quinta-feira, 1 de abril de 2010

Católicos iraquianos respondem à violência com uma nova escola

Diante da violência contra os cristãos no Iraque, o arcebispo caldeu de Mossul iniciou a construção de uma nova escola, sinal de esperança para o povo da região.
O arcebispo Emil Shimoun Nona, de 42 anos, nomeado em janeiro, divulgou seus objetivos em uma recente carta.
“O assassinato e a perseguição de católicos no Iraque, sobretudo em Mossul, provocaram uma crise espiritual e social”, afirmou.
“Estou a serviço das necessidades das pessoas marginalizadas e desmoralizadas”, acrescentou.
“Muitos católicos já perderam a vida. Milhares de pessoas perderam suas casas, seu meio de subsistência ou o conforto de contar com uma família próxima, uma vez que estão sendo forçadas a fugir e buscar refúgio em outras regiões”. “Aqueles que ficam vivem com medo”.
O prelado diz “confiar na esperança”, que passou a ser o lema de seu ministério episcopal, “a esperança, que com a força e a graça enviadas continuamente por Nosso Senhor Jesus Cristo, a toda a comunidade caldeia e a todas as comunidades da Igreja do Oriente, nos permitirão prosperar novamente”.
“Como diocese e comunidade, precisaremos reconstruir tudo”, confessou ele.
O primeiro passo deste processo de reconstrução se dará com uma nova escola, que será construída no antigo vilarejo caldeu de Karmless.
O vilarejo, explicou o arcebispo, “está situado em uma área segura da diocese, e tem recebido muitos refugiados católicos”.
O arcebispo pediu por ajuda para a construção da nova escola diocesana, que “levará o nome de nosso patrono Mar Adday”.
As obras devem ser iniciadas em janeiro de 2011. O edifício se propõe a “acolher estudantes de todas as religiões: cristãos, muçulmanos e yazidis, de Karmless e de toda a região”, já a partir do outono do próximo ano.
“A educação constitui um carisma de nossa Igreja desde sua fundação” – explicou. “Em 350 d.C., na cidade de Nisibis, nossos antepassados diretos fundaram a primeira universidade do mundo.
“Desde então, criamos centenas de escolas e universidades, amplamente reconhecidas por sua contribuição para a cultura e para a sociedade iraquianas”.
“Mesmo com a guerra atual e no contexto de seus efeitos, contamos com duas escolas auto-suficientes de sucesso em Bagdá”, acrescentou. “Nestas, ao menos 60% dos alunos matriculados são muçulmanos, mas permanecem profundamente católicas em sua identidade”.
O arcebispo sublinhou ainda que “o dever de oferecer uma educação católica aos nossos jovens, transmitindo a mensagem de salvação de Cristo para neles infundir as virtudes da caridade, da auto-estima e do respeito para com os outros”.
“Somos uma comunidade resistente” – disse o prelado – “e desejamos prosperar aqui no Iraque”.
Hank e Diane McCormick, uma dupla de missionários que atuam no norte do Iraque no auxílio à comunidade cristã do Oriente Médio, afirmaram a ZENIT que “a comunidade católica iraquiana está diminuindo e necessita de ajuda imediata para sobreviver”.
“Os bispos e sacerdotes locais têm se concentrado na necessidade imediata de escolas – a melhor maneira de sustentar a comunidade, por razões muito práticas: uma equipe de profissionais é necessária para manter as escolas, de modo que oferecem empregos imediatos; e uma vez construídas, serão auto-suficientes, acolhendo também membros de outras comunidades religiosas, como os muçulmanos”.
O arcebispo Nona, cujo antecessor foi sequestrado e morto em 2008, disse que se a situação de segurança não melhorar, a antiga comunidade cristã poderá desaparecer.
“Por esse motivo, a Igreja, na pessoa do bispo, deve tomar conta de seus fiéis e ajudá-los a se sentir mais seguros mediante sua presença entre eles”, concluiu.
Na internet: www.charityandjustice.org.

Fonte: Zenit.

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