sexta-feira, 21 de maio de 2010

Santa Sé defende “política familiar” de imigração

A família é "indispensável" para a coesão e a paz sociais e, por essa razão, são necessárias "políticas familiares responsáveis" de imigração, que facilitem sua reagrupação.

Esta é a mensagem contida em um comunicado conjunto dos Conselhos Pontifícios para a Família e a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, publicado na sexta-feira passada, por ocasião do Dia Internacional das Famílias, proclamado pela ONU.

A Santa Sé, em linha com o magistério e as intervenções pastorais dos últimos anos sobre o tema - sumarizadas na instrução pastoral Erga Migrantes Caritas Christi -, insiste na importância de se estabelecer políticas que permitam a coesão familiar dos imigrantes, como parte do reconhecimento de seus direitos fundamentais.

Nesta ocasião, o comunicado conjunto dos dicastérios para a Família e da Pastoral para os Migrantes evidencia a importância dada pela Igreja à família - não apenas para o imigrante, mas também para a paz social.

A família, afirma o texto, é insubstituível "para a felicidade de seus membros, para a paz e coesão social, para o desenvolvimento educacional e o bem-estar geral, para o crescimento econômico e a integração social".

"A coesão familiar constitui o meio vital para a preservação e transmissão de valores, garantindo a manutenção da identidade cultural e a continuidade histórica; assegura um ambiente favorável ao aprendizado e oferece meios eficazes de prevenção do crime e da delinquência."

Os movimentos migratórios provocam rupturas que afetam "os indivíduos, os cidadãos autóctones e os cidadãos imigrantes", mas "principalmente as famílias".

A Santa Sé constata que "aumenta enormemente" o número de mulheres que "deixam seus países de origem em busca de uma vida mais digna", "cultivando o sonho de trazer para perto de si seus cônjuges, filhos e parentes mais próximos".

A unidade familiar, "fragmentada pelo projeto migratório, ambiciona recompor-se, também para um maior êxito do processo de inserção nas sociedades" que acolhem os imigrantes.

Os Conselhos pedem ainda a adoção de "medidas adequadas que favoreçam, de um lado, a inserção no tecido social que acolhe os imigrantes e suas famílias, e de outro, as ocasiões de crescimento - pessoal, social e eclesial - com base no respeito às minorias, às diferentes culturas e religiões, bem como o intercâmbio recíproco de valores".

Neste sentido, defendem uma "educação para a interculturalidade", voltada para o "estabelecimento de relações mais amistosas entre os indivíduos e as famílias", com atenção prioritária "à infância, aos adolescentes e aos jovens, num mundo de rápidas mudanças".


Fonte: Zenit.

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