segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mais de 800 milhões ainda passam fome no mundo



Começou na noite desta quinta-feira (17), a XIX Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira que discute em Brasília (DF), temáticas relacionadas à fome e a pobreza no Brasil e no mundo. A mesa de abertura contou com a participação de Alan Bojanic Helbingen, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, e dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ) e presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional e Sustentável de Minas Gerais (CONSEA/MG).
De acordo com Helbingen, hoje, 842 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo, ou seja, uma em cada oito. Dentre os "objetivos do milênio" para serem atingidos até 2015 estabelecidos pela FAO, a prioridade número um é a redução pela metade da pobreza e da fome da população com renda inferior a um dólar por dia. "De 1990 para reduzimos a fome proporcionalmente de 19% para 12%. A América Latina reduziu de 15% para 7,9% e até 2015 deve atingir a meta. A África Subsariana continua sendo a região com maior prevalência de subnutrição no mundo", destacou.
Helbingen salientou ainda que a segurança alimentar da população, segundo a FAO, é definida em quatro aspectos: disponibilidade de alimentos, acesso econômico, utilização e estabilidade do tempo, sendo que a questão do acesso foi destacado como fundamental para a erradicação da pobreza no mundo. "A FAO está trabalhando com ênfase no acesso aos alimentos, pois quem tem boa renda, tem mais chances de uma boa alimentação. É fundamental que a Igreja ajude a conscientizar a sociedade sobre o problema e contribua na promoção de políticas públicas e tecnologias sociais para aumentar a capacidade dos pobres em ter acesso aos alimentos."
Dom Mauro Morelli afirmou que a falta de alimentação está diretamente relacionada com o modelo de desenvolvimento e ressaltou que é preciso acabar com a riqueza. "A pobreza, segundo o Evangelho, é uma sociedade onde não existe acúmulo, que haja efetiva distribuição." Conforme o material de subsídio da assembleia, a produção agropecuária garante alimentação para 12 bilhões de pessoas e hoje existem pouco menos de 7 bilhões de seres humanos no planeta. O texto destaca que "há evidente desperdício e impedimento que muitos não tenham acesso aos alimentos."
Já padre Nelito Dornelas, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a grande questão para a Igreja é combater a miséria, pois ela é desumaniza. "Fome se combate com comida. Miséria se combate com políticas públicas. A Igreja incentiva as pastorais, organismo, as comunidades eclesiais de base e as entidades que se associem aos movimentos da sociedade civil e aos conselhos de cidadania. Precisamos transformar a alimentação que é um direito constituído em um direito efetivo." Dornelas lembrou que a Cáritas não existe para administrar burocracias, ela é o testemunho da Igreja na sociedade. "Estamos juntos para abraçar todos os desafios que serão lançados."
Também participaram da mesa, coordenada por Anadete Gonçalves Reis, vice-presidenta da Cáritas Brasileira, dom Flávio Giovenale, presidente da Cáritas Brasileira, Monseñor Pierre Dumas, presidente da Cáritas do Haiti, Francisco Hernández Rojas, coordenador regional Secretariado Latinoamericano e Caribe de Cáritas (Selacc).
A XIX Assembleia Nacional da Rede Cáritas, que ocorre até domingo (20), reúne cerca de 250 agentes e voluntários de todo o país.

Fonte: Zenit.

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