sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Misericórdia para com os pobres, contra a "cultura do descarte"

"A imagem de Deus" se reflete no olhar sofrido dos marginalizados e excluídos, por isso "nós somos chamados a ir para as ruas", àqueles que necessitam de assistência. Assim, o Papa Francisco falou, através de uma mensagem de vídeo em espanhol, aos participantes do encontro anual da Catholic Charities USA, fundação católica comprometida na luta contra a pobreza nos Estados Unidos. Setting the Pace: Changing the Course é o título do encontro, que foi realizado em Charlotte de 05 a 07 de outubro.
A tarefa do cristão - disse o Papa - é agir como o Bom Samaritano e o dono do albergue, duas figuras que aparecem no Evangelho de São Lucas como exemplos de compaixão. Uma tarefa que para ser implementada, exige uma boa dose de determinação, em oposição à cultura dominante que Francisco volta a chamar - citando a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – de “descarte".
"Demos início a cultura do descarte que, por vezes, é promovida", disse o Bispo de Roma. Segundo o Papa, "os excluídos não são explorados, mas descartados". Deve-se salientar que “ninguém deve ser descartado, ninguém deve ser excluído do amor de Deus e da nossa atenção".
Dirigindo-se aos membros da Catholic Charities, o Santo Padre disse: "Vocês são as mesmas mãos de Jesus no mundo. Seu testemunho ajuda a mudar o curso da vida de muitas pessoas, famílias e comunidades. Seu testemunho ajuda a mudar os corações". Uma parte do discurso do Papa foi reservado a visita feita por seu predecessor João Paulo II em 1987, durante a reunião anual realizada em San Antonio, Texas. Ocasião em que o Papa canonizado em abril exortou a fundação a “unir, transformar e servir" os necessitados com "ações diretas para aliviar suas ansiedades, para remover suas cargas, e, ao mesmo tempo, contribuir para conduzi-los à dignidade da auto-suficiência, da auto-gestão”.
"Servir os pobres - acrescentou o papa Francisco - também significa defendê-los e tentar reformar as estruturas que causam ou perpetuam a opressão”. O Santo Padre, em seguida, chamou a Catholica Charities de "motor da Igreja que organiza o amor", bem como "o sal, o fermento e a luz que dá um sinal de esperança para os necessitados". "Vocês - continuou ele - com o testemunho do encontro com o Senhor, que nos dá uma vida de abundância e alegria, ajudam a mudar o curso das comunidades locais, das cidades, do país e do mundo. A alegria de servir, de promover o bem de todos, segue o chamado da Igreja primitiva que queria dar resposta a todas as necessidades".
Além disso, o coração da mensagem cristã é a misericórdia para com os pobres, aqueles que – concluiu Francisco - "nos precederão no Reino dos céus, abrirão as portas para nós. Somos chamados a ser Igreja, somos chamados a ser um povo de pobres e para os pobres".

Fonte: Zenit.

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