismos da terra, são suas as alturas dos montes" (Salmo 95,4).
Vários leitores de ZENIT enviaram suas observações sobre as datas e nomes que rodeiam este sucesso. A operação foi chamada de São Lourenço, padroeiro dos mineiros; os trabalhadores salvaram-se e puderam refugiar-se ilesos, no dia 5 de agosto, festividade litúrgica de Nossa Senhora das Neves; a empresa se chama Santo Estêvão e a mina, São José.
O primeiro contato com os mineiros foi no dia 22 de agosto, festa do Coração Imaculado de Maria; o resgate, em outubro, mês do rosário, uma quarta-feira precedida de outras duas festas marianas: a Maternidade e o Pilar. No dia 13 de outubro, aconteceu o "milagre do sol" em Fátima. E uma data muito humana: emEm 15 de setembro, nasce a filha de um dos mineiros e recebe o nome - não previsto - de Esperança.
O número 33 levantou suposições: número dos mineiros do Chile, número de dias que durou a perfuração, e combinações numéricas com a data em que se iniciou o resgate: 13-12-2010.
Mas além dos sinais nos quais cada um apoia sua fé, estão os gestos dos resgatados. Vários mineiros que emergiam da rocha, neste segundo nascimento, faziam gestos de ação de graças a Deus: Mario Gómez se ajoelhou em oração, logo após sair da cápsula salvadora. Era o mineiro mais velho e tinha problemas de saúde. "Nunca perdi a fé", disse ele a Evo Morales e Sebastián Piñera, presidentes da Bolívia e Chile.
Outro, mais expressivo, Mario Sepúlveda, como um moderno Jacó, confessou sua luta interior: "Estive com Deus e com o diabo e lutei. Deus venceu, agarrei-me na melhor mão e em nenhum momento duvidei de que Deus iria me tirar daqui".
Um dos resgatadores, diante dos presidentes Piñera e Morales, que abraçavam a cada um dos resgatados, declarou: "Pedi a Deus que me desse a oportunidade de estar naquela equipe de resgate. Estou participando 100% e estou orgulhoso disso. Por ter oferecido este grão de areia".
Em um povo naturalmente religioso como latino-americano, os gestos de pedido de força e esperança a Deus e a Maria que foram vistos nesses dias são incalculáveis.
Quando este texto foi escrito, 17 mineiros já haviam sido retirados das entranhas da terra e já se passaram 14 horas de resgate. O número de "renascidos" da terra superava o esperado para tais horas de resgate.
Este ponto do deserto do Atacama, cheio de gestos de amor, fé e esperança, converteu-se, entre o dia 5 de agosto e 13 de outubro, em um lugar teológico de encontro com Deus.
Fonte: Zenit.
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