quarta-feira, 12 de maio de 2010

Há mais de 215 milhões de crianças trabalhadoras no mundo

Os únicos postos de trabalho que não estão em risco no mundo são os das crianças. De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a tendência de redução do trabalho infantil diminuiu.
Relativo ao trabalho infantil, "os progressos não são bastante rápidos,nem suficientemente amplos", comentou o diretor geral do OIT, Juan Somavía.
Ainda hoje - remete a este domingo no jornal vaticano L'Osservatore Romano -, mais de 215 milhões de crianças são forçadas a trabalhar, grande parte na agricultura, para a própria família ou para outros, sem qualquer retribuição.
Mais da metade delas - 115 milhões - são empregadas em atividades perigosas, assim definidas pela o OIT, embora sem chegar às formas de verdadeira escravidão, desde a servidão por dívidas, a prostituição, passando pelo trabalho em minas ou sob condições ambientais insustentáveis. Entre 2004 e 2008, o número de crianças trabalhadoras desceu de 222 para 215 milhões, com uma queda de apenas 3%, enquanto entre 2000 e 2004 a diminuição foi de 10%. Para algumas faixas etárias, a luta contra o trabalho infantil está até mesmo em regressão. Na faixa que vai de 15 a 17 anos, foi verificado um aumento de 20%, de 52 para 62 milhões. O progresso maior foi, por outro lado, determinado entre 5 e 14 anos, com uma redução significativa de 10%, embora com dados contraditórios, tanto por regiões como por tipos de trabalho.
Para estas idades, de qualquer maneira, o número de crianças usadas em trabalhos perigosos diminuiu 31%. Como em outros aspectos, a situação mais preocupante é determinada na África subsaariana, onde uma criança de cada quatro é forçada a realizar trabalhos frequentemente perigosos.
Em dados absolutos, a maioria das crianças trabalhadoras está na Ásia, enquanto a redução mais significativa foi determinada na América. A OIT expressou o medo de que a crise global prejudique mais o objetivo de eliminar as piores formas de trabalho infantil. A este respeito, Juan Somavía negou que a recessão econômica possa ser uma circunstância atenuante, ou pior, uma desculpa pelo atraso da comunidade internacional em eliminar o trabalho infantil. O diretor geral do OIT se lembrou que, pelo contrário, justamente a necessidade de lutar contra a crise oferece uma ocasião para colocar em andamento medidas políticas eficazes dirigidas às pessoas, à recuperação e ao desenvolvimento sustentável.

Fonte: Zenit.

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