Com esta mensagem, Bento XVI quis mostrar sua proximidade e apoio ao segundo Kirchentag ecumênico que se celebrou até domingo, na cidade de Munique, e que juntou os cristãos católicos, ortodoxos e luteranos.
O Pontífice enviou uma saudação cordial "a todos os reunidos na Theresienwiese em Munique", especialmente a Dom Reinhard Marx, arcebispo de Munique (diocese que o próprio Joseph Ratzinger presidiu antes de ser cardeal), e ao bispo luterano regional, Johannes Friedrich.
"Em um momento difícil, quereis enviar um sinal de esperança à Igreja e à sociedade. Por isso, vos agradeço muito. Na realidade, nosso mundo necessita de esperança, nosso tempo necessita de esperança", afirmou o Papa.
Porém, as notícias dos últimos escândalos relacionados com o clero, reconheceu "querem acabar com a alegria na Igreja, a obscurecerem como lugar de esperança".
Perante esta realidade, o Papa convidou os presentes a admitirem que o joio "existe também dentro da Igreja e entre aqueles que Deus trouxe para seu serviço de modo particular".
Mas, observou, "a luz de Deus não diminuiu, o grão bom não foi sufocado pela semeadura da injustiça".
"A Igreja é então um lugar de esperança? Sim, por causa dela nós recebemos sempre e novamente a Palavra de Deus, que nos purifica e nos mostra o caminho da fé. O é, porque nela o Senhor continua nos doando a si mesmo, na graça dos sacramentos, na palavra da reconciliação, nos múltiplos dons de sua consolação. Nada pode escurecer ou destruir tudo isso."
Consequentemente, convidou os participantes da Kirchentag de Munique a "não perder de vista o bem e os bons", essas "pessoas comuns, que não são mencionadas no jornal nem citadas em nenhuma crônica, mas que a partir da fé vão amadurecendo, alcançando uma grande humanidade e bondade".
"Graças a Deus, em nossas cidades há muito mais que dez justos! Se hoje nós estamos um pouco atentos, se nós não percebemos somente a escuridão, mas também o que é claro e bom em nosso tempo, vemos como a fé torna os homens puros e generosos e os educa no amor."
Vida eterna
O Papa convidou todos a perguntar-se "o que é verdadeiramente a esperança".
"As coisas que podemos fazer por nós mesmos não são objeto da esperança, mas mais uma tarefa que devemos realizar" afirmou. Mas "não podemos fazer as coisas maiores, as quais nos chegam como dom: a amizade, o amor, a alegria, a felicidade".
A boa notícia da fé "consiste precisamente nisto: existe aquele que nos pode dá-la. Não fomos abandonados. Deus vive. Deus nos ama. Em Jesus Cristo, Ele se transformou em um de nós".
O maior objeto da esperança, continuou, é a vida eterna e, porém, "quase ninguém fala hoje da vida eterna, que no passado era o verdadeiro objeto da esperança. Considerando que a pessoa não ousa acreditar nela, é necessário esperar obter tudo da vida presente".
"Desprezar a esperança na vida eterna leva à avidez por uma vida aqui e agora, que se converte, quase inevitavelmente, em egoísmo e que, ao final, permanece irrealizável. Exatamente quando queremos nos apoderar da vida como um tipo de bem, ela nos escapa", complementou.
Por isso, convidou todos, "na confusão de nossos tempos, que nos persuadem, a crer em tantos outros caminhos", como disse Pedro a Jesus: "Senhor, para onde iremos? Tu tens palavras de vida eterna e nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus".
"Desejo-vos que sejais novamente transbordados da alegria de poder conhecer a Deus, de conhecer a Cristo e de que Ele nos conheça. Esta é nossa esperança e nossa alegria em meio às confusões do tempo presente", concluiu.
Fonte: Zenit.
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