A partir do escândalo dos abusos sexuais na Igreja, os leigos começaram a perceber, nas últimas semanas, sua função e responsabilidade como membros do Corpo de Cristo, em resposta ao convite de Bento XVI à oração.
Em 16 de maio, mais de 200.000 se abarrotaram na Praça de São Pedro, no domingo da Ascensão, para rezar e mostrar seu apoio ao Papa.
Este sábado marcou um novo passo, sem precedentes para os leigos, respondendo ao escândalo que durante meses prevaleceu na mídia.
Atendendo ao convite do Santo Padre para a oração e a penitência, estudantes e seminaristas de universidades pontifícias de Roma organizaram um dia de oração e reparação na Basílica de São Pedro, em Roma.
Desde as 10 horas até o meio-dia, uma adoração ao Santíssimo Sacramento foi realizada no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro para rezar neste momento concreto pela santificação dos sacerdotes.
O promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Charles Scicluna, dirigiu aos assistentes uma meditação do Evangelho de Marcos, seguida por uma bênção solene.
A ideia de uma manhã reflexão foi fruto da oração, reflexão e diálogo entre os estudantes.
Respondendo à carta que Bento XVI enviou em março à Igreja na Irlanda, um grupo de estudantes afirmou sentir-se interpelado pelo pedido do Papa de dedicar uma atenção particular à adoração eucarística em todas as dioceses, para rezar pela cura dos afetados pelo escândalo e em reparação aos pecados de abuso.
Os estudantes mostraram-se positivamente surpresos com a recepção das autoridades vaticanas, especialmente com Dom Charles Scicluna, que trata casos contra sacerdotes abusadores na Congregação para a Doutrina da Fé.
Ele tem sido responsável, em grande parte, pelas muitas mudanças nos processos dos casos de abusos e na resposta para as vítimas. Providencialmente, deu permissão imediatamente.
Um corpo
A celebração da manhã de reflexão na Basílica de São Pedro, representante do coração da Igreja, adquire um significado especial.
De Pulford (seminarista do primeiro ano, vindo da diocese de Southwark, no Reino Unido) explicou que a adoração semanal de reparação ao escândalo no Venerável Colégio inglês de Roma foi muito efetiva e sanadora.
"Como seminarista e eu como membro da Igreja, preocupo-me pelas vítimas de abuso mais vil", admitiu.
"Não é algo que pode ser ignorado por ter sido feito por apenas um pequeno número de padres", disse.
"Nos afeta a todos na Igreja - continuou -. Somos um corpo e sofremos como um corpo. Acredito que muitas pessoas compartilham deste ponto de vista."
"Se é um jovem com fé, conhece o catecismo, porque é desafiado constantemente pelas pessoas, especialmente quando se trata de questões sobre o ensino da Igreja quanto a temas de sexualidade e ética médica."
"A essência não é aplaudir o Papa, mas atuar com ele. Esta é a melhor maneira para demonstrar apoio", acrescentou.
E concluiu: "A adoração eucarística molda bem nossa mente, nos dá a perspectiva correta. Sem os sacramentos, tudo se transforma em um comício político".
Fonte: Zenit.
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