A tranquilidade com a qual transcorreram as festividades da Páscoa permite aos cristãos do Iraque esperar por um futuro melhor.
O arcebispo de Mossul, Amil Nona, falou à associação humanitária internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) das esperanças da cristandade iraquiana, em uma das áreas mais violentas do Oriente Médio.
O prelado afirmou que cerca de 1.500 fiéis participaram da missa de Páscoa do rito caldeu em Mossul, cidade situada ao norte do país.
As celebrações, explicou ele, “reacenderam as esperanças”, especialmente após as eleições de 7 de março passado.
Uma série de episódios de violência anti-cristã em Mossul, ocorridos pouco antes das eleições, causou o êxodo de mais de 3.500 fiéis da região – a metade da população cristã da cidade – que buscou refúgio em vilarejos da planície de Nínive. Muitos deles, porém, já retornaram a Mossul.
“As pessoas ficaram visivelmente mais confiantes após as eleições”, disse o prelado. “Confiam no fato de que as coisas começam a melhorar”.
“As celebrações pascoais transcorreram muito bem”, continuou. “Fiquei verdadeiramente feliz, e pude ver que as pessoas também estavam. Compareceram à igreja pessoas que não eram vistas há dois ou três anos”.
O arcebispo Nona explicou que as medidas de segurança foram eficazes, com agentes armados às portas das quatro igrejas de Mossul onde se desenvolveram as celebrações católicas de rito caldeu.
O prelado reconhece que neste momento é ainda difícil saber se estes primeiros sinais de melhorias serão suficientes para reconduzir à sua pátria os milhares de cristãos que abandonaram Mossul durante os anos de violência que se seguiram à queda de Saddam Hussein.
Desde 2003, a comunidade católica de rito caldeu de Mossul diminuiu em cerca de dois terços.
Auxílio aos cristãos mais pobres
Outro sinal de esperança para a Igreja do Iraque é aquele oferecido pelas Filhas de Maria Imaculada, também conhecidas como Irmãs Caldeias, que distribuíram cestas de Páscoa a 750 famílias pobres das imediações da antiga cidade de Zakho, próxima à fronteira com a Síria e a Turquia.
As cestas foram fornecidas por AIS, que, desde 2008, ajuda a distribuir cestas de Páscoa e Natal aos cristãos da região.
Falando de Erbil, capital do setor ao norte do Iraque controlado pelos curdos, padre Bashar Warda, coordenador do projeto de distribuição das cestas, afirmou que a iniciativa foi, mais uma vez, um grande sucesso.
Em relação ao ano passado, explicou, a variedade de produtos disponível em cada cesta foi reduzida, a fim de possibilitar atender um maior número de famílias, muitas das quais vivem na mais extrema pobreza, obrigadas a abandonarem suas casas pela guerra.
Fonte: Zenit.
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