sábado, 3 de julho de 2010

Segurança e respeito, chaves para enfrentar a questão dos refugiados

“Uma combinação de segurança, respeito à dignidade e aos direitos humanos” é a chave para enfrentar de maneira eficaz e construtiva a questão dos refugiados em todo o mundo.
Foi o que afirmou o arcebispo Silvano M. Tomasi, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras organizações internacionais, ao intervir no 48º encontro do Comitê Permanente da Agência da ONU para os Refugiados (UNHCR), realizado em Genebra em 22 de junho.
A delegação da Santa Sé, segundo afirmou o prelado, apoia o “intenso esforço” conduzido pela Agência da ONU para os Refugiados em favor das pessoas “em situação preocupante”.
Segundo estatísticas recentes, “a movimentação involuntária de pessoas aumenta no globo”. O número de pessoas atendidas pela UNHCR chegou a 43,3 milhões – a cifra mais elevada desde o início da década de 90.
“Segurança, respeito à dignidade e aos direitos humanos” constituem a combinação chave para fazer frente a este desafio” e dar uma resposta à “urgente necessidade de intensificar os esforços para evitar o deslocamento forçado antes que se inicie, e de se antecipar em relação aos eventos” que possam causá-lo.
“Igualmente importante é manter um forte consenso internacional no que se refere ao regime de proteção, fundamentado no direito internacional, em um momento em que os atores não estatais jogam segundo suas próprias regras”.
“Nossa responsabilidade com os grupos mais vulneráveis de nossa família humana requer respostas adequadas que ponham fim à violação dos direitos e possibilitem assistir as vítimas”, indicou o representante vaticano.
“O próprio senso de coerência deve guiar os Estados ao traduzir, em serviços de proteção adequados, os compromissos por eles assumidos”.
Para o prelado, não se pode afirmar que um Estado tenha cumprido com suas responsabilidades “quando pessoas vivendo em situação precária são abandonadas à indigência”.
Por outro lado, reconheceu ser “seguramente um sinal louvável” o fato de que “a despeito das enormes dificuldades causadas pela atual crise econômica e financeira, as contribuições destinadas aos refugiados têm aumentado”.
“Uma cultura de interação humana amistosa, em nosso mundo globalizado, pode favorecer a solidariedade”, acrescentou.
Dom Tomasi destacou ainda a importância do papel desempenhado pela imprensa e pelos veículos de comunicação: “seu papel de oferecer uma percepção positiva das pessoas submetidas ao deslocamento forçado, bem como de evidenciar as verdadeiras causas” do fenômeno, promovendo “um justo e realista sentimento de solidariedade”, podem contrastar a desinformação e a manipulação política do temor de povos e culturas desconhecidas”, sustentou.
O observador vaticano concluiu sua conferência citando algumas palavras proferidas pelo Papa Bento XVI por ocasião do Dia Mundial do Refugiado 2010: “Os refugiados desejam ser acolhidos e reconhecidos em sua dignidade e em seus direitos fundamentais; ao mesmo tempo, desejam oferecer sua contribuição às sociedades que os acolhem. Oremos para que, em justa reciprocidade, se responda de modo adequado a tal perspectiva, e que estes mostrem o respeito que nutrem pela identidade das comunidades que os acolhem”.

Fonte: Zenit.

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