segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O homem não é o autor da própria vocação

Queridos irmãos e irmãs! Na liturgia de hoje, o Evangelho segundo Lucas apresenta a história do chamado dos primeiros discípulos, com uma versão original em relação aos outros dois evangelhos Sinópticos, Mateus e Marcos (cf. Mt 4,18-22; Mc 1:16-20 ;). O chamado é de fato precedido pelo ensinamento de Jesus à multidão e por uma pesca milagrosa, realizada pela vontade do Senhor (Lc 5,1-6). De fato, enquanto a multidão corre à beira do lago de Genesaré para ouvir Jesus, Ele vê Simão desanimado por não ter pescado nada a noite toda. Primeiro pede-lhe para entrar em seu barco para pregar para as pessoas, pois estava a uma curta distância da margem, e então, depois da pregação, ordena-lhe que saia com seus companheiros e lance as redes (v. 5). Simão obedece, e eles pescam uma quantidade incrível de peixes. Desta forma, o evangelista mostra como os primeiros discípulos seguiram Jesus confiando Nele, fundando-se em sua Palavra, acompanhada também por sinais milagrosos. Notamos que, antes deste sinal, Simão se dirige a Jesus chamando-o de "Mestre" (v. 5), e depois, o chama de "Senhor" (v. 7). É a pedagogia do chamado de Deus, que não olha muito para a qualidade dos eleitos, mas para a sua fé, como a de Simão, que diz: "Por causa de tua palavra, lançarei as redes"(v. 5). A imagem da pesca refere-se à missão da Igreja. Comenta a este respeito Santo Agostinho: "Duas vezes os discípulos começaram a pescar a comando do Senhor: uma vez antes da paixão e outra depois da ressurreição. Nas duas pescas está retratada toda a Igreja: a Igreja como é hoje e como será depois da ressurreição dos mortos. Agora acolhe uma multidão impossível de se contar, incluindo os bons e os maus, e depois da ressurreição incluirá apenas os bons "(Discurso 248,1). A experiência de Pedro, certamente única, também é representativa do chamado de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve se desencorajar no anunciar Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo. Todavia, o texto de hoje leva a refletir sobre a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada. Essa é obra de Deus. O homem não é o autor da própria vocação, mas dá resposta à proposta divina; e fraqueza humana não deve causar medo se Deus chama. É preciso ter confiança na sua força que age na nossa pobreza; é preciso confiar sempre mais no poder da sua misericórdia, que transforma e renova. Queridos irmãos e irmãs, que a Palavra de Deus reaviva também em nós e nas nossas comunidades cristãs a coragem, a confiança e o entusiasmo no anunciar e no testemunhar o Evangelho. Os insucessos e as dificuldades não induzam ao desânimo: a nossa tarefa é lançar as redes com fé, o Senhor fará o resto. Confiemos na intercessão da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Ao chamado do Senhor, Ela, bem consciente da sua pequenez, respondeu com confiança total: "Eis- me aqui". Com sua ajuda materna, renovemos a nossa disponibilidade de seguir Jesus, Mestre e Senhor. Após o Angelus Queridos irmãos e irmãs, hoje, vários povos do Extremo Oriente celebram o Ano Novo Lunar. Paz, harmonia e gratidão ao Céu são valores universais que celebramos nesta alegre ocasião e são desejados por todos para construir a própria família, a sociedade e a nação. Faço votos de que se possam realizar para aqueles povos as aspirações de uma vida feliz e próspera. Envio uma especial saudação aos católicos daqueles países, para que neste Ano da Fé se deixem guiar pela sabedoria de Cristo. Amanhã, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, é o Dia Mundial do Enfermo. A celebração solene terá lugar no Santuário mariano de Altötting, na Baviera. Com a oração e o afeto estou próximo a todos os enfermos e uno-me espiritualmente a todos que se reunirão neste Santuário, particularmente a mim querido. Fonte: Zenit.

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