O arcebispo de Aparecida (Brasil), Dom Raymundo Damasceno Assis, considera que sua nomeação como cardeal por Bento XVI é primeiramente um sinal de apreço pela América Latina.
Dom Damasceno, 73 anos (natural de Capela Nova, Estado de Minas Gerais), é um dos 24 novos clérigos que integrarão o Colégio de Cardeais a partir do Consistório a ser presidido pelo Papa no dia 20 de novembro.
O arcebispo de Aparecida foi acolhido em festa por centenas de fiéis nesta terça-feira, em seu retorno de Roma, onde participou da assembleia do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio.
“Deus sempre gosta de fazer surpresas na nossa vida”, disse Dom Damasceno na cerimônia de acolhida na Basílica Velha de Aparecida, que estava lotada de sacerdotes, bispos, jovens e famílias.
Visivelmente feliz, o arcebispo confessou que quando foi para Roma, no início de outubro, “não passava pela minha cabeça jamais, nesta ocasião do sínodo, ser convidado pelo Papa para o cardinalato”.
“Foi uma surpresa muito grande para mim. Recebi a notícia na véspera do anúncio público. Ao mesmo tempo que me surpreendeu, me encheu de emoção, de gratidão pelo Santo Padre. Desperta a consciência de que é mais um chamado de Deus para servir a sua Igreja”.
O arcebispo destacou também que experimentou um grande “sentimento de humildade”. “Quando Deus nos chama para uma missão, ele sempre nos dá o auxílio, a graça de que nós necessitamos para cumpri-la”.
Ainda na cerimônia na Basílica Velha, o bispo de São José dos Campos (São Paulo), Dom Moacir Silva, em nome do episcopado brasileiro, destacou que a nomeação cardinalícia de Dom Damasceno era um reconhecimento pelo “profundo zelo, dedicação e amor com que serve à Igreja de Jesus Cristo”.
Após as boas-vindas, em conversa com a imprensa, o futuro cardeal afirmou que esta nomeação revela a “atenção e consideração especial” do Papa pela Igreja na América Latina.
Isso porque como presidente do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) “eu represento o episcopado latino-americano. É uma maneira dele demonstrar consideração e apreço pela Igreja na América Latina”, disse.
Mas o arcebispo vê também uma “atenção muito especial pelo Brasil”. “O Santo Padre esteve aqui em 2007. Presidiu e abriu a Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. Foi acolhido da melhor maneira possível, com muito carinho, com muito calor humano, com muito respeito”, lembra.
“Creio que o Santo Padre quis também, certamente, com esta nomeação, homenagear o Brasil. E isso através de Aparecida, que é a sede do Santuário Nacional da Padroeira do Brasil.”
“Certamente o Papa está também homenageando todos os brasileiros, porque na sua grande maioria, para não dizer na sua totalidade, o povo é devoto de Nossa Senhora Aparecida”, disse o arcebispo.
Fonte: Zenit.
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