quarta-feira, 3 de junho de 2015

Solenidade de Corpus Christi

Textos: Ex 24, 3-8; Heb 9, 11-15; Mc 14, 12-16.22-26

Ideia principal: A Eucaristia é para ser celebrada (missa) e prolongada (adoração e culto).

Síntese da mensagem: Esta festa do Corpus Christi nasceu no século XIII. Jesus quis entregar-se a nós como alimento para o caminho, fazendo que nós comungássemos com a sua própria Pessoa, com o seu Corpo e o seu Sangue, sob a forma do pão e vinho.

Pontos da ideia principal:

Em primeiro lugar, um pouco de história desta esplêndida Solenidade do Corpus Christi. No ano 1208, uma jovem de 17 anos, Juan de Retine, religiosa hospitaleira em Mont Cornillon (Lieja, Bélgica) teve uma visão de uma lua resplandecente e cheia, mas com uma mancha. Esta visão durou dois anos. Por fim a decifrou: no esplêndido calendário litúrgico faltava uma festa da Eucaristia. Foi a origem do Corpus Christi, cuja primeira procissão se pôs em marcha pelas ruas de Lieja no ano de 1245 e pelas ruas de todo o mundo a partir de 1264. A partir da festa do Corpus, a fé e o entusiasmo pela Eucaristia levou os habitantes de Bolzano (Itália) do século XIII a crer nas hóstias profanadas que começaram a sangrar. E os habitantes de Daroca (Zaragoza) do século XIII a crer no milagre dos corporais que, para defendê-las contra a profanação da soldadesca muçulmana, entre as suas dobraduras guardaram seis hóstias, que deixaram seis pegadas redondas. Só desde a fé é possível crer nestas coisas. 

Em segundo lugar, a Eucaristia tem duas dimensões: primeiro, a sua celebração, a missa, ao redor do altar; e depois, a sua prolongação, com a reserva do Pão eucarísticos no Sacrário e a conseguinte veneração e adoração que lhe dedica a comunidade cristã. A finalidade principal da Eucaristia é a sua celebração- a missa-, isto é, para os fieis comungarem o Corpo e o Sangue de Cristo. Porém, desde que, já nos primeiros séculos, a comunidade cristã começou a guardar o Pão eucarísticos para os enfermos e para os moribundos, foi nascendo cada vez mais “conatural” que se rodeasse o lugar da reserva (o Sacrário) de sinais de fé e adoração ao Senhor. A Eucaristia na celebração é para ser comida para a saúde das nossas almas e assimilar Cristo, Pão de vida. A Eucaristia na prolongação é para ser adorada, festejada e cantada. Na celebração da Eucaristia entramos em comunhão com Cristo na hora de comungá-lo. Na prolongação da Eucaristia caímos de joelhos para agradecer, adorar, contemplar e abrir o coração diante de quem está ali sacramentalmente presente e sabemos que nos olha e nos ama.  

Finalmente, este culto por Cristo Eucaristia prolongado deve nos levar a cuidá-lo sempre. Daqui a dignidade dos Sacrários: sempre colocados num lugar nobre e destacado, convenientemente adornados, fixados permanentemente sobre um altar, pilar, ou também metidos na parede ou incorporados a um retábulo. O Sacrário deve estar construído de matéria sólida (podem ser metais preciosos como ouro, prata, metal prateado, madeira, cerâmica e similares) e não transparente, fechado com chave, num ambiente que seja fácil à oração pessoal fora do momento da celebração, e portanto melhor numa capela separada (capela sacramental). Daqui que junto ao Sacrário brilhe constantemente uma lâmpada, com a qual se indica e honra a presencia real e silenciosa de Cristo. Daqui, a genuflexão quando passamos diante dele. Daqui, os momentos pessoais de oração ou “visita” diante do Senhor na Eucaristia. Daqui, a organização da “benção com o Santíssimo” com uma “exposição” mais ou menos prolongada e solene para a adoração comunitária. São momentos que deveríamos desejar, ter saudades e buscar, tanto pessoalmente como em comunidade; momentos de oração mais pausada, meditativa e serena diante do Sacrário.

Para refletir y rezar: meditemos a sequencia deste dia intitulada: “Lauda Sion”:

1. Canta, ó Sião, com voz solene,
O que para te redimir vem,
O teu Rei, e o teu Pastor,

2. Louva quanto possas,
Que o teu louvor excede,
Pois pouco é o seu louvor.

3. De louvores sem medida,
O pão vivo e que dá vida,
Alto objeto é hoje onde for.

4. Que o colégio dos Doze,
Nossa Igreja reconhece,
Dado na ceia derradeira.

5. Ao cantar pleno e sonoro,
Com transporte, com decoro,
Acompanhe o coração.

6. Pois a festa hoje se repete,
Que recorda o convite,
A primeira instituição.

7. Nova Páscoa é nova lei,
O novo Rei ao mundo leva,
E à antiga dá seu fim.

8. Luz sucede à noite escura,
A verdade à figura,
O novo ao velho festim.

9. O que realizou na ceia,
Repetir Cristo ordena,
Em memoria do seu amor.

10. E no holocausto divino
Consagramos pão e vinho,
À exemplo do Senhor.

11. Sendo dogma, o fiel não duvida.
Que o vinho em sangue muda
E a hóstia em carne divina.

12. O que não vês nem compreendes
Com fé valente defendes
Por ser preternatural.

13. Sob espécies diferentes
Só signos e acidentes,
Grande portento oculto está.
14. Sangue, o vinho é, do Cordeiro;
Carne o pão; mas Cristo inteiro
Sob cada espécie está.

15. Não em pedaços dividido,
Nem incompleto, nem partido,
Mas inteiro se nos dá.

16. Um ou mil o seu corpo comem,
Todos inteiro o comem,
E nem comido perde o ser.

17. Recebe-o tanto mau como o bom:
Para este é de vida cheio,
Para o outro manjar mortal.

18. Vida ao bom, morte ao mau,
Dá este manjar presenteado.
Ó que efeito desigual!

19. Dividido o Sacramento,
Não vaciles um momento,
Que fechado num fragmento
Como no total está.

20. Na coisa não há fratura,
Há só na figura,
Nem no seu estado e estatura
Detrimento ao corpo dá.
21. Pão do Anjo, pão divino,
Nutre o homem peregrino;
Pão de filhos, dom tão fino,
Não se pode jogar aos cães!

22. Por figuras anunciado,
Em Isaac é imolado,
Maná descido do céu,
Cordeiro sobre o altar,

23. Bom Pastor, Jesus clemente!
Teu manjar de graça fonte,
Nos proteja e apascente,
E na alta região vivente,
Faze-nos ver a tua gloria, ó Deus!

24. Tu, que sabes e podes,
E que o mortal sustentas;
Por comensais perenes,
Ao festim de eternos bens
Com teus Santos, chama-nos.
Amém-Aleluia!

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

Fonte: Zenit.

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