No marco das celebrações do Bicentenário da Independência do México e do Centenário da Revolução Mexicana, a Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) apresentou esta semana a Carta Pastoral Comemorar nossa história a partir da fé para nos comprometer hoje com nossa Pátria, contribuindo para o diálogo nacional pela construção de um projeto ao serviço da nação para gerar um futuro com esperança para o México.
Por meio desta Carta Pastoral, os bispos compartilham com o povo do México um exercício de reflexão e discernimento realizado durante dois anos através de diversas atividades como foram as Jornadas Acadêmicas Igreja e Independência – onde participam acadêmicos de diversos ambientes –, para compreender melhor os eventos históricos e a participação da Igreja neles.
“Queremos servir à Nação colaborando para construir um projeto cultural a partir da fé, queremos também ser protagonistas, junto com todo o povo do México, da construção de um futuro com esperança para nosso país”, afirma o documento publicado pela CEM.
A carta dos bispos mexicanos sobre o Bicentenário da Independência (que iniciou dia 16 de setembro de 1810 com o “gripo de Dolores” dado pelo sacerdote católico Miguel Hidalgo y Costilla, pároco de Dolores, no estado de Guanajuato) contém 72 páginas.
Em sua primeira parte, “Um olhar à própria história desde a fé”, recolhe os fatos mais significativos do passado e destaca que a vitalidade da fé em Jesus Cristo foi um elemento presente e dinamizador na construção gradual de nossa identidade como Nação, que colaborou para engendrar um ambiente solidário.
Ainda destaca que o Acontecimento Guadalupano teve um eco profundo no povo nascente, foi fruto de reconciliação e fraternidade e continuou presente nos eventos históricos mais significativos do México. “É um acontecimento que fundou nossa identidade nacional”, destaca o documento.
Na segunda parte da Carta, intitulada “Servir à Nação, colaborando para construir um projeto cultural a partir da fé”, a Carta Pastoral indica que o México não precisa de um “projeto de Nação”, mas de “um projeto ao serviço da Nação”, que privilegie o sonho legítimo de liberdade e justiça, a inspiração cristã que anima as pessoas a lutarem a favor da promoção humana individual e social com uma perspectiva transcendente, e um diálogo plural com o conjunto de ideologias que buscam também o desenvolvimento humano.
A terceira parte da Carta, “Todos Protagonistas na construção de um futuro com esperança”, convida a “renovar nossa consciência sobre a responsabilidade que temos diante dos desafios que o presente nos oferece”.
Nesse sentido, os bispos manifestam seu compromisso de continuar colaborando nesta construção da Pátria, com renovado ardor, “convencidos de que todos devemos ser protagonistas dos acontecimentos e não só espectadores”.
Propõem assumir três prioridades fundamentais no caminho de nosso desenvolvimento como nação: combate frontal à pobreza, educação integral e de qualidade para todos, trabalhar pela reconciliação, harmonia e integração, dos diferentes componentes sociais.
Em particular, os bispos assumem que a reconciliação deve ser um serviço da Igreja no meio de nossa sociedade, por meio do testemunho, respeito, perdão e da valorização dos demais, ainda quando houver grandes diferenças.
Para garantir a justiça, liberdade, pluralidade e a contínua construção do país, os bispos chamam todos os agentes sociais “a fecharem as portas para qualquer tentação de empreender caminhos violentos que só provocam morte, atraso e destruição”.
A Carta Pastoral conclui que “o México é uma grande nação com uma história e uma vocação providencial, um país abençoado por Deus que deve seguir seu caminho, sempre inacabado, até seu próprio desenvolvimento, em colaboração fraterna com as demais nações do Continente Americano e do mundo inteiro.
Finalmente os bispos exortam a dar graças a Deus por todos os benefícios que recebeu nossa Pátria; a pedir perdão pelas infidelidades de seus membros; a pedir graça e criatividade, na caridade necessária, para impulsionar junto com todos os mexicanos um verdadeiro desenvolvimento para nosso país, e a se unir em pregação diante de Nossa Senhora de Guadalupe, “Padroeira de nossa Liberdade”.
Fonte: Zenit.
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