O prelado, segundo refere a agência AsiaNews, foi libertado na manhã de quarta-feira. À noite, cercado por centenas de fiéis, celebrou a missa na Catedral de Wuqiu, onde reside.
As razões que levaram à libertação do prelado ainda não estão claras. Esta foi sua 13ª detenção desde 2004. Nos períodos em que esteve preso, o bispo foi isolado em uma cela individual e submetido a “seções de politização” pessoais, nas quais buscavam convencê-lo a filiar-se à Associação Patriótica, organização do Partido Comunista que busca edificar uma Igreja nacional autônoma, sem vínculo com a Santa Sé.
Dom Jia assegurou aos fiéis ter-se recusado a filiar-se à Associação Patriótica e de não ter se submetido à autoridade do Conselho de Bispos “oficiais” - algo como uma Conferência Episcopal não reconhecida pelo Vaticano.
Segundo a AsiaNews, a última prisão do prelado tinha a intenção de “atingir o âmago das tentativas do Vaticano de reconciliar a Igreja oficial (reconhecida pelo Estado chinês) e a clandestina no Hebei, província com maior número de católicos na China”.
De fato, Dom Jia reconciliou-se com Dom Jang Taoran, bispo de Shijiazhuang, Hebei, ligado à diocese oficial. Os dois prelados encontraram-se em várias ocasiões e deram início a projetos pastorais comuns, mas a Associação Patriótica interveio e os proibiu de se encontrarem, colocando ambos sob vigilância policial 24 horas ao dia.
Segundo fontes locais, a polícia teria dito a Dom Jia Zhiguo que a união entre os dois bispos seria “indesejável, uma vez que promovida por uma potência estrangeira” – o Vaticano.
Apesar da libertação de Dom Jia Zhiguo, seguem ainda presos outros dois bispos clandestinos: Dom Giacomo Su Zhimin, 76 anos, da diocese de Baoding, e Dom Cosma Shi Enxiang, da diocese de Yixian, ambos da província de Hebei.
Um comunicado divulgado pela The Cardinal Kung Foundation na última quarta-feira esclarece que um representante da Igreja clandestina da diocese de Zhengding rebeu um telefona de um funcionário do governo solicitando que fosse buscar Dom Jia em Shijiazhuang.
Aparentemente, o bispo não foi submetido a novos controles por parte da polícia.
Fonte: Zenit.
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