Foi confirmada uma epidemia de cólera no Haiti, algo anormal no país caribenho, que é explicada pelo fato de haver mais de um milhão de pessoas sem teto, após os efeitos do terremoto que atingiu o país no mês de janeiro.
Se não houver uma intervenção rapidamente, afirmam as autoridades, as doenças poderão expandir para a devastação, que poderá atingir sobretudo a capital, Porto Príncipe.
As pessoas sem moradia, com pouco acesso à água, e usando córregos como depósito de esgoto, nos quais muitas vezes também servem como fonte de água, estão expostas, há nove meses, a este perigo. Agora, na estação das chuvas, já são centenas de mortos pela epidemia de cólera e mais de três mil afetados. O número continua aumentando. O presidente René Preval pediu pela televisão à população que aumente as medidas de higiene para evitar que a epidemia cresça. O governo espanhol e diversas ONGs estão enviando ajuda para combater a doença.
As autoridades sanitárias do país caribenho, segundo informa uma rádio local, destacaram que a maior parte das vítimas está situada no curso do rio Artibonite, que atravessa o centro e o norte do país, convertido em aterro pelas pessoas sem moradia.
Por sua vez, o cardeal Nicolás de Jesús López Rodríguez, arcebispo de Santo Domingo, capital do país vizinho, República Dominicana, disse que este surto de cólera é sumamente grave e as medidas adequadas devem ser tomadas urgentemente.
Entrevistado enquanto participava em um seminário sobre a preservação do meio ambiente, organizado pelo Episcopado Dominicano, o cardeal pediu à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Pan-americana de Saúde (OPS) que auxiliem o país caribenho.
Vários países, além de enviar ajuda oficial, anunciaram suas intenções de cancelar a dívida externa do Haiti. O governo espanhol, por meio da vice-presidente e ministra da Economia e da Fazenda, Isabel Salgado, anunciou há dois dias a remissão total da dívida.
A Espanha, que contribuiu para combater a cólera com 100 mil euros, anunciou que o montante do total da dívida que o Haiti teria assumido com esse país equivale a 29 milhões de euros.
O Ministério de Relações Exteriores da Itália, em nota, anunciou esta mesma intenção. "É um bom sinal a confirmação por parte do ministro de relações exteriores, Franco Frattini, da intenção do governo de cancelar 40 milhões da dívida externa do Haiti para com a Itália", declarou a ZENIT ontem Paolo Beccegato, coordenador de programas internacionais da Cáritas Itália.
"Neste contexto das intervenções postas em andamento pela Farnesina (sede do Ministério de relações exteriores italiano) em apoio da população do Haiti, o governo italiano está a ponto de inscrever-se num acordo bilateral para o cancelamento final da dívida", informa um comunicado da Farnesina.
A consequência de tal iniciativa será "o cancelamento total da dívida do Haiti com a Itália, que é o segundo credor" do país caribenho.
"O acordo - especifica a nota da Farnesina -, contemplará o cancelamento da dívida (derivada de créditos comerciais) de 40,43 milhões de euros, que são somados aos quase 12 milhões de euros que já tinham sido cancelados em julho de 2008."
O governo italiano cancelou também, em julho de 2009, a própria cota dos créditos concedidos ao Haiti pela Comunidade Econômica Europeia, por um montante equivalente a cerca de 157 mil euros. A Itália se dispõe também, no âmbito do Clube de Paris (fórum informal de credores oficiais e países devedores) a solicitar que os países credores do Haiti, não membros do Clube, sejam convidados a seguir este exemplo.
Fonte: Zenit.
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