quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Papa apresenta pela primeira vez uma escritora, Hildegarda de Bingen

O Papa Bento XVI dedicou a catequese de hoje, correspondente ao ciclo de escritores da Idade Média, a Santa Hildegarda de Bingen, escritora e profetisa alemã.
O Pontífice quis apresentar esta mulher escritora que viveu há quase mil anos e voltará a falar dela na semana que vem, segundo antecipou aos peregrinos presentes na praça de Castel Gandolfo.
Ao começar a catequese de hoje, o Papa quis manifestar o "agradecimento da Igreja" ao "valioso papel que as mulheres desempenharam e desempenham" dentro dela.
Citando a Mulieris dignitatem, de João Paulo II, sublinhou a importância do "gênio feminino", assim como dos "carismas" e de "todas as vitórias que a Igreja deve à sua fé, esperança e caridade".
Sobre Hildegarda de Bingen (1098-1179), o Papa quis destacar sua grande cultura, seu espírito místico e seu dom de governo, que "fala com grande atualidade também a nós".
Esta santa fala hoje, "com sua corajosa capacidade de discernir os sinais dos tempos, com o seu amor pela criação, sua medicina, sua poesia, sua música, que hoje está sendo reconstruída, seu amor a Cristo e à sua Igreja, que também sofria naquela época, ferida pelos pecados dos sacerdotes e leigos, e tão amada como Corpo de Cristo".
Desde criança, Hildegarda foi consagrada pelos seus pais ao serviço de Deus, sob os cuidados da professora Judith Spanheim, retirada no convento beneditino de São Disibodo, onde, apesar de albergar uma comunidade masculina, foi se fundando, com o tempo, uma congregação beneditina feminina.
Quando a Madre Judith faleceu, Hildegarda a substituiu à frente da comunidade. "O estilo com o qual ela exercia o ministério da autoridade é exemplar para toda comunidade religiosa: isso acabou sendo um grande estímulo para a prática do bem, tanto que, segundo os testemunhos da época, a madre e as filhas espirituais competiam em amar-se e servir-se mutuamente", destacou o Papa.
Outro dos aspectos da vida da santa que Bento XVI quis salientar foi sua experiência mística.
Hildegarda teve revelações místicas desde pequena e, "como sempre acontece na vida dos verdadeiros místicos, Hildegarda também queria submeter à autoridade de pessoas sábias a origem de suas visões, temendo que fossem o resultado de ilusões e que não fossem de Deus".
De fato, "ela então buscou a pessoa que, na sua época, gozava da máxima estima na Igreja: São Bernardo de Claraval", sobre quem o Papa falou em sua catequese de 21 de outubro do ano passado.
Finalmente, o Papa Eugênio III "autorizou a mística a escrever suas visões e a falar em público. Desde então, o prestígio espiritual de Hildegarda cresceu cada vez mais, de modo que seus contemporâneos atribuíram-lhe o título de ‘profetisa teutônica'".
"E isso, caros amigos, é o selo de uma autêntica experiência do Espírito Santo, fonte de todo carisma: a pessoa depositária de dons sobrenaturais não se exalta jamais, não os exibe e, sobretudo, mostra total obediência à autoridade eclesial", concluiu.

Fonte: Zenit.

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