sábado, 14 de setembro de 2013

A mídia e o aborto



Atualmente vimos no Brasil e em outras partes do mundo uma série de matérias capítulos de novelas e de seriados de TV, programas de TV e outras manifestações da grande mídia dando muita ênfase ao aborto. De forma introdutória, é possível afirmar, dentre outras coisas, que o aborto é um tema que “anda na moda” na grande mídia nacional e internacional.

Nos programas midiáticos, é afirmado, por exemplo, que em países como o Brasil realiza-se mais de um milhão de abortos por ano, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem. Aparentemente são argumentos sólidos que demonstram a viabilidade do aborto.
É preciso compreender que existe um movimento internacional, formado por vários grupos, como, por exemplo, o liberalismo cultural e o marxismo cultural, que desejam legalizar o aborto em escala planetária até aproximadamente 2025. Esse movimento não respeita a soberania das nações e não leva em consideração os valores sociais e culturais dos povos. Em grande medida, trata-se de um movimento antidemocrático que, em nome de uma elite cultural que se alto proclama de vanguarda e revolucionária, deseja impor o aborto sem consultar a opinião da sociedade. É dentro desse quadro que deve ser pensado a programação midiática que defende o aborto. Trata-se de uma programação que pode ser classificada como “ação de difusão”, ou seja, é uma programação que transmite informações soltas e, o pior, muitas dessas informações não são verdadeiras.
Por exemplo, vamos analisar essa informação que se tem um milhão de abortos por ano. Por diversas e diversas vezes líderes de grupos pró-vida, especialistas em bioéticas e de outras áreas solicitaram que fosse repassado a origem desse número. Por exemplo, dados do tipo: qual o método foi empregado, a amostragem da pesquisa e a margem de erro. Se realmente essa informação for verdade, ou seja, que no Brasil há um milhão de abortos por ano, então o Brasil está passando por um grande processo de desequilíbrio demográfico, pois está perdendo, em pouco tempo, uma parte considerável de sua população em idade produtiva. Outra coisa, essas informações se chocam com os dados oriundos do Ministério da Saúde e de outros órgãos do governo brasileiro. De acordo com esses órgãos o número de abortos no Brasil tem caído nos últimos anos. Essa queda é fruto, em parte, da maior distribuição de anticoncepcionais realizada pelo governo e pela maior conscientização, por parte da população, sobre os males oriundos do aborto. Essa conscientização é fruto, em grande medida, das campanhas realizadas pelo movimento pró-vida, igrejas cristãs, grupos de bioética e outros.
Se os dados apresentados pela grande mídia são realmente verdadeiros, ou seja, no Brasil há um milhão de abortos por ano, por que então os grupos que apresentam esses números não processam, na justiça, o Ministério da Saúde e outros órgãos do governo? É preciso ter consciência que esses números fantasiosos têm a missão de confundir a população e, por causa disso, levá-la a apoiar o aborto. Essa tática foi utilizada, por exemplo, nos EUA. No início da década de 1970 havia nos EUA um intenso debate sobre o aborto. Naquele momento apresentavam números exagerados sobre o abortamento nesse país, até que em 1973, com o famoso caso Roe vs Wade a Suprema Corte ameticana legalizou o aborto. Hoje em dia, passado mais mais de 40 anos desse acontecimento, sabe-se que os dados apresentados para imprecionar a opinião pública eram falsos. Não passavam de números inventados para dizer que era urgente a legalização de uma prática que todo mundo fazia escondido. Hoje sabe-se que, na década de 1970, nos EUA o aborto era pouco conhecido do grande público e sua prática era muito reduzida. O problema é que essa tática, ou seja, de apresentar dados estatísiticos falsos, parece que está sendo utilizada no Brasil com o mesmo objetivo que foi utilizada nos EUA, isto é, enganar a grande população. Por tudo isso, é preciso ter muito cuidado e senso cítico diante desses dos dados estatísticos sobre o aborto.
Com relação ao fato de se afirmar, em programas midiáticos, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, é preciso observar que do ponto de vista de alguns aspectos técnicos da moderna pesquisa biogenética, a célula do embrião é igual a qualquer outra célula do corpo humano. No entanto, existe um lado muito importante que, tudo indica, não está sendo apresentado nos programas midiáticos que tratam do aborto. Trata-se do fato da célula do embrião ser única, ela contém todo o material genético do ser humano. Aquilo que o futuro indivíduo adulto será (a cor do olho, o tipo sanguíneo, etc) está contido no embrião. Todos os dias e até mesmo a todo instante milhares de células do corpo humano morrem, sem, no entanto, provocar a morte do organismo humano. Por exemplo, uma célula da pele ou da mucosa bucal pode morrer e, ao mesmo tempo, o indivíduo continuará vivo. No entanto, se o embrião morrer ou for assassinado o próprio indivíduo desaparecerá. Não há como se formar um indivíduo se o embrião for destruído. Com isso, a grande mídia está apresentando uma “meia verdade” ao grande público e, ao mesmo tempo, escondendo a informação principal, ou seja, o valor único e insubstituível do embrião. Lamentavelmente esse é o tipo de informação, muitas vezes contraditória, que a grande mídia transmite. É por isso que se afirma que a população precisa ter muito cuidado e senso crítico diante das informações que a grande mídia transmite sobre o aborto e outros temas de bioética.
Com relação ao argumento, muito difundido em veículos da grande mídia, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem e que isso justifica a prática do aborto, é preciso esclarecer que essa informação é muito incompleta, que visa, em tese, a criar uma falsa consciência favorável ao aborto. É preciso compreender que tanto a mulher pobre como a rica podem decidir em não ter o filho. Elas podem decidir, por exemplo, em enviá-lo para adoção, em abortá-lo, etc. Quem afirma que a mulher classifica da “pobre” não pode escolher em ter o filho, não conhece a realidade brasileira. No Brasil quem aborta geralmente é mulher no estilo “classe média” ou então jovens com problemas familiares. A mulher que é enquadrada na categoria de “pobre” ou “baixa renda” geralmente decide ter o filho. É preciso ver que a mulher de “classe média” é bombardeada com uma forte “propaganda” que diz que ter um filho é prejuízo financeiro, perda de tempo, que o corpo vai ficar com algum tipo de deformação e coisas semelhantes. Essa “propaganda” é realizada, em grande medida, nos meios de comunicação de massa, pelas teorias acadêmicas chamadas pós-modernas e coisas afins. É um tipo de “propaganda” que desvaloriza a vida e coloca os bens materiais e o sucesso profissional em primeiro plano. Já a mulher que é enquadrada como pobre ou baixa renda está mais distante desse tipo de ”propaganda” e, até mesmo por isso, passa a ter uma atitude mais pró-vida e humanizada. Uma atitude que diz que o filho não é culpado de algum possível erro cometido pelos pais. Essa atitude humanizada valoriza a dignidade da pessoa humana. É uma atitude que não coloca os bens materiais como centro da vida, mas coloca a própria vida como centro. Atualmente o que precisamos é repensar os valores que norteiam o ser humano, os quais, muitas vezes, estão centrados no dinheiro, no sucesso profissional e coisas afins. A vida humana está além e acima dessas coisas. Colocar o aborto como solução de algum problema é apenas alimentar, ainda mais, essa cultura antiética que coloca a dignidade da pessoa humana em segundo plano.
O fato concreto é que atualmente o feto, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe, é vítima de uma espécie de tribunal da razão pura que simplesmente condena o feto a morte sem, no entanto, lhe dar qualquer chance de defesa. O perigo disso é a relativização da vida humana. Hoje certos grupos, chamados de vanguarda, revolucionários e de pós-modernos, querem a eliminação de uma categoria de seres humanos, isto é, os não-nascidos, o feto, amanhã outro grupo vai querer eliminar os velhos, as pessoas que tenham alguma doença e assim sucessivamente. Vale salientar que desde o Império Romano que os genocídios e os assassinatos em massa são apresentados como algo necessário para melhorar a vida humana. O século XX, com o Nazismo e o Socialismo, não foi diferente. Agora, no início do século XXI, vemos uma nova onda de guerras e de extermínios. E o aborto faz parte dessa nova onda. Ninguém se engane, o aborto é um assassinato onde a vítima é o lado mais frágil e indefeso da escala humana, ou seja, trata-se do bebê ainda no ventre da mãe. O filósofo Norberto Bobbio fala da Era dos Direitos, onde os cidadãos buscam a concretização de velhos e de novos direitos sociais. No entanto, para se realizar plenamente a Era dos Direitos, descrita por Norberto Bobbio, é necessário incluir o feto dentro dessa Era. Um dos grandes desafios do século XXI, do ponto de vista da ética, é perceber que a cidadania não se inicia com o nascimento, mas sim com os 9 meses de gestação, ou seja, já no período de gestação, o feto tem que ser reconhecido como um cidadão. O reconhecimento do feto como um cidadão, acarretará na ampliação do raio de atuação e de influência dos direitos humanos. O motivo disso é que se a cidadania começa com os 9 meses de gestação, então os direitos humanos terão que acolher o cidadão a partir da concepção e da gestação. O século XXI é chamado a reconhecer o feto como cidadão e, com isso, finalmente todos os grupos e categorias humanos poderão desfrutar da Era dos Direitos. A incorporação do feto ao nível de cidadão será uma das grandes conquista da humanidade. Esse deve ser a luta que cada cidadão deve travar na atualidade. Ficar falando em aborto é uma forma de continuar descriminando a mais importante e mais frágil dos níveis da vida humana, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe. Por isso, afirma-se: chega de discriminação, direitos humanos para o feto.


Se quiser pode entrar em contato com Ivanaldo Santos pelo E-mail: ivanaldosantos@yaoo.com.br.

Fonte: Zenit.

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